Artigos com o marcador construção sustentável
Habitação Ecológica
17/03/20
Habitação ecológica ultrapassa os modelos tradicionais com o foco total no papelão
Casa modular e flexível, concebida na Holanda, dá um banho quando o tema é inovação e sustentabilidade, sem esquecer do conforto
Parece mesmo não haver limite para a arquitetura, principalmente quando o assunto são construções sustentáveis. Uma verdadeira revolução tecnológica, acompanhada de uma profusão de boas ideias, invade o setor e resignifica o sentido do morar. Conceitos que poderiam ser tidos como simples, mas por outro lado são frutos de um trabalho dedicado, saem das pranchetas dos profissionais com a força necessária para se colocar positivamente no espaço, ao respeitar a natureza em todas as fases do processo.
É o caso desta casa modular e ecologicamente correta que um estúdio holandês acaba de apresentar ao mercado. Assinada e concebida pela Fiction Factory, de Amsterdã, a Wikkelhouse (em tradução livre, “casa embrulhada”) é formada quase por inteiro a partir do papelão, e pode ser personalizada em tamanho e função, conforme o desejo do usuário. Os autores do projeto têm expertise na atuação criativa com a arquitetura e o design de interiores, trazendo na bagagem uma experiência de quase 30 anos na área.
A estrutura é feita partindo de 24 camadas do material, de altíssima qualidade, que envolve um molde giratório com o leiaute de uma casa. Cada faixa é colada com uma super-cola ecológica que permite boa durabilidade e ótimo isolamento. Daí o mote para o nome da obra – a palavra holandesa ‘wikkelen’ significa ‘embrulhar’. O acabamento é especificado com uma camada impermeabilizante, além de painéis de madeira que preservam a habitação de intempéries.
Com um modelo três vezes mais sustentável e eco-amigável que uma casa convencional, a Wikkelhouse é toda formada por matérias-primas de baixo impacto ambiental. Ela é completamente reciclável, com componentes que possibilitam a desconstrução para o reaproveitamento infinito. A morada também não requer uma base de apoio – com cada segmento pesando apenas 500 quilos, pode ser alocada e conectada ao terreno em um dia.
A proposta é que a Wikkelhouse possa estar onde for a intenção do cliente. Uma vez concluída, cabe para ser transportada em caminhão ou navio para campos gramados, à praia, em prédios comerciais, içada para o telhado de edifícios, no jardim, com extrema flexibilidade, adaptando-se às necessidades particulares. A casa é feita para durar pelo menos 100 anos e os tipos de pintura no interior seguem as preferências de cada um. A morada pode servir como local de trabalho, de férias, de meditação, para a família, como ambiente para escritores ou músicos.
Constituída por módulos de 4,6 m de comprimento x 1,2 m de largura x 3,5 m de altura, a casa consegue crescer em tamanho de acordo com a demanda – sem limites pré-concebidos, a estrutura é capaz de atingir inclusive 127 partes na profundidade. Com frações inteligentes, a Wikkelhouse pode reunir quarto, salas de estar e jantar, apoio para escritório, cozinha, banheiro e chuveiro, além de janelas e acabamentos personalizáveis, e até lareira.
Oferecida por uma oficina em Amsterdã, por enquanto a casa só pode ser adquirida nos Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, França, Alemanha, Reino Unido e Dinamarca.
Fonte: https://estadodeminas.lugarcerto.com.br
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Índia constrói casas resistentes a enchentes com materiais locais
09/12/19
Casas à prova de inundações
O estado de Kerala, no sul da Índia, que perdeu quase um milhão de casas em duas inundações desastrosas em 2018 e 2019, está tentando se adaptar às mudanças climáticas construindo casas resistentes a inundações.
Em dois anos, um sexto da população de 35 milhões de habitantes do estado foi afetado pelas inundações e 1,4 milhão delas teve que abandonar suas casas. Muitas casas frágeis foram destruídas e estão sendo reconstruídas do zero.
Percebendo que as inundações serão uma ocorrência cada vez mais regular no futuro, à medida que as mudanças climáticas continuarem a tornar o clima mais extremo, o plano é projetar e construir casas que possam suportar as inundações.
E, de acordo com os arquitetos pioneiros na área, elas devem ser construídas com materiais locais, como bambu, cal e lama.
“Estamos usando tijolos de barro entrelaçados, pilares feitos de bambu tratado, barro e concreto. Para reboco, usamos cascas de coco, bambu tratado e telhas de barro. O bambu é um substituto significativo do aço e tem uma resistência equivalente,” contou o arquiteto Gopalan Shankar.
Tecnologia habitacional de baixo custo
Shankar iniciou seu negócio sem fins lucrativos, o Habitat Technology Group, em 1987, como uma banda de um homem só.
Levou seis meses para ele conseguiu sua primeira encomenda, mas ele agora trabalha com 400 arquitetos, engenheiros e assistentes sociais, e possui 34 escritórios regionais e 35.000 trabalhadores treinados em toda a Índia.
No estado de Kerala, ele acaba de concluir a construção de 250 casas resistentes ao clima para as vítimas das enchentes.
O governo indiano tem um esquema que dá às pessoas um subsídio para reparar suas casas após uma enchente, mas as incentiva a construir de maneira a tornar as casas mais capazes de suportar impactos futuros.
“Em áreas propensas a inundações, quando há necessidade de residir lá, construímos a casa com o material disponível localmente que possa se mostrar eficiente. Os danos causados pelas inundações não afetam em larga medida o morador, tanto física quanto financeiramente,” disse Shankar.
Fonte: inovaçãotecnológica.com.br
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Tijolos geram eletricidade limpa
08/01/19
Tijolos que geram eletricidade limpa e nunca precisam ser recarregados
Casas construídas com uma nova tecnologia de “tijolos verdes” não precisarão de painéis solares ou geradores eólicos para gerar eletricidade limpa.
Os tijolos termogalvânicos geram eletricidade de forma autônoma, bastando para isso que duas de suas faces estejam em temperaturas diferentes.
Por exemplo, se a parede externa de uma casa estiver quente por receber a luz do Sol, enquanto o interior está sombreado e fresco, a parede produz eletricidade.
Isto ocorre graças a processos de redução e oxidação eletroquímicos equilibrados que ocorrem dentro do tijolo. Enquanto os eletrodos nas suas faces estiverem em temperaturas diferentes, as reações eletroquímicas ocorrem e a eletricidade é gerada.
A grande vantagem é que os compostos envolvidos nessas reações não são consumidos, não se esgotam e nunca precisam ser recarregados – enquanto houver uma diferença de temperatura, a eletricidade será gerada.
Tijolos termogalvânicos
A técnica envolve o uso de água gelificada dentro do tijolo, usufruindo de uma estrutura interna muito conhecida dos matemáticos, chamada schwarzita, fabricada por uma impressora 3D. O benefício adicional é que essa estrutura de superfície mínima (schwarzita D) deixa os tijolos termogalvânicos mais fortes do que os tijolos comuns.
Além disso, a estrutura não apenas permite que a eletroquímica ocorra, como também serve para melhorar o isolamento térmico.
A equipe acredita que este novo dispositivo poderá ajudar a fornecer acesso a energia sustentável e acessível, principalmente em construções distantes de uma rede elétrica.
“A ideia é que esses tijolos possam ser impressos em 3D a partir de plástico reciclado e usados para construir rápida e facilmente coisas como abrigos para refugiados. Pelo simples ato de manter os ocupantes mais quentes ou mais frios do que o ambiente, a eletricidade será produzida, suficiente para fornecer iluminação noturna e recarregar um telefone celular.
“Crucialmente, eles não exigem manutenção, recarga ou reabastecimento. Ao contrário das baterias, eles não armazenam energia, o que também elimina o risco de incêndio e restrições de transporte,” disse o professor Leigh Aldous, do King’s College de Londres, que desenvolveu a tecnologia com colegas das universidades do Arizona, nos EUA, e Nova Gales do Sul, na Austrália.
Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br
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REPLAST
08/11/18
Toneladas de resíduos plástico estão contaminando a vida marinha nos oceanos e por tabela os pássaros e seres humanos e isso é um grande problema, mas felizmente muitas pessoas criativas estão bolando maneiras de resolver essa situação insustentável. A startup americana ByFusion desenvolveu uma tecnologia de tijolo ecológico reciclando os plásticos retirados dos oceanos.
Desta forma, os resíduos de plástico podem ser reutilizados de forma permanente, em vez de serem usados para criar outro item de plástico descartável que pode acabar de volta nos mares. A tecnologia foi uma ideia genial do inventor e engenheiro neozelandês Peter Lewis, e seu processo envolve uma plataforma modular que comprime os restos de plástico em blocos duráveis de várias formas e densidades, com base nas configurações personalizadas para serem encaixados como blocos de Lego.
O tijolo plástico reciclado se chama REPLAST, e seu sistema de fabricação é portátil pois vem dentro de um contêiner e pode ser transportado por caminhão e navio para qualquer lugar do mundo, e foi projetado para rodar com gás ou elétrico, e não precisa que o plástico seja classificado ou lavado.
A ByFusion descreve o REPLAST como um processo de fabricação sem emissões de CO2 e não-tóxico, e diz que os tijolos podem ajudar a melhorar a sustentabilidade de projetos de construção e contribuir para a certificação LEED. Até agora, os blocos de plástico reciclado foram concebidos para serem utilizados em paredes e barreiras de estrada, mas a empresa está aberta a personalização do material de construção para uso em outros tipos de projetos como casas e edifícios.
Não necessitando de cola ou adesivos, os tijolos ecológicos REPLAST poderiam representar a próxima onda de construção sustentável, uma vez que são totalmente reciclados a partir de resíduos de plástico recolhidos (sem discriminação para o tipo de plástico) e têm emissões de CO2 95% mais baixos do que os blocos de concreto tradicional. Devido à natureza dos detritos de plástico, os blocos são muito mais coloridos, também. O vídeo abaixo mostra a construção de uma parede com o simples encaixe dos tijolos de plástico.
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Yurt
06/08/18
Yurt é uma adaptação moderna dos antigos abrigos usados por nômades da Ásia Central durante séculos. É feito com materiais leves e resistentes, combinando praticidade e segurança para quem o utiliza, além de ter baixo custo e pouca manutenção.
Os Yurts têm sido utilizados na Ásia Central por pelo menos três mil anos. A primeira descrição escrita de uma tenda usada como moradia foi gravada por Heródoto de Halicarnasso, que viveu na Grécia entre 484 e 424 aC.
Classificado como uma tenda, o Yurt é muito mais resistente. Com sua estrutura circular, composta por uma banda de tensão, armação de Madeira, paredes feitas com vigas radiais, anel de compressão central, porta moldada e coberta por uma capa de tecido durável, impermeável, proporcionando mais comodidade para os usuários.
Como são montados sobre uma plataforma de Madeira, os Yurts não causam quase nenhum impacto sobre o solo, podendo ser removidos sem deixar vestígios. Sua flexibilidade permite que eles sejam usados de várias maneiras, desde cabines bem simples ou totalmente mobiliados com eletricidade e canalização.
Heródoto, que é considerado como o pai da história, foi a primeira pessoa no mundo a gravar um relato preciso do passado. Ele descreveu o Yurt como tendas, a morada dos Citas, uma nação que viveu no norte do Mar Negro e região da Ásia Central a partir de cerca de 600 aC a 300 dC. Assim, a Yurt foi descrita no primeiro documento histórico no mundo.
Evidências arqueológicas provam que o primeiro império de guerreiros das estepes da Ásia Central, os Hunos, que eram ativos do 4 º para 6 º século dC, usavam Yurts como suas habitações principais.
O italiano comerciante Marco Polo foi o primeiro ocidental a visitar o Império Mongol no século 14. Ele escreveu: “… Eles [os mongóis] têm casas circulares feitas de madeira e cobertos com feltro, que eles carregam com eles sobre quatro rodas, onde quer que vão. O quadro de varas é tão ordenadamente e habilmente construído que é leve para carregar. E cada vez que se deslocam com sua casa e arrumam novo lugar para ficar, a porta está sempre voltado para o sul.”
Estas estruturas são conhecidas em muitas partes do mundo por seu nome russo, Yurt, enquanto na Mongólia estas resistentes casas são chamados“GER”.
A tenda tem muitas características únicas que a tornam ideal para servir como moradia para os nômades da Ásia Central, que devem mover-se regularmente e enfrentar severas condições climáticas na maior parte do ano.
Portátil: Um Yurt é fácil de montar, desmontar e transportar. Dependendo do tamanho, uma tenda pode ser montada ou desmontada em qualquer lugar a partir de 30 minutos até três horas. Após a desmontagem, as várias partes do Yurt eram carregadas em camelos, cavalos e carros de boi para o transporte.
Os pastores nômades passam pelo menos três ou quatro vezes por ano em busca de boas pastagens, esta característica é de fundamental importância.
Durante os tempos de guerra, antigos guerreiros nômades estavam constantemente em movimento e a portabilidade dos Yurts lhes dava a oportunidade de levar suas casas onde quer que fossem.
“A História Secreta dos Mongóis”, o relato clássico da vida do famoso construtor de império mongol Gengis Khaan, descreveu uma série de eventos relacionados com a Yurt.
A circulação de ar: O Yurt tem uma abertura no centro da cobertura, que é chamada de coroa ou toono. O ar que vem através dela atinge todas as partes do interior, fornecendo ar fresco para toda casa.
Calor e frio: A temperatura na Mongólia varia de -31 a + 104 graus Fahrenheit (-35 a 40 graus Celsius), dependendo da época. O Yurt é projetado para proporcionar conforto aos seus habitantes, em ambas as condições, quentes ou frias. O fogão a lenha central fornece calor uniformemente por toda a tenda, quando necessário, com camadas extras de feltro acrescentadas em volta da estrutura nos meses mais frios para fornecer isolamento.
Quando é quente, a extremidade inferior da cobertura do Yurt é levantada ligeiramente. Isto aumenta o fluxo de ar dentro, e tem um efeito de arrefecimento agradável.
Um revestimento é puxado por cima da abertura, na coroa, no calor do verão, para evitar que a luz solar aqueça o interior da tenda. Esta cobertura também é utilizada em dias de chuva.
Resistência ao vento: As planícies da Mongólia são bastante ventosas. Nas estepes abertas e em regiões desérticas, o vento pode ser forte o suficiente para derrubar qualquer outro tipo de habitação portátil. A forma circular do Yurt é a maneira segura de resistir a estes ventos, independentemente da direção de onde o vento se origine.
Fonte: http://institutoecoacao.blogspot.com
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Cidades Inteligentes
14/06/18
Remodelagem urbana
É certo que as cidades inteligentes dependem de uma ação conjunta da sociedade – mas um conjunto de boas ideias também ajuda muito.
Para uma equipe multidisciplinar, reunida em torno do projeto europeu RemoUrban (remodelagem urbana), uma cidade inteligente é uma cidade onde a vida se tornou mais fácil.
E eles não estão ficando só na teoria.
Passagens de ônibus podem ser compradas diretamente de um aplicativo no celular e os carros particulares são paulatinamente substituídos por carros e bicicletas compartilhados pelo público. Ônibus e carros não funcionam com gasolina ou outros combustíveis convencionais, eles são alimentados por eletricidade, graças a infraestruturas de recarregamento disseminadas por toda a cidade.
As consequências de todas estas melhorias na mobilidade são a redução do consumo de energia e das emissões de CO2 e a redução do tempo de viagem porta-a-porta.
Inteligência urbana
Nas cidades que começam a incorporar inteligência urbana, bairros antigos não são deixados abandonados, eles são regenerados.
Edifícios são isolados termicamente para consumir menos energia em ar-condicionado e aquecimento e ainda se conectam uns aos outros através de redes de compartilhamento de água e ar quentes e frios. Além disso, esses edifícios compartilham informações conforme cada morador define se o interior de seus apartamentos está muito quente ou muito frio, permitindo que os próprios edifícios estabeleçam a temperatura e o consumo de energia de suas centrais de resfriamento e aquecimento.
Em troca, os moradores monitoram quanta energia estão gastando e economizando em mapas interativos de energia, que fornecem uma representação visual do consumo de energia de toda a área em que vivem.
Como a energia é indispensável, boa parte dela já está vindo de painéis solares e de aquecedores termossolares.
Cidades de teste
Tudo isso parece roteiro de um documentário futurístico, mas na verdade não é.
Todas essas atividades listadas acima já estão acontecendo agora em Nottingham (Inglaterra), Valladolid (Espanha), Tepebasi/Eskisehir e Miskolc (Turquia) e Seraign (Bélgica).
Estas cidades foram selecionadas como berço de testes das tecnologias e práticas selecionadas pelo projeto Remourban, que está sendo financiado pela União Europeia.
O objetivo final é desenvolver um modelo de regeneração urbana sustentável, através da reformulação das infraestruturas de energia, mobilidade e tecnologia da informação, chegando a algo mais parecido com cidades inteligentes e sustentáveis.
Para não ficar só na teoria, todos as diretrizes selecionadas estão sendo testadas na prática. Desta forma, outras cidades poderão avaliar a pertinência de cada solução para sua própria situação particular e seguir o exemplo, adotando as melhores práticas.
http://www.inovacaotecnologica.com.br
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MIT estuda grafeno para construção civil
29/05/18
Engenheiros do MIT criam material de construção 10 vezes mais forte que o aço estrutural
Uma equipe de investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) criou um novo material, de baixo peso, que é considerado o mais resistente de sempre. De acordo com o MIT, o novo material de construção foi obtido através da compressão e fusão de flocos de grafeno.
Com uma configuração geométrica espongiforme, o material tem 5% da densidade do aço e uma resistência à compressão e tração 10 vezes superior.
Apesar das excecionais propriedades estruturais do grafeno serem, há muito tempo, conhecidas, a sua utilização em elementos tridimensionais tem sido limitada pela dificuldade em traduzir o comportamento bidimensional, amplamente estudado e documentado, para o fabrico 3D.
De forma a ultrapassar esta lacuna, os investigadores do MIT analisaram o comportamento do material ao nível atómico, produzindo um modelo matemático que consegue traduzir com um grau de fiabilidade elevado, as observações experimentais.
A equipe conseguiu comprimir pequenos flocos de grafeno, através de uma combinação de calor e pressão, de forma a produzir estruturas estáveis, de geometria otimizada, que possuem uma grande área superficial em comparação com o seu volume.
O material tridimensional de grafeno é composto por superfícies curvas, meticulosamente dispostas de forma a maximizar a resistência à tração e compressão do elemento.
Embora o uso do grafeno seja um fator importante, ele não é determinante na obtenção de resistências elevadas, estando o comportamento mecânico dos elementos fabricados pelo MIT, principalmente dependente da organização geométrica atómica, pelo que a opção por outros materiais é igualmente possível.
De acordo com os investigadores, a disposição geométrica poderá até ser aplicada em elementos estruturais de grande escala, como os pilares ou tabuleiros de pontes de betão.
Outra das opções colocada pelos engenheiros norte-americanos, mais viável para o fabrico industrial do material, é o uso de partículas poliméricas ou metálicas para a construção do modelo inicial, sendo este revestido com grafeno através de deposição química a vapor. O processo seria finalizado através da sujeição dos elemento estruturais a um tratamento de calor e remoção física ou química do modelo, de forma a restar apenas a estrutura tridimensional de grafeno.
Fonte: https://www.engenhariacivil.com
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Tinta Solar
08/04/18
Tinta Solar transforma superfícies em gerador de energia a partir do Hidorgênio
Hidrogênio pode ser utilizado em carros que não emitem poluentes tóxicos, porém o custo da produção do hidrogênio é um fator limitante para que essa tecnologia seja mais amplamente aplicada. Isso está prestes a mudar com a descoberta de pesquisadores australianos que descobriram uma forma de produzir Hidrogênio usando luz solar e vapor de água.
Hidrogênio é a energia ideal
O processo consiste em pintar o composto químico em tetos e superfícies que ficam expostas ao sol. O pesquisador e co-autor Kourosh Kalantarzadeh explica:
Hidrogênio é a fonte de energia ideal no Planeta, se você pode transformar água em hidrogênio, você terá uma fonte infinita de energia
A pesquisa foi publicada no jornal ACS Nano e descreve como a tinta utiliza a luz solar para quebrar a umidade em hidrogênio e oxigênio. O método atual utilizado é a eletrólise. Esse é um processo ineficiente para escala industrial, pois requer alta quantidade de energia para ser completada, além de anular seu propósito original de criar energia sustentável
A nova descoberta pode ter um impacto significativo na busca por alternativas aos combustíveis a base de carbono. Hidrogênio pode ser usado em veículos automotores e até foguetes quando postos em compressão. De fato, NASA é o maior usuário de hidrogênio no mundo.
O gás também é capaz de acumular energia, fazendo dele um agente de transformação no desenvolvimento de células combustíveis sustentáveis. Esse poderia ser o fim para as baterias de lítio que são muito poluidoras e prejudiciais. O pesquisador Torben Daeneke na Universidade RMIT, diz:
Baterias de íons de lítio são as piores em termos de pegada de carbono. Elas ainda precisam evoluir muito para baixar sua pegada de carbono
A tinta recém descoberta é a combinação de lubrificante sulfeto de molibdênio comum e nanopartículas de dióxido de titânio. Dióxido de titânio é a substância que oferece às pastas de dente e protetores solar sua coloração embranquecida. Tal material absorve tanto a energia solar, quanto a umidade do ar. Ele pode dividir a água em hidrogênio e oxigênio para que seja usado como combustível.
Pesquisador Dr. Torben Daeneke afirma:
A simples adição desse novo material pode converter um tijolo em fonte de energia
Essa tinta não será comercializada elos próximos cinco anos, mas pesquisadores acreditam que uma vez tento o processo melhorado, será muito acessível e adaptável em diferentes climas. “Qualquer lugar que tiver vapor de água no ar, até em regiões distantes da água, poderá produzir energia”.
A tinta poderá ser usada em qualquer superfície, de casas a paredes e cercas. Sua habilidade de transformar qualquer estrutura em energia limpa é incrível. Uma vez comercializada a tinta se juntará a uma crescente lista de produtos disponíveis para empoderar pessoas a terem o controle de produção de sua própria fonte de energia.
Fontes: Futurism, Seeker, RMIT
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Hempcrete: o Cânhamo na Construção Civil
08/04/18
Cultivado há séculos, o cânhamo é uma planta versátil, com mais de 25 mil aplicações. Dentre seus vários usos está o hempcrete (concreto de cânhamo), uma alternativa mais sustentável para a construção civil.
O hempcrete é um agregado feito de cânhamo. Suas fibras funcionam bem como material de construção porque são leves e ao mesmo tempo resistentes, oferecendo excelente regulação térmica e controle de umidade.
Essa ideia não é nova, os primeiros registros deste tipo de material datam do século VI, quando o material foi encontrado em pilares de pontes na França. Embora tenha sido redescoberto recentemente, ele tem sido usado na construção de casas e edifícios, e seu uso está se difundindo pelo mundo todo.
O concreto de cânhamo é um material eficiente, não-tóxico e resistente ao mofo, usado como isolamento térmico, para fazer pisos, tetos e paredes.
É muito comum o hempcrete ser combinado com outros materiais em uma técnica apelidada de “parede sanduíche”. O sistema é muito simples: Escolhe-se dois pilares fixos (de madeira, alvenaria ou outro tipo de estrutura). Em seguida, estes dois pontos são ligados por dois compensados de madeira, um de cada lado, deixando um vão entre eles. Esta célula ou espaço vazio é então preenchido com a mistura. Logo os compensados são removidos expondo a parede pronta!
Sendo um material natural respirável, o hempcrete também é frequentemente usado para fazer pisos ou isolamento em telhados. Engenheiros e arquitetos podem usar o material derivado do cânhamo para formar todo o revestimento térmico de uma obra.
Embora seja mais comum o hempcrete ser incorporado em projetos saindo do papel, ele também é um material ideal para melhorar o desempenho térmico de edifícios mais antigos ou até mesmo restaurar prédios históricos. Em particular, ele funciona muito bem no reparo de paredes danificadas ou quando se quer adicionar isolamento em alvenaria sólida, ajudando a controlar a umidade.
O hempcrete é feito da mistura de cânhamo molhado com um aglutinante de cal. Usando betoneiras de argamassa, mistura-se o cânhamo, o calcário em pó e água por 1 ou 2 minutos, até obter uma pasta consistente.
Em seguida, esta massa é aplicada à mão nos vãos, cavidades ou rachaduras da parede. Ao longo do tempo, as reações químicas entre o cânhamo, a água e a cal petrificam a mistura, transformando-a em um bloco leve, porém resistente.
A única desvantagem do hempcrete em relação à alvenaria tradicional é que ele leva muito tempo para curar. Sendo assim, não é ideal para paredes estruturais. Isso é contornado pela fabricação de tijolos com o mesmo material, que curam muito mais rápido do que quando a massa é aplicada diretamente na parede.
Após totalmente secos e curados, os tijolos de cânhamo podem ser empilhados da mesma forma que os tijolos convencionais.
Benefícios
O hempcrete tem muitas vantagens em relação aos materiais de construção convencionais. Além de ser econômico e fácil de fabricar, ele é um produto ecológico de alto desempenho. Confira a seguir alguns de seus muitos benefícios:
- Natural, não é tóxico
- Nenhuma emissão de gases venenosos
- Não utiliza solventes
- Resistente ao mofo
- Resistente a pragas
- Respirável
- Excelente controle de umidade
- Durável
- Sustentável
- Resistência ao fogo
- Ótimo isolante
- Forte
- Leve
- Carbono negativo
O hempcrete é considerado um material melhor do que aqueles classificados como “carbono zero”, já que absorve mais CO2 atmosférico durante toda sua vida útil do que a quantidade de carbono que é emitida em sua fabricação. Ou seja, ao contrário da madeira, que requer alguma forma de desmatamento, contribuindo para a liberação de mais CO2 na atmosfera, o hempcrete pode ajudar a combater a poluição e consequente aquecimento global.
Os materiais de construção modernos são extraídos do solo ou colhidos de florestas centenárias. Enquanto essas árvores levam décadas para se desenvolverem, o cânhamo está pronto para ser processado em apenas quatro meses! Em um único ano é possível produzir até três safras, uma prática muito mais sustentável para o planeta.
Fonte: https://hempmeds.com.br/hempcrete-o-canhamo-na-construcao-civil/
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15 conceitos da construção sustentável
15/03/18
O que é a construção sustentável ?
A construção sustentável é um conjunto de boas práticas que deve estar presente em todas as fases do processo construtivo. Aspectos ambientais, sociais e econômicos devem ser considerados em todas as decisões, desde a escolha do terreno, a implantação adequada ao entorno, passando pela eficiente gestão do canteiro de obras, a geração de resíduos, a relação com os trabalhadores, a escolha dos materiais, como afetará seus usuários e por fim a sua manutenção e desmontagem. O tema mais comentado sobre a construção sustentável é a eficiência energética e hídrica, para alcançá-la pode-se usar técnicas passivas e adicionar o uso de novas tecnologias que otimizam a edificação, como por exemplo o uso de painéis solares fotovoltaicos, sistemas de automação, entre outros. Mas também não se pode esquecer de promover o desenvolvimento social e cultural, além da viabilidade econômica.
15 conceitos da construção sustentável:
- Integração da construção com o entorno;
- Planejamento integrado da obra;
- Canteiro de obra sustentável;
- Aproveitamento passivo dos recursos naturais (ex: iluminação e ventilação natural) ;
- Eficiência energética;
- Gestão e economia da água;
- Gestão dos resíduos na edificação;
- Qualidade do ar do ambiente interior;
- Conforto termo acústico;
- Uso racional dos materiais e tecnologias de menor impacto ambiental;
- Qualidade e durabilidade do processo construtivo;
- Saúde e bem-estar dos ocupantes;
- Responsabilidade Social;
- Manutenção;
- Desmontagem; como a construção se comporta no final do seu ciclo de vida.
Segundo o CBCS, o setor da construção civil consome 75% dos recursos naturais, 20% da água nas cidades (parte da mesma é desperdiçada), e gera 80 milhões de toneladas/ano de resíduos, sendo um dos principais responsáveis pelos impactos ambientais. Além disso, é um dos setores que mais empregam no país e afeta diretamente todos nós, a maior parte do nosso tempo estamos em espaços construídos. Por isso é fundamental que arquitetos, engenheiros e todos os profissionais envolvidos no processo construtivo conheçam e apliquem os conceitos da construção sustentável.
Fonte: sustentarqui.com.br
