Artigos com o marcador energia eólica
Já temos toda a energia necessária para acabar com a pobreza
09/12/19
Já temos toda a energia necessária para acabar com a pobreza
Ainda não sabemos ao certo se é mesmo possível construir uma civilização sustentável.
Acabar com a pobreza e cuidar do clima
Dois objetivos fundamentais da humanidade hoje são erradicar a pobreza e enfrentar as mudanças climáticas. Antes de planejar o que fazer, contudo, é fundamental que o mundo saiba primeiro se as ações para alcançar algum desses objetivos afetam o outro.
Por exemplo, muito se tem discutido sobre quanta energia os países realmente precisam para satisfazer as necessidades mais básicas de toda a sua população; mas os cenários globais de estabilização climática assumem fortes reduções no crescimento da demanda de energia – especialmente nos países em desenvolvimento.
Uma pesquisa patrocinada pelo IIASA (Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados), na Áustria, forneceu agora, pela primeira vez, uma base para responder a essa pergunta, incluindo as ferramentas necessárias para relacionar as necessidades básicas diretamente ao uso de recursos.
Os pesquisadores escolheram três países em desenvolvimento – Brasil, Índia e África do Sul – e, para cada país, analisaram quais requisitos materiais estavam subjacentes às necessidades humanas básicas; e como os recursos energéticos necessários para atender a essas necessidades básicas variam em diferentes contextos (por exemplo, clima ou cultura) em cada país.
Para isso, eles desenvolveram uma nova maneira de derivar a demanda de energia dos serviços básicos, separando-a da demanda de energia para o crescimento econômico, de modo que a energia para a erradicação da pobreza pudesse ser separada daquela demanda da parte da população que já não se encontra abaixo da linha a pobreza.
“Há muito que as pessoas temem que o desenvolvimento econômico e a mitigação do clima não sejam compatíveis – que o crescimento necessário para tirar bilhões de pessoas da pobreza tornaria impossível reduzir as emissões líquidas a zero – o que é um requisito para a estabilização do clima. Até agora, a comunidade de pesquisa, no entanto, não tinha uma forma de separar as necessidades de energia para erradicar a pobreza das necessidades de energia para o crescimento da demanda geral dos países. Sem isso, vastas desigualdades e padrões de consumo insustentáveis nos países em desenvolvimento estavam sendo ignorados,” explica o professor Narasimha Rao.
Temos energia para combater a pobreza
O setor de transporte é um dos grandes consumidores de energia. Por isso pesquisadores têm recomendado pensar fora da caixa e viabilizar formas alternativas de transporte para uma economia sustentável.
Os resultados mostram que as necessidades de energia para fornecer padrões de vida decentes a todos os cidadãos dos países analisados estão muito abaixo do uso atual de energia nacional, e também muito abaixo do uso médio per capita da energia em termos globais.
Em outras palavras, não há uma dicotomia entre combater a pobreza e cuidar do clima porque já temos a energia suficiente para atender ao primeiro objetivo – basta distribuí-la adequadamente.
A energia necessária para proporcionar saúde e educação é muito menor do que a energia necessária para sustentar a infraestrutura física, o setor de transportes e as residências e prédios comerciais e industriais.
Mais do que isso, essas necessidades de energia para dar dignidade aos mais pobres podem ser ainda mais reduzidas se os países fornecerem transporte público extensivo a preços acessíveis e usarem materiais locais na construção civil.
“Não esperávamos que as necessidades de energia para uma vida minimamente decente fossem tão modestas, mesmo para países como a Índia, onde existem grandes lacunas. Também foi uma surpresa agradável que as necessidades humanas mais essenciais relacionadas à saúde, nutrição e educação são baratas em termos de energia. Ao longo do caminho, também descobrimos que medir a pobreza em termos dessas privações materiais excede em muito a definição de pobreza de renda do Banco Mundial,” detalhou Rao.
Embora o impacto do setor seja pontual em relação a setores como agricultura e pecuária, tem havido pressões para uma mineração verde e sustentável.
Pressão de energia para os ricos
As descobertas indicam ainda que a riqueza, mais do que as necessidades básicas, pressiona a demanda de energia e que a maior parte do crescimento futuro da energia nesses países provavelmente servirá à classe média e aos ricos, mesmo que os governos priorizem a erradicação da pobreza.
Isso sugere que deve ser dada muita atenção aos estilos de vida e como eles evoluem nos países em desenvolvimento.
O Brasil, por exemplo, possui uma intensidade energética de mobilidade comparativamente alta devido à alta dependência dos carros. Devido a essas diferenças, os países em desenvolvimento enfrentarão diferentes custos e desafios para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, elevando a qualidade de vida dos cidadãos acima de um padrão básico.
As promessas futuras do Acordo de Paris deverão considerar essas diferenças para garantir que os países percebam seus esforços como comparáveis e justos, recomenda a equipe.
Fonte: https://www.inovacaotecnologica.com.br
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Tijolos geram eletricidade limpa
08/01/19
Tijolos que geram eletricidade limpa e nunca precisam ser recarregados
Casas construídas com uma nova tecnologia de “tijolos verdes” não precisarão de painéis solares ou geradores eólicos para gerar eletricidade limpa.
Os tijolos termogalvânicos geram eletricidade de forma autônoma, bastando para isso que duas de suas faces estejam em temperaturas diferentes.
Por exemplo, se a parede externa de uma casa estiver quente por receber a luz do Sol, enquanto o interior está sombreado e fresco, a parede produz eletricidade.
Isto ocorre graças a processos de redução e oxidação eletroquímicos equilibrados que ocorrem dentro do tijolo. Enquanto os eletrodos nas suas faces estiverem em temperaturas diferentes, as reações eletroquímicas ocorrem e a eletricidade é gerada.
A grande vantagem é que os compostos envolvidos nessas reações não são consumidos, não se esgotam e nunca precisam ser recarregados – enquanto houver uma diferença de temperatura, a eletricidade será gerada.
Tijolos termogalvânicos
A técnica envolve o uso de água gelificada dentro do tijolo, usufruindo de uma estrutura interna muito conhecida dos matemáticos, chamada schwarzita, fabricada por uma impressora 3D. O benefício adicional é que essa estrutura de superfície mínima (schwarzita D) deixa os tijolos termogalvânicos mais fortes do que os tijolos comuns.
Além disso, a estrutura não apenas permite que a eletroquímica ocorra, como também serve para melhorar o isolamento térmico.
A equipe acredita que este novo dispositivo poderá ajudar a fornecer acesso a energia sustentável e acessível, principalmente em construções distantes de uma rede elétrica.
“A ideia é que esses tijolos possam ser impressos em 3D a partir de plástico reciclado e usados para construir rápida e facilmente coisas como abrigos para refugiados. Pelo simples ato de manter os ocupantes mais quentes ou mais frios do que o ambiente, a eletricidade será produzida, suficiente para fornecer iluminação noturna e recarregar um telefone celular.
“Crucialmente, eles não exigem manutenção, recarga ou reabastecimento. Ao contrário das baterias, eles não armazenam energia, o que também elimina o risco de incêndio e restrições de transporte,” disse o professor Leigh Aldous, do King’s College de Londres, que desenvolveu a tecnologia com colegas das universidades do Arizona, nos EUA, e Nova Gales do Sul, na Austrália.
Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br
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Armazenamento de Energia
19/10/18
Há alguns anos, um grupo da Universidade Chalmers de Tecnologia, na Suécia, vem trabalhando em uma substância capaz de armazenar energia solar durante anos.
A substância é constituída por uma molécula de carbono, hidrogênio e nitrogênio, que apresenta a propriedade única de ser transformada em um isômero rico em energia – um isômero é uma molécula que consiste nos mesmos átomos, mas unidos de modo diferente.
Este material pode ser isomerizado usando energia solar e então armazenado em tanques, para ser usado quando a energia for necessária – à noite ou no inverno, por exemplo. Sua forma líquida é ideal para uso em um sistema de energia solar que os pesquisadores batizaram de MOST (Molecular Solar Thermal Energy Storage: Armazenamento molecular de energia solar termal).
A equipe agora anunciou grandes avanços no desenvolvimento da MOST, que é essencialmente uma versão da tecnologia conhecida como bateria de fluxo, neste caso voltada para o armazenamento do calor – existem outras voltadas para armazenar o vento.
“A energia neste isômero agora pode ser armazenada por até 18 anos. E quando vamos extrair a energia e usá-la, conseguimos um aumento que é bem maior do que ousávamos esperar,” disse o professor Kasper Moth Poulsen.
Um dos melhoramentos envolveu o desenvolvimento de um catalisador para controlar a liberação da energia armazenada. O catalisador atua como um filtro, através do qual o líquido flui, criando uma reação que o aquece em 63 graus Celsius – se o líquido estiver armazenado a uma temperatura de 20° C, quando bombeado através do filtro ele sai pelo outro lado a 83° C. O calor então pode ser aproveitado para gerar energia, enquanto a molécula retorna à sua forma original, podendo ser reutilizada no sistema.
Além disso, o sistema anteriormente dependia da adição de tolueno, um composto químico inflamável. Agora os pesquisadores descobriram uma maneira de remover o tolueno e usar apenas a molécula de armazenamento de energia.
Juntos, estes avanços significam que o sistema de energia MOST agora funciona de maneira circular, sem depender da adição de componentes externos. Primeiro, o líquido captura energia da luz solar (calor) em um coletor termossolar no telhado de um prédio. Em seguida, ele é armazenado a temperatura ambiente, com perdas mínimas de energia.
Quando a energia é necessária, o líquido pode ser sugado pelo catalisador, com o calor sendo então utilizado, por exemplo, em sistemas termovoltaicos, para geração de eletricidade, ou em sistemas de aquecimento. O líquido pode então ser enviado de volta para o telhado para recolher mais energia, sem emissões e sem danificar a molécula.
Falta agora combinar todo esse processo em um sistema integrado pronto para uso.
“Ainda há muito a ser feito. Acabamos de fazer o sistema funcionar. Agora, precisamos garantir que tudo esteja idealmente projetado,” disse Poulsen.
Bibliografia:
Macroscopic heat release in a molecular solar thermal energy storage system
Zhihang Wang, Anna Roffeya, Raul Losantos, Anders Lennartsona, Martyn Jevrica, Anne U. Petersen, Maria Quant, Ambra Dreos, Xin Wen, Diego Sampedro, Karl Börjesson, Kasper Moth-Poulsen
Energy & Environmental Science
Fonte: https://www.inovacaotecnologica.com.br
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Cidades Inteligentes
14/06/18
Remodelagem urbana
É certo que as cidades inteligentes dependem de uma ação conjunta da sociedade – mas um conjunto de boas ideias também ajuda muito.
Para uma equipe multidisciplinar, reunida em torno do projeto europeu RemoUrban (remodelagem urbana), uma cidade inteligente é uma cidade onde a vida se tornou mais fácil.
E eles não estão ficando só na teoria.
Passagens de ônibus podem ser compradas diretamente de um aplicativo no celular e os carros particulares são paulatinamente substituídos por carros e bicicletas compartilhados pelo público. Ônibus e carros não funcionam com gasolina ou outros combustíveis convencionais, eles são alimentados por eletricidade, graças a infraestruturas de recarregamento disseminadas por toda a cidade.
As consequências de todas estas melhorias na mobilidade são a redução do consumo de energia e das emissões de CO2 e a redução do tempo de viagem porta-a-porta.
Inteligência urbana
Nas cidades que começam a incorporar inteligência urbana, bairros antigos não são deixados abandonados, eles são regenerados.
Edifícios são isolados termicamente para consumir menos energia em ar-condicionado e aquecimento e ainda se conectam uns aos outros através de redes de compartilhamento de água e ar quentes e frios. Além disso, esses edifícios compartilham informações conforme cada morador define se o interior de seus apartamentos está muito quente ou muito frio, permitindo que os próprios edifícios estabeleçam a temperatura e o consumo de energia de suas centrais de resfriamento e aquecimento.
Em troca, os moradores monitoram quanta energia estão gastando e economizando em mapas interativos de energia, que fornecem uma representação visual do consumo de energia de toda a área em que vivem.
Como a energia é indispensável, boa parte dela já está vindo de painéis solares e de aquecedores termossolares.
Cidades de teste
Tudo isso parece roteiro de um documentário futurístico, mas na verdade não é.
Todas essas atividades listadas acima já estão acontecendo agora em Nottingham (Inglaterra), Valladolid (Espanha), Tepebasi/Eskisehir e Miskolc (Turquia) e Seraign (Bélgica).
Estas cidades foram selecionadas como berço de testes das tecnologias e práticas selecionadas pelo projeto Remourban, que está sendo financiado pela União Europeia.
O objetivo final é desenvolver um modelo de regeneração urbana sustentável, através da reformulação das infraestruturas de energia, mobilidade e tecnologia da informação, chegando a algo mais parecido com cidades inteligentes e sustentáveis.
Para não ficar só na teoria, todos as diretrizes selecionadas estão sendo testadas na prática. Desta forma, outras cidades poderão avaliar a pertinência de cada solução para sua própria situação particular e seguir o exemplo, adotando as melhores práticas.
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Conceitos de Ventilação natural
21/03/18
O vento, um recurso natural, gratuito, renovável e saudável, perfeito para melhorar o conforto térmico de um ambiente, evitando o uso de recursos artificiais e proporcionando a redução no consumo energético.
Em alguns climas extremos o uso de sistemas artificiais se faz necessário, mas em grande parte da superfície terrestre é possível proporcionar um fluxo de ar agradável através dos ambientes por meio de sistemas passivos.
Alguns conceitos de sistemas de ventilação pode auxiliar nos projetos: ventilação natural cruzada, ventilação natural induzida, efeito chaminé e resfriamento evaporativo, que combinados à correta utilização de elementos construtivos possibilita melhoria no conforto térmico e diminuição no consumo de energia.
A ventilação natural cruzada é aquela cujas aberturas em um determinado ambiente ou construção são dispostos em paredes opostas ou adjacentes, permitindo a entrada e saída do ar. Indicado às construções em zonas climáticas com temperaturas mais elevadas, o sistema permite trocas constantes do ar dentro do edifício, renovando-o e ainda, diminuindo consideravelmente a temperatura interna.
Já a ventilação natural induzida diz respeito àquela em que sistemas de indução térmica são utilizados na condução do resfriamento do ar. O ar quente é mais leve que o ar frio, fazendo com que no ambiente externo ou interno, o ar quente suba e o ar frio, desça. Sendo assim, neste sistema de ventilação, aberturas são posicionadas próximas ao solo para que o ar fresco adentre o espaço empurrando a massa de ar quente acima, onde são posicionadas saídas de ar no teto – sheds ou lanternins.
Em edifícios verticais, é recorrente a utilização de fluxos verticais de ventilação pelo efeito chaminé, no qual o ar frio exerce pressão sob o ar quente forçando-o a subir, assim como na ventilação induzida. Porém, neste caso, áreas abertas pelo centro do projeto ou torres permitem que o mesmo circule pelo ambiente, saindo pela cobertura, através de lanternins, aberturas zenitais ou exaustores eólicos.
O resfriamento evaporativo, muito difundido na obra de Le Corbusier em Chandigarh e Oscar Niemeyer em Brasília, faz com que pela disposição de extensos espelhos d’água ou lagos, estrategicamente posicionados na direção das correntes de ar predominantes, frente aos edifícios com aberturas, permite que ao passar pela água, o vento siga com certa porcentagem de umidade, garantindo frescor a climas áridos.
Brises são exímios mecanismos à garantia de ventilação natural, que além do controle lumínico e solar, se designados e posicionados corretamente em união às situações solar e dos ventos locais, podem garantir excelente qualidade térmica interna. Permitem ainda controle, se móveis, ou mesmo em caso de elementos vazados (cobogós, chapas perfuradas, muxarabis, entro outros) ocasiona ventilação direta com a possibilidade de cálculo em porcentagem pela dimensão das aberturas.
Ainda aos fatores, considerar os tipos de aberturas é imprescindível. De maneira prática, pensemos em um ambiente, que caso opte-se por uma janela com duas folhas de vidro de correr, entende-se que ao abrir, apenas 50% da abertura permitirá a entrada do vento. Com a mesma dimensão do vão, se optamos por uma janela com uma ou duas folhas de abrir, a ventilação será integral. De acordo com o tipo de janela, vedação ou porta escolhida, influenciará diretamente na direção dos ventos (vertical, horizontal ou inclinado) e porcentagem da massa de ar adentrada.
Barreiras também deverão ser consideradas. Pensemos num ambiente com um pé direito duplo, uma abertura (porta) na área mais baixa e outras duas aberturas (janelas) posicionadas na parede oposta no ponto médio e mais alto, e ao centro, uma parede de meia altura. Evidentemente a parede central agirá como uma barreira na direção dos ventos, tendo de desviar-se. Outros elementos construtivos poderão auxiliar na resolução da problemática, como por exemplo, a troca da alvenaria por elementos vazados – cobogós.
As diferentes alturas das aberturas e barreiras (paredes, peitoril, painéis ou mobiliário) dispostas pelo espaço também influenciam diretamente no nível e velocidade dos níveis de ventilação. Em cada projeto, deve atentar-se à disposição destes de acordo com a tipologia e nível de ventilação requerida.
Referências Bibliográficas
ABNT 15.575. Guia para arquitetos na aplicação da Norma de Desempenho. Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2015/09/2_guia_normas_final.pdf>. Acesso em 31 Dez 2017.
GIVONI, Baruch. Climate Considerations in Building and Urban Design. New York: Van Nostrand Reinhold, 1998.
ROMERO, Marta Adriana Bustos. Princípios bioclimáticos para o desenho urbano. 2ª ed. São Paulo: Pro E, 2000.
VAN LENGEN, Johan. Manual do arquiteto descalço. 1ª ed. São Paulo: B4 Editores, 2014. p.46-53.
Fonte: Matheus Pereira. “Ventilação cruzada? Efeito chaminé? Entenda alguns conceitos de ventilação natural ” 04 Jan 2018. ArchDaily Brasil.
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15 conceitos da construção sustentável
15/03/18
O que é a construção sustentável ?
A construção sustentável é um conjunto de boas práticas que deve estar presente em todas as fases do processo construtivo. Aspectos ambientais, sociais e econômicos devem ser considerados em todas as decisões, desde a escolha do terreno, a implantação adequada ao entorno, passando pela eficiente gestão do canteiro de obras, a geração de resíduos, a relação com os trabalhadores, a escolha dos materiais, como afetará seus usuários e por fim a sua manutenção e desmontagem. O tema mais comentado sobre a construção sustentável é a eficiência energética e hídrica, para alcançá-la pode-se usar técnicas passivas e adicionar o uso de novas tecnologias que otimizam a edificação, como por exemplo o uso de painéis solares fotovoltaicos, sistemas de automação, entre outros. Mas também não se pode esquecer de promover o desenvolvimento social e cultural, além da viabilidade econômica.
15 conceitos da construção sustentável:
- Integração da construção com o entorno;
- Planejamento integrado da obra;
- Canteiro de obra sustentável;
- Aproveitamento passivo dos recursos naturais (ex: iluminação e ventilação natural) ;
- Eficiência energética;
- Gestão e economia da água;
- Gestão dos resíduos na edificação;
- Qualidade do ar do ambiente interior;
- Conforto termo acústico;
- Uso racional dos materiais e tecnologias de menor impacto ambiental;
- Qualidade e durabilidade do processo construtivo;
- Saúde e bem-estar dos ocupantes;
- Responsabilidade Social;
- Manutenção;
- Desmontagem; como a construção se comporta no final do seu ciclo de vida.
Segundo o CBCS, o setor da construção civil consome 75% dos recursos naturais, 20% da água nas cidades (parte da mesma é desperdiçada), e gera 80 milhões de toneladas/ano de resíduos, sendo um dos principais responsáveis pelos impactos ambientais. Além disso, é um dos setores que mais empregam no país e afeta diretamente todos nós, a maior parte do nosso tempo estamos em espaços construídos. Por isso é fundamental que arquitetos, engenheiros e todos os profissionais envolvidos no processo construtivo conheçam e apliquem os conceitos da construção sustentável.
Fonte: sustentarqui.com.br
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Integrando Permacultura e Arquitetura
15/03/17
Os 12 princípios publicados aqui são explicados detalhadamente no livro Permaculture: Principles and Pathways Beyond Sustainability, de David Holmgren.
Em 1978, os ecologistas australianos David Holmgren e Bill Mollison cunharam pela primeira vez o conceito de permacultura como um método sistemático. Para Mollison, “permacultura é a filosofia de trabalhar com e não contra a natureza, após uma observação longa e profunda.” [1] Enquanto isso, Holmgren define o termo como “aquelas paisagens conscientemente projetadas que simulam ou imitam os padrões e as relações observadas nos ecossistemas naturais.” [2]
Em 2002, Holmgren publicou o livro Permacultura: Princípios e Caminhos Além da Sustentabilidade, que define 12 princípios de projeto que podem ser utilizados como um guia ao gerar sistemas sustentáveis. Estes princípios podem ser aplicados a todos os processos diários a fim de humanizá-los, aumentar a eficácia, e, a longo prazo, assegurar a sobrevivência da humanidade.
E se nós aplicá-los ao processo de concepção de um projeto de arquitetura?
Princípio 01: OBSERVE E INTERAJA
“Ao tomar um tempo para se envolver com a natureza, podemos projetar soluções que se adequem à nossa situação particular.” – David Holmgren
De acordo com Holmgren, o primeiro princípio é focado na observação da natureza, a fim de compreender os elementos do sistema em que estamos trabalhando, antes de agir sobre ele. As tentativas de entender e realmente se envolver com a situação que enfrentamos deve, naturalmente, conduzir a uma reflexão profunda que nos permita oferecer uma resposta adequada.
Na arquitetura, antes de se sentar para projetar, você precisa perguntar-se: Qual é a necessidade real do usuário desse projeto? Qual o contexto que o rodeia? Como posso responder a essa necessidade da forma mais adequada e eficiente possível?
Conectar-se com o usuário e interagir com o contexto do projeto facilitará nosso processo consciente quando envolvidos com a demanda. Vamos ter menos oportunidades de fazer suposições erradas e seremos obrigados a respeitar as condições pré-existentes dos usuários e circunstâncias específicas. O resultado de um bom projeto virá se estivermos atentos aos indícios que estamos recebendo.
Princípio 02: CAPTE E ARMAZENE ENERGIA
“Desenvolvendo sistemas que coletam recursos quando eles são abundantes, podemos usá-los em momentos de necessidade.” – David Holmgren
A “febre verde” que se abateu sobre a arquitetura há alguns anos depende de uma sustentabilidade bastante passiva, com o objetivo de alcançar a eficiência real de todas as formas possíveis. No entanto, para além das “técnicas sustentáveis” que podem ser aplicadas, uma pergunta apropriada que diz respeito a este princípio poderia ser: como é que vamos entregar a melhor arquitetura possível, utilizando apenas os recursos disponíveis, ou até menos?
Embora a própria arquitetura possa funcionar como um sistema para capturar, armazenar e utilizar os recursos disponíveis, tais como o vento, luz solar e água da chuva, nossa responsabilidade como arquitetos não deve ser reduzida a esses métodos.
Devemos estar conscientes de que cada linha que traçamos em nossa planta tem um custo associado, uma pegada. Não faz sentido levantar grandes arranha-céus cheios de painéis solares se a própria construção gera um enorme desperdício de recursos e uma série de externalidades negativas em outras áreas.
Princípio 03: OBTENHA UM RENDIMENTO
“Certifique-se que você está recebendo recompensas realmente úteis como parte do trabalho que está fazendo.” – David Holmgren
Por este princípio, Holmgren diz que “você não pode trabalhar com o estômago vazio”, assegurando que obtemos recompensas imediatas para nos sustentar. Ele acrescenta que os sistemas projetados devem garantir a sobrevivência da comunidade, sem comprometer o seu futuro e que a produtividade deve ser medida em termos dos produtos reais do esforço que foi investido.
Além do pagamento monetário justo e necessário que recebemos para o nosso trabalho, o nosso desempenho e produtividade como arquitetos deve ser mensurável em relação a todas as externalidades positivas que nossos projetos estão gerando.
Um projeto de arquitetura tem a capacidade de influenciar muito o contexto em que ela opera, e não podemos perder a oportunidade de identificar e desenvolver seus potenciais benefícios, na medida do possível. Um projeto não pode ser considerado sustentável se ele só enche nossos bolsos, mas não “se entregar” positivamente de outras maneiras, ou pior, prejudicar o seu entorno.
Princípio 04: APLICAR A AUTO-REGULAÇÃO E ACEITAR O FEEDBACK
“Precisamos desencorajar as atividades impróprias para assegurar que os sistemas possam continuar a funcionar bem.” – David Holmgren
Este princípio é representado pelo planeta Terra, com a ideia de mostrar o mais visível “exemplo de um organismo auto-regulado”, sujeita a controles de feedback, como o aquecimento global.” O provérbio usado para descrever isso sugere que esse feedback negativo geralmente leva tempo a surgir, e o impacto de nossas ações não são imediatamente visíveis.
No caso da arquitetura, somos geralmente preparados para planejar nossos projetos para o presente, mas não pensar muito sobre o que vai acontecer com eles no futuro. Não faz sentido fazê-lo dessa forma, porque nosso trabalho tem de encaixar um usuário e um contexto em particular, com as necessidades e requisitos que são relevantes atualmente. Como podemos nos livrar de um futuro imprevisível e desfavorável?
A chave é apenas “auto-regular” o que propomos, a fim de desencorajar, prevenir ou repensar as respostas de projeto (e / ou atividades conexas) que pelo menos hoje, podemos identificar como impróprias.
Princípio 05: USE E VALORIZE FONTES RENOVÁVEIS
“Faça o melhor uso da abundância da natureza para reduzir o nosso comportamento de consumo e dependência de recursos não renováveis.” – David Holmgren
Por esta altura, a chamada é “deixar a natureza seguir seu curso,” na maior medida possível, e Holmgren nos dá um exemplo, um pouco extremo, mas claro para entender sua profundidade. A construção do Instituto Argentino de Permacultura foi projetado e construído com palha e terra, materiais que se não receberem manutenção – para permitir a vida no interior do edifício – lentamente voltarão novamente à Terra. Seu impacto é mínimo e sua vida útil está diretamente associado ao seu uso.
Este é um princípio difícil de aplicar, pois estamos habituados a – e fomos treinados para – usar materiais, sistemas e serviços baseados em processos (não renováveis) de combustíveis fósseis, mas nos desafia a incorporar tantos recursos quanto possível, que podem ser restaurados a uma taxa mais elevada do que seu consumo.
Energia solar, eólica, hídrica e geotérmica, ou biomassa e biocombustíveis, podem ser opções eficazes para explorar o que permite a operação de nossos projetos “fora da rede”; enquanto alguns materiais renováveis como o adobe, cortiça, palha e bambu podem oferecer boas alternativas se aplicados corretamente. Madeiras produzidas através de técnicas de sustentáveis silvicultura também podem ser adicionadas à lista.
Princípio 06: NÃO PRODUZA RESÍDUOS
“Se valorizarmos e fazermos uso de todos os recursos que estão disponíveis para nós, nada vai para o lixo.” – David Holmgren
Este princípio é simplesmente baseado no uso de todos os recursos que temos disponíveis, evitando desperdício de material. É fácil desperdiçar quando temos abundância, mas o que seria de nós se não existissem depósitos lotados de materiais de construção para construir nossos projetos?
Nós crescemos em um mundo extravagante e, como arquitetos, desde nossos primeiros meses na universidade começamos a gastar mais do que o necessário. Toda semana fazemos maquetes e imprimimos metros de folhas de papel; materiais caros, em muitos casos acabam rapidamente no lixo. Na vida profissional, o plotter está continuamente trabalhando arduamente e as nossas velhas maquetes são amplificadas para a escala 1:1.
Por que não projetamos sempre a partir das dimensões padrão de materiais para evitar o desperdício? Por que não consideramos se é realmente necessário que nosso projeto de residência tenha 600 metros quadrados, ou se esse balanço
Princípio 07: PROJETE DESDE OS PADRÕES AOS DETALHES
“Dando um passo para trás, podemos observar padrões na natureza e na sociedade. Esses podem formar a espinha dorsal de nossos projetos, incluindo os detalhes à medida que avançamos.” – David Holmgren
Para explicar este princípio, Holmgren dá o exemplo da teia de aranha: cada uma é única, no entanto, o padrão geométrico de anéis em espiral é universal.
Muitas vezes nos é dito na escola de arquitetura que não é necessário “reinventar a roda” cada vez que realizamos um novo projeto. Há muitas operações, dimensões e configurações espaciais que são óbvias e eficazes para a arquitetura, porque elas provêm diretamente das experiências anteriores e do comportamento dos seres humanos.
Se seguirmos esses padrões comprovados usando o bom senso, vamos estar trabalhando em uma base sólida e inquestionável, que pode levar ao pleno potencial de um projeto através do seu desenvolvimento. Os detalhes, como parte de nossa contribuição particular, afastam-se de mero ornamento para emergir como um valor agregado, que apoia e dá identidade e especificidade à resposta. ou aquela parede curva que nos obrigue a gastar recursos cada vez mais escassos são justificadas?
Princípio 08: INTEGRAR, NÃO SEGREGAR
“Colocando as coisas certas no lugar certo, as relações se desenvolvem entre eles e apoiam umas às outras.”- David Holmgren
Este princípio é claro e todos nós temos visto na universidade ou na nossa vida profissional: “Muitas mãos tornam o trabalho mais leve.” É provável que trabalhar em conjunto nos permitirá chegar a um resultado melhor, porque podemos compartilhar estratégias, comparar pontos de vista, e questionar nossas idéias uns com os outros, além de acelerar um processo que, individualmente, pode levar mais tempo e ser menos eficiente, ou mesmo errado. Mas podemos ir mais longe:
Nossos projetos podem ser realmente integrados se todos os elementos que os constituem estão adequadamente trabalhando juntos, formando um todo coeso, onde nada falta e nada é supérfluo.
Além disso, a possibilidade está em nossas mãos para definir a forma como o espaço projetado será habitado no futuro e, nesse sentido, é possível incorporar operações sutis que incentivam a integração entre os usuários, criando espaços de fricção e reunião que entram em equilíbrio com os espaços privados essenciais para o desenvolvimento individual.
Princípio 09: USE SOLUÇÕES PEQUENAS E LENTAS
“Sistemas pequenos e lentos são mais fáceis de manter do que os grandes, fazendo uma melhor utilização dos recursos locais que produzem resultados mais sustentáveis.” – David Holmgren
Neste ponto, o conceito de “manutenção” surge como um assunto que é muito mais importante do que parece, porque quanto maior é um edifício, mais recursos e processos são necessários para preservá-lo e evitar sua deterioração.
Se nós, como arquitetos, estamos realmente comprometidos com um projeto e seu futuro, vamos tentar fazer o nosso projeto minimizar e facilitar os requisitos de manutenção, a partir de seus materiais para o tamanho e a configuração dos espaços.
Uma boa construção deve exigir um mínimo de atenção de seus usuários, permitindo-lhes realizar suas atividades sem constantemente se preocuparem sobre os sistemas deteriorados ou materiais que mostram desgaste excessivo.
Se as dimensões de um projeto são ajustadas às reais necessidades do cliente, ele é mais eficiente na sua construção, pois utiliza menos mão de obra e menos recursos. Por sua vez, torna-se mais fácil alcançar o conforto térmico, facilitando o aquecimento e resfriamento de interiores, e até melhora outras questões cotidianas, como a simplificação da limpeza.
Princípio 10: USE E VALORIZE A DIVERSIDADE
“Diversidade reduz a vulnerabilidade de uma variedade de ameaças e tira vantagem da natureza única do meio ambiente no qual ele reside.” – David Holmgren
Neste décimo princípio, Holmgren diz “não coloque todos os ovos na mesma cesta”, afirmando que a diversidade “oferece seguro contra as variações do nosso ambiente.”
Se notarmos, a cidade tem diferentes tipos de edifícios, com diferentes tamanhos, configurações e orientações. Cada um foi destinado a responder às condições específicas de cada local e de um usuário em particular. Se em vez disso, encontramos bairros onde absolutamente todas as casas são as mesmas, algo está errado. Por que uma casa situada na rua principal é igual a uma que está localizada em uma rua tranquila com pouco movimento? Por que uma casa que recebe muita luz a partir do norte é igual a uma que é mais orientada para o sul? Isso não faz sentido.
Diversidade reflete uma certa especificidade nas respostas que cada arquiteto entregou, permitindo que cada projeto seja concebido de acordo com as circunstâncias que o rodeiam.
Princípio 11: USE LIMITES E VALORIZE O MARGINAL
“A interface entre as coisas é o local onde os eventos mais interessantes acontecem. Estes são muitas vezes os elementos mais valiosos, diversos e produtivos no sistema.” – David Holmgren
“Não considere estar no caminho certo só porque todo mundo usou-o.” Holmgren é claro em dizer que a técnica mais popular nem sempre coincide com a melhor abordagem
Este princípio nos diz para aproveitar e valorizar todas as oportunidades que, à primeira vista, não parecem relevantes, e analisar a comissão recebida com os olhos abertos, permitindo-nos ver além do óbvio
Se o nosso projeto parece estar se movendo no rumo equivocado, pode ser bom mudá-lo completamente. Se não encontramos variáveis contidas dentro do terreno que nos ajudam a projetar, pode ser bom olhar além dos muros que o cercam.
Nas bordas, apenas por estarem fora da “norma” (ou de um olhar centralizado), começam a suceder uma série de situações espontâneas que, na maioria dos casos, estão corretos pois surgem naturalmente, sem pressão ou estereótipos. Nossos projetos devem surgir da mesma forma; evitando preconceitos e modas que nos restrinjam a trabalhar dentro de certas margens, porque podemos facilmente ignorar o “ponto-chave” do projeto.
Princípio 12: USE CRIATIVAMENTE E RESPONDA ÀS MUDANÇAS
“Podemos ter um impacto positivo na mudança inevitável ao observar cuidadosamente, e depois intervir no momento certo.” – David Holmgren
Finalmente, Holmgren disse que “a visão não é ver as coisas como elas são, mas como elas serão” e que “entender a mudança como muito mais do que uma projeção linear.”
Embora seja uma tarefa difícil, como arquitetos, devemos ser capazes de imaginar o futuro. Os edifícios que estão sendo construídos hoje compõem o contexto para outros arquitetos nas próximas décadas e, de alguma forma, estamos determinando o que continuará a ser utilizado ou não.
Nossa responsabilidade é antecipar adequadamente o que está por vir, e a melhor maneira de fazer isso é ter certeza de que cada um dos nossos projetos ajude a orientar-nos, como seres humanos, para o melhor futuro possível.
Talvez se seguirmos esses 12 princípios estaremos mais perto de deixar um bom legado. Não é mais que o senso comum.
[1] Bill Mollison; Introduction to Permaculture (Second Revised Edition, 2002)
[2] About Permaculture / Holmgren.com.au.
Fonte: Franco, José Tomás. “Como integrar os 12 princípios da permacultura para um projeto realmente sustentável” [How to Integrate the 12 Principles of Permaculture to Design a Truly Sustainable Project] 23 Ago 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Souza, Eduardo) Acessado 15 Mar 2017. <http://www.archdaily.com.br/br/793829/como-integrar-os-12-principios-da-permacultura-para-um-projeto-realmente-sustentavel>
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Janelas de vidro que esquentam água, e não o ambiente
02/02/17
Janela-radiador
Que tal uma janela que, além de controlar a luz que passa e evitar que o calor entre, ainda funcione como aquecedor solar, usando o calor do Sol para produzir água quente?
“Nossa janela é uma combinação das janelas de vidro comuns com camadas adicionais preenchidas com líquidos – uma na janela externa, ou outra na interna,” explica Anne-Sophie Zapf, da Universidade de Liechtenstein, coordenadora do projeto Fluidglass, financiado pela União Europeia.
Depois de analisar diversas abordagens, a equipe optou por uma janela composta por três camadas de vidro ligeiramente espaçadas, o que deixa dois espaços internos. Ambos são preenchidos com um líquido que é essencialmente água, mas contendo nanopartículas que permitem capturar energia e produzir sombra.
Sombra e água quente
A camada externa possui nanopartículas que absorvem a energia solar e aquecem a água. A água é mantida em um fluxo contínuo, como se a janela fosse um radiador. A água quente pode ser então armazenada em um tanque para uso doméstico, ou dirigida para um trocador de calor ou uma bomba de calor, podendo ser aproveitada inclusive para gerar energia.
A camada interna pode ser quente ou fria, dependendo da estação, provendo aquecimento ou resfriamento conforme o desejo dos ocupantes.
A quantidade de partículas no fluido pode ser controlada, de forma a prover um efeito ajustável de sombreamento. “Quando mais [partículas] no fluido, mais escuro ele fica, e mais energia ele pode coletar,” explicou Zapf.
Retrofitting
As janelas foram projetadas para se encaixar nos vãos tradicionais nas paredes, permitindo seu uso em prédios já construídos, em substituição às janelas tradicionais.
Segundo os cálculos da equipe, a economia potencial de energia vai de 50 a 70%. Já para as construções novas, já projetadas para consumirem menos energia, os ganhos chegam a 30%.
A expectativa é que as novas janelas cheguem ao mercado a partir de 2018.
Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/
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Centro Holístico Punto Zero
29/11/16
Com o desafio de gerar o mínimo impacto no entorno natural, o Centro Holístico Punto Zero – desenvolvido pelos arquitetos do escritório Dio Sustentable – ergue-se a base de materiais ecológicos e sistemas limpos de geração de energia, além de incorporar a permacultura e o estudo de geometrias sagradas durante o processo de projeto.
Seus diferentes edifícios são construídos em madeira, palha e adobe.
O projeto pediu que se trabalhasse com materiais ecológicos e que impactassem minimamente o meio ambiente. Além disso, também requisitou-se a implementação de tecnologias limpas para a geração de energia elétrica e para a climatização. Implementou-se ainda um sistema para reciclar as águas residuais do projeto. Os jardins contemplam a incorporação de árvores frutíferas e vegetais como parte integral do projeto paisagístico de permacultura.
O doyo, recinto onde são realizadas as meditações, possui um sistema geotérmico de climatização por meio da terra. Este sistema aproveita a temperatura permanente da terra, 14º, para aquecer ou refrigerar um espaço interno, economizando recursos energéticos derivados da necessidade de aquecer ou resfriar o ar. A iluminação é zenital, onde mostra-se o cubo metatron.
Os dormitórios com banheiros individuais foram dispostos em um programa de corredor e beirais pela radiação solar, dispostos em forma de células hexagonais de dois em dois onde em sua intersecção implanta-se uma estufa triangular que atua como parede “trombe” para ambos os dormitórios.
Este sistema passivo somado à cobertura ventilada e a um sistema construtivo baseado em estrutura de madeira modulada com interior de adobe para que haja inércia térmica e fardo de palha para o isolamento, alcança uma climatização ótima para todas as estações do ano. Há, ainda, um sistema solar ativo para o aquecimento de água.
O complexo contempla também um pavimento de tratamento ecológico de águas residuais, um sistema tohá. Trata-se de um sistema de reciclagem, que processa as águas cinzas e pretas da rede de esgoto ao passar por biofiltros e depois por uma câmara de luz UV, deixando a água 99% limpa para irrigação
Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/800279/em-detalhe-madeira-palha-e-adobe-centro-holistico-punto-zero
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Escola de Taquaritinga é finalista em concurso de sustentabilidade
06/11/16
Projeto desenvolvido por alunos secundaristas concorre a 100 mil dólares no Prêmio Zayed de Energia do Futuro, em Abu Dhabi
Um projeto realizado por alunos da Escola Estadual Prof. Dimas Mozart, de Taquaritinga, a 300 km de São Paulo, na zona Noroeste do Estado, foi selecionado entre os finalistas do Prêmio Zayed de Energia do Futuro, organizado pelo governo dos Emirados Arábes Unidos, para incentivar projetos de sustentabilidade nas escolas. A iniciativa é da professora de Ciências e Biologia, Viviane Cristina Silva Ramos, que estimulou os alunos a reunir ideias para desenvolver um projeto para o concurso.
“Os alunos pesquisaram, deram ideias, gravaram vídeos. Fui juntando as ideias sobre o que eles sonhavam em mudar na escola, sobre o que poderia ser mudado para tornar a escola mais sustentável”, conta Viviane. O resultado foi a formulação de um projeto com oito páginas escrito pela professora e traduzido para o inglês pelo consulado dos Emirados Árabes, em São Paulo.
Entre as ideias para tornar a escola mais sustentável, estão a produção de balões térmicos nos refeitórios para que os alunos sirvam as suas próprias refeições; a construção de cisterna para captação de água de chuva e de uma composteira para horta orgânica; pintura de paredes com tinta ecológica; substituição do uso de lâmpadas incandescentes por lâmpadas de Led; instalação de placas solares para a geração de energia; troca de torneiras e descargas por modelos que economizem água; e instalação de telhas transparentes para aproveitar a iluminação natural.
O projeto concorre na categoria Escolas Secundárias Globais e o prêmio para a escola vencedora é de 100 mil dólares para o desenvolvimento do projeto. Concorrem uma unidade de cada continente (América, Europa, África, Ásia e Oceania). Entre as escolas da América, concorrem mais dois projetos, da Bolívia e do México.
O resultado do concurso será conhecido em janeiro de 2017. Neste mês, a professora Viviane, acompanhada de dois alunos que mais se destacaram na formulação do projeto, vai a Abu Dhabi, para acompanhar a cerimônia de divulgação dos vencedores do prêmio
A escola
Estudam na Escola Estadual Prof. Dimas Mozart 446 alunos, de 11 a 17 anos, dos ensinos Fundamental e Médio. Desde 2013, são desenvolvidas ações de sustentabilidade na unidade escolar do Estado em Taquaritinga, segundo Viviane Silva Ramos. “Temos uma horta simples e tentamos conscientizar os alunos sobre coleta seletiva e economia de energia, para que eles levem essas ideias para casa”, afirma.
O projeto dos alunos inclui a transformação de uma sala ociosa na escola para a promoção de palestras sobre o tema da sustentabilidade.
O prêmio
O Prêmio Zayed de Energia do Futuro foi criado em 2008 e distribui anualmente US$ 4 milhões em premiações a projetos que promovam o uso de energia renovável e de ações sustentáveis.
Cinco categorias são premiadas: Grandes corporações; Pequenas e médias empresas; Organizações não lucrativas; Conjunto da obra; e Escolas secundárias globais.
Segundo Ana Paula Fava, chefe da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais do Estado de São Paulo, nos últimos dois anos a organização do prêmio tem realizado um trabalho de promoção para que o estado participe do evento.
Do Portal do Governo do Estado
