Artigos com o marcador empreiteira
Reciclagem de entulho é um empreendimento viável
27/01/14
As cidades brasileiras podem fornecer brita e areia recicladas para a indústria da construção civil de forma complementar aos agregados naturais a partir de Resíduos de Construção e Demolição (RCDs), aponta pesquisa da Escola Politénica (Poli) da USP. A viabilidade da reciclagem por meio da mineração urbana foi verificada a partir de uma modelagem teórica baseada na análise do conteúdo e da destinação dos resíduos nas cidades de Macaé (Rio de Janeiro), Maceió (Alagoas) e São Paulo. O trabalho do engenheiro Francisco Mariano Souza Lima teve orientação do professor Arthur Pinto Chaves, do Departamento de Engnharia de Minas da Poli.
De acordo com o engenheiro, o gerenciamento dos resíduos é afetado por dois aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela lei federal 12.305, de 2 de agosto de 2010. “São os princípios do poluidor pagador e do protetor-recebedor, além da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto”, aponta. “As empresas da cadeia da indústria da construção civil tornam-se responsáveis pelos custos do gerenciamento dos RCDs desde a geração até o descarte final ou a reciclagem. A lei incentiva a criação de mecanismo de mercado para o gerenciamento destes resíduos.” A supervisão do serviço é feita pelos municípios e a reciclagem pode ser realizada por empresas privadas.
O manejo dos resíduos é muito diferenciado nos municípios brasileiros, destaca Souza Lima. “Considerando o total de 5564 municípios, 3639 realizam pelo menos a coleta destes resíduos. No entanto, entre as cidades que fazem o manejo de RCDs, somente 79 possuem alguma forma de reaproveitamento”, ressalta. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são de 2008 e são expostos no Plano Nacional de Saneamento Básico. “Estima-se que a geração de entulho no Brasil é da ordem de 100 milhões de toneladas por ano (tons/ano). A estimativa baseia-se na geração por habitante de 0,5tons/ano, comprovada pela pesquisa na cidade de Macaé.”
Sentido econômico
O engenheiro afirma que o sentido econômico de minerar é conferir valor a um minério que está misturado em geral a outros. “Fisicamente ocorre a separação deste mineral ou conjunto destes minerais dos demais que não tem valor econômico”, conta. “Da mesma forma, os RCDs ganham valor quando são tratados por técnicas de separação mineral e a fração mineral que nos interessa nos entulhos volta como mercadoria no mercado de agregados. A industrialização e a própria urbanização alocou este processo de valorização nas cidades.”
A pesquisa fez a modelagem dinâmica no período de 20 anos para as três cidades abarcando todo o processo, desde a geração até o descarte ou a reciclagem dos resíduos tendo em vista os diferentes conteúdos destes resíduos amostrados . “Os resultados mostram a heterogeneidade das cidades amostradas no tocante a qualidade do RCD originários de distintos processos de urbanização”, relata Souza Lima. “O modelo de custo-benefício mostra que os benefícios superam os custos na seguinte ordem: São Paulo, Macaé e Maceió.”
Segundo o pesquisador, as plantas móveis de reciclagem são mais viáveis do que as fixas na cidade de Macaé. A região de São Paulo, devido ao maior volume de resíduos e maiores estímulos à reciclagem, é a única entre as três que não precisa de subsídios para implantar o sistema. “O modelo de viabilidade mostra que a qualidade do resíduo tem considerável influência na viabilidade das empresas de reciclagem”, afirma. “Os fatores mais sensíveis ao modelo de viabilidade são, pela ordem, o valor cobrado pelo terreno, a taxa cobrada na entrada dos RCDs na planta de reciclagem, os custos de operação da planta e os impostos em vigor.”
Souza Lima afirma que o modelo testado pode ser replicado para qualquer cidade brasileira e propõe o conceito de “industria recicladora emergente”. “Seu processo de implantação está em marcha e em alguns lugares consolidados como na região metropolitana de São Paulo, com um grande número de empresas recicladoras privadas que constituíram a Associação Brasileira para Reciclagem dos Resíduos de Construção e Demolição (Abrecon), fundada em 2011″, conclui.
Fonte: http://www.usp.br/agen/?p=166670
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Reciclagem de cimento e concreto é feita com raios
11/10/12
Emissões concretas
Milhares de caçambas trafegam todos os dias pelas grandes e pequenas cidades do mundo todo, levando para descarte milhões de toneladas de pedaços de concreto retirados de obras e demolições.
O impacto sobre o meio ambiente, e o custo das novas construções, seriam muito menores se fosse possível reciclar esse concreto.
Para se ter uma ideia do impacto das emissões de CO2 geradas pela produção de cimento, basta ver que a produção de uma tonelada de cimento libera de 650 a 700 quilogramas de dióxido de carbono.
Isto significa que de 8 a 15 por cento da emissão anual global de CO2 é devida unicamente à fabricação de concreto.
E, até hoje, não existe uma solução ideal para a reciclagem do concreto descartado.
O que existe hoje é o chamadodowncycling, com a reutilização de uma parte do material em aplicações menos nobres, cuja qualidade deteriora a cada reutilização.
Reciclagem do concreto e cimento
Não satisfeito com a situação, o Dr. Volker Thome, do Instituto de Física das Construções, em Holzkirchen, na Alemanha, foi buscar inspiração em uma técnica explosiva criada por pesquisadores russos nos anos 1940.
Ele queria eliminar o maior problema de todas as tentativas feitas até agora de reciclar o concreto e o cimento: a enorme quantidade de poeira gerada na moagem do material.
Além disso, seu interesse é obter de volta as partículas de brita incorporadas no concreto, e reutilizá-las sem perda de qualidade, para o que a moagem não é uma solução adequada.
Para alcançar esses objetivos, Thome reviveu um método desenvolvido por cientistas russos na década de 1940, mas que depois foi abandonado: a fragmentação eletrodinâmica.
Esta técnica permite que concreto seja dividido em seus componentes individuais – agregado e cimento.
Força dielétrica
O método de “desmontagem” do concreto consiste em uma autêntica tempestade de raios, rompendo o concreto com descargas elétricas.
“Normalmente um raio prefere viajar através do ar ou da água, e não através de sólidos,” explica Thomas. Mas, para que o raio exploda o concreto, é necessário garantir que ele atinja e penetre no aglomerado.
Mais de 70 anos atrás, cientistas russos descobriram que a força dielétrica, isto é, a resistência de um fluido ou sólido a um impulso elétrico, não é uma constante física, mas varia com a duração do raio.
“Com uma descarga extremamente curta – menos de 500 nanossegundos – a água atinge imediatamente uma força dielétrica mais alta do que a maioria dos sólidos,” explica Thome.
Isto significa que, se o concreto estiver imerso em água e for atingido por uma descarga de 150 nanossegundos, o raio vai correr através do sólido, e não através da água.
Fragmentação eletrodinâmica
Esta é a essência do método.
No concreto, o raio corre ao longo do caminho de menor resistência, a fronteira entre os componentes que o formam, ou seja, entre o cascalho e o cimento.
O primeiro impulso enfraquece mecanicamente o material. Em seguida, forma-se um canal de plasma no concreto que cresce durante alguns milésimos de segundo, produzindo uma onda de pressão de dentro para fora.
“A força dessa onda de pressão é comparável com uma pequena explosão”, diz Thome.
O concreto é dilacerado e dividido em seus componentes básicos, estando todos prontos para reúso.
No experimento em escala de laboratório, os pesquisadores já conseguem processar uma tonelada de resíduos de concreto por hora.
“Para trabalhar de forma eficiente, nosso objetivo é atingir um processamento de pelo menos 20 toneladas por hora,” diz Thome.
Segundo ele, a expectativa é que, dentro de dois anos, o sistema possa estar operando em escala industrial, pronto para lançamento no mercado.
http://www.inovacaotecnologica.com.br
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Dilema: pedreiro ou empreiteira?
21/09/10
Uma das primeiras dúvidas que temos antes de iniciar um empreendimento de construção é: será mais vantajoso contratar uma empresa construtora ou um pedreiro autônomo?
Bem, deve-se analisar com muita atenção os prós e os contras das duas opções. Abaixo temos algumas vantagens e desvantagens de ambos e alguns cuidados e dicas na hora de construir.
Construtora
Pedreiro Autônomo
- Cuidados ao contratar um pedreiro autônomo que você não conheça muito bem. Antes de contratar procure referencias;
- Sempre o andamento da obra deverá ser fiscalizado, principalmente se o pedreiro receber diariamente;
- Nunca dê total autonomia ao pedreiro para decidir o que fazer e como fazer ( peça orientação de um engenheiro);
- Faça contrato, mesmo sendo autônoma a utilização de contrato se faz importante, pois caso algo esteja fora do padrão ou ele te deixe na mão você poderá recorrer à justiça comum, o pedreiro autônomo deverá responder tanto quanto uma empresa especializada de construção civil.
- Se o Pedreiro for de total confiança dê a ele total autonomia para comprar material necessário para obra (ele como ninguém sabe o que é bom e barato para a construção)
- Pedreiro com boas referencia dispensam a fiscalização diária, mas se preocupe em ver a obra a cada 2 dias.
- Tente negociar por empreitada cada etapa da obra, geralmente sai mais em conta.
A supervisora da área de produtos e serviços Procon-SP, Márcia Christina Oliveira, aconselha que tanto para a contratação de pedreiros quanto de empreiteiras é preciso firmar contrato. “Isso estabelece garantia para quem contrata os serviços. No caso de alguma reclamação ou falta de cumprimento do que foi firmado, a pessoa pode acionar o Procon para tentar reverter a situação”. É preciso que conste no documento (contrato) recibos e pagamentos do que foi feito, endereço, RG e CPF do profissional ou da empresa, prazo de entrega da obra, valor acordado pelo serviço e formas de pagamento. “Entregue isso, vamos notificar o profissional e num prazo de dez dias é preciso que haja algum acordo. Caso contrário, é marcada audiência de reconciliação. O que não pode acontecer é deixar de recorrer.”
Não esqueça de visitar obras já executadas tanto pelo pedreiro quanto pela construtora; obter pelo menos 2 referências, antes de contratar pedreiro solicite documentos originais e procure conhecer os antecedentes do mesmo.
Existem diversos sites onde você pode calcular o material que será utilizado na obra, assim você evita que desperdicio.
Obs. Por favor não coloquem propaganda nesta página. Nós não informamos telefones de pessoas, profissionais ou empresas. Só divulgamos telefone de universidades, ongs, centros de pesquisa, tecnologia, etc. Nosso objetivo não é divulgar profissionais, mas ideias e valores.
Obrigada pela visita,
Abraço,
Míriam
