Artigos com o marcador construção civil
Bactérias e areia fazem tijolos vivos – que se reproduzem
08/02/20
Tijolos vivos
Novos materiais de construção vivos, que podem crescer e se multiplicar, podem não apenas representar uma revolução no campo dos materiais de construção, como também ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa no futuro.
Chelsea Heveran e seus colegas da Universidade do Colorado, nos EUA, desenvolveram uma técnica que combina areia e bactérias para criar um material vivo que possui uma função estrutural, sem perder suas funções biológicas, como a capacidade de reprodução.
Heveran criou um suporte de areia e hidrogel para as bactérias crescerem. O hidrogel retém a umidade e os nutrientes para que as bactérias proliferem e mineralizem, um processo semelhante à formação de conchas do mar. Combinando os três, a equipe criou um material vivo “verde” que demonstra resistência estrutural semelhante à da argamassa à base de cimento.
“Usamos cianobactérias fotossintéticas para biomineralizar o suporte, então é realmente verde. Parece um material do tipo Frankenstein. É exatamente isso que estamos tentando criar – algo que permanece vivo,” disse o professor Wil Srubar, coordenador da equipe.
Tijolo que se reproduz
O tijolo de hidrogel e areia não está apenas vivo – ele se reproduz.
Se você dividir o tijolo ao meio, as bactérias podem crescer e se transformar em dois tijolos completos com a ajuda de um pouco mais de areia, hidrogel e nutrientes.
Em vez de fabricar os tijolos um por um, a equipe demonstrou que um tijolo-pai pode reproduzir até oito tijolos-filhos após três gerações.
“O que realmente nos entusiasma é que isso desafia as formas convencionais pelas quais fabricamos materiais de construção estruturais,” diz Srubar. “Isso realmente demonstra a capacidade de fabricação exponencial de material”.
Cultivando tijolos
O tijolo precisa ser completamente seco para atingir a capacidade estrutural máxima (maior resistência). É claro que a secagem estressa as bactérias e compromete sua viabilidade.
Para manter a função estrutural e garantir a sobrevivência microbiana, o conceito de umidade relativa ideal e condições de armazenamento é crítico.
Utilizando a umidade e a temperatura como interruptores físicos, os pesquisadores estabeleceram os parâmetros que permitem controlar quando as bactérias crescem e dão origem a novos tijolos, e quando o material permanece inativo para servir à sua função estrutural.
Você ainda não vai encontrar esses microrganismos que viram tijolos na casa de material de construção mais próxima da sua casa. Mas os pesquisadores afirmam que sua capacidade de manter suas bactérias vivas com uma alta taxa de sucesso mostra que os prédios vivos podem não estar muito longe no futuro.
“Esta é uma plataforma de materiais que prepara o terreno para novos materiais interessantes que podem ser projetados para interagir e responder aos seus ambientes,” disse Srubar. “Estamos apenas tentando dar vida aos materiais de construção, e acho que esta é a pepita dessa coisa toda. Estamos apenas arranhando a superfície e lançando as bases de uma nova disciplina. O céu é o limite”.
Artigo: Biomineralization and Successive Regeneration of Engineered Living Building Materials
Autores: Chelsea M. Heveran, Sarah L. Williams, Jishen Qiu, Juliana Artier, Mija H. Hubler, Sherri M. Cook, Jeffrey C. Cameron, Wil V. Srubar III
Revista: Matter
DOI: 10.1016/j.matt.2019.11.016
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Tijolos geram eletricidade limpa
08/01/19
Tijolos que geram eletricidade limpa e nunca precisam ser recarregados
Casas construídas com uma nova tecnologia de “tijolos verdes” não precisarão de painéis solares ou geradores eólicos para gerar eletricidade limpa.
Os tijolos termogalvânicos geram eletricidade de forma autônoma, bastando para isso que duas de suas faces estejam em temperaturas diferentes.
Por exemplo, se a parede externa de uma casa estiver quente por receber a luz do Sol, enquanto o interior está sombreado e fresco, a parede produz eletricidade.
Isto ocorre graças a processos de redução e oxidação eletroquímicos equilibrados que ocorrem dentro do tijolo. Enquanto os eletrodos nas suas faces estiverem em temperaturas diferentes, as reações eletroquímicas ocorrem e a eletricidade é gerada.
A grande vantagem é que os compostos envolvidos nessas reações não são consumidos, não se esgotam e nunca precisam ser recarregados – enquanto houver uma diferença de temperatura, a eletricidade será gerada.
Tijolos termogalvânicos
A técnica envolve o uso de água gelificada dentro do tijolo, usufruindo de uma estrutura interna muito conhecida dos matemáticos, chamada schwarzita, fabricada por uma impressora 3D. O benefício adicional é que essa estrutura de superfície mínima (schwarzita D) deixa os tijolos termogalvânicos mais fortes do que os tijolos comuns.
Além disso, a estrutura não apenas permite que a eletroquímica ocorra, como também serve para melhorar o isolamento térmico.
A equipe acredita que este novo dispositivo poderá ajudar a fornecer acesso a energia sustentável e acessível, principalmente em construções distantes de uma rede elétrica.
“A ideia é que esses tijolos possam ser impressos em 3D a partir de plástico reciclado e usados para construir rápida e facilmente coisas como abrigos para refugiados. Pelo simples ato de manter os ocupantes mais quentes ou mais frios do que o ambiente, a eletricidade será produzida, suficiente para fornecer iluminação noturna e recarregar um telefone celular.
“Crucialmente, eles não exigem manutenção, recarga ou reabastecimento. Ao contrário das baterias, eles não armazenam energia, o que também elimina o risco de incêndio e restrições de transporte,” disse o professor Leigh Aldous, do King’s College de Londres, que desenvolveu a tecnologia com colegas das universidades do Arizona, nos EUA, e Nova Gales do Sul, na Austrália.
Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br
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REPLAST
08/11/18
Toneladas de resíduos plástico estão contaminando a vida marinha nos oceanos e por tabela os pássaros e seres humanos e isso é um grande problema, mas felizmente muitas pessoas criativas estão bolando maneiras de resolver essa situação insustentável. A startup americana ByFusion desenvolveu uma tecnologia de tijolo ecológico reciclando os plásticos retirados dos oceanos.
Desta forma, os resíduos de plástico podem ser reutilizados de forma permanente, em vez de serem usados para criar outro item de plástico descartável que pode acabar de volta nos mares. A tecnologia foi uma ideia genial do inventor e engenheiro neozelandês Peter Lewis, e seu processo envolve uma plataforma modular que comprime os restos de plástico em blocos duráveis de várias formas e densidades, com base nas configurações personalizadas para serem encaixados como blocos de Lego.
O tijolo plástico reciclado se chama REPLAST, e seu sistema de fabricação é portátil pois vem dentro de um contêiner e pode ser transportado por caminhão e navio para qualquer lugar do mundo, e foi projetado para rodar com gás ou elétrico, e não precisa que o plástico seja classificado ou lavado.
A ByFusion descreve o REPLAST como um processo de fabricação sem emissões de CO2 e não-tóxico, e diz que os tijolos podem ajudar a melhorar a sustentabilidade de projetos de construção e contribuir para a certificação LEED. Até agora, os blocos de plástico reciclado foram concebidos para serem utilizados em paredes e barreiras de estrada, mas a empresa está aberta a personalização do material de construção para uso em outros tipos de projetos como casas e edifícios.
Não necessitando de cola ou adesivos, os tijolos ecológicos REPLAST poderiam representar a próxima onda de construção sustentável, uma vez que são totalmente reciclados a partir de resíduos de plástico recolhidos (sem discriminação para o tipo de plástico) e têm emissões de CO2 95% mais baixos do que os blocos de concreto tradicional. Devido à natureza dos detritos de plástico, os blocos são muito mais coloridos, também. O vídeo abaixo mostra a construção de uma parede com o simples encaixe dos tijolos de plástico.
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MIT estuda grafeno para construção civil
29/05/18
Engenheiros do MIT criam material de construção 10 vezes mais forte que o aço estrutural
Uma equipe de investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) criou um novo material, de baixo peso, que é considerado o mais resistente de sempre. De acordo com o MIT, o novo material de construção foi obtido através da compressão e fusão de flocos de grafeno.
Com uma configuração geométrica espongiforme, o material tem 5% da densidade do aço e uma resistência à compressão e tração 10 vezes superior.
Apesar das excecionais propriedades estruturais do grafeno serem, há muito tempo, conhecidas, a sua utilização em elementos tridimensionais tem sido limitada pela dificuldade em traduzir o comportamento bidimensional, amplamente estudado e documentado, para o fabrico 3D.
De forma a ultrapassar esta lacuna, os investigadores do MIT analisaram o comportamento do material ao nível atómico, produzindo um modelo matemático que consegue traduzir com um grau de fiabilidade elevado, as observações experimentais.
A equipe conseguiu comprimir pequenos flocos de grafeno, através de uma combinação de calor e pressão, de forma a produzir estruturas estáveis, de geometria otimizada, que possuem uma grande área superficial em comparação com o seu volume.
O material tridimensional de grafeno é composto por superfícies curvas, meticulosamente dispostas de forma a maximizar a resistência à tração e compressão do elemento.
Embora o uso do grafeno seja um fator importante, ele não é determinante na obtenção de resistências elevadas, estando o comportamento mecânico dos elementos fabricados pelo MIT, principalmente dependente da organização geométrica atómica, pelo que a opção por outros materiais é igualmente possível.
De acordo com os investigadores, a disposição geométrica poderá até ser aplicada em elementos estruturais de grande escala, como os pilares ou tabuleiros de pontes de betão.
Outra das opções colocada pelos engenheiros norte-americanos, mais viável para o fabrico industrial do material, é o uso de partículas poliméricas ou metálicas para a construção do modelo inicial, sendo este revestido com grafeno através de deposição química a vapor. O processo seria finalizado através da sujeição dos elemento estruturais a um tratamento de calor e remoção física ou química do modelo, de forma a restar apenas a estrutura tridimensional de grafeno.
Fonte: https://www.engenhariacivil.com
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Tinta Solar
08/04/18
Tinta Solar transforma superfícies em gerador de energia a partir do Hidorgênio
Hidrogênio pode ser utilizado em carros que não emitem poluentes tóxicos, porém o custo da produção do hidrogênio é um fator limitante para que essa tecnologia seja mais amplamente aplicada. Isso está prestes a mudar com a descoberta de pesquisadores australianos que descobriram uma forma de produzir Hidrogênio usando luz solar e vapor de água.
Hidrogênio é a energia ideal
O processo consiste em pintar o composto químico em tetos e superfícies que ficam expostas ao sol. O pesquisador e co-autor Kourosh Kalantarzadeh explica:
Hidrogênio é a fonte de energia ideal no Planeta, se você pode transformar água em hidrogênio, você terá uma fonte infinita de energia
A pesquisa foi publicada no jornal ACS Nano e descreve como a tinta utiliza a luz solar para quebrar a umidade em hidrogênio e oxigênio. O método atual utilizado é a eletrólise. Esse é um processo ineficiente para escala industrial, pois requer alta quantidade de energia para ser completada, além de anular seu propósito original de criar energia sustentável
A nova descoberta pode ter um impacto significativo na busca por alternativas aos combustíveis a base de carbono. Hidrogênio pode ser usado em veículos automotores e até foguetes quando postos em compressão. De fato, NASA é o maior usuário de hidrogênio no mundo.
O gás também é capaz de acumular energia, fazendo dele um agente de transformação no desenvolvimento de células combustíveis sustentáveis. Esse poderia ser o fim para as baterias de lítio que são muito poluidoras e prejudiciais. O pesquisador Torben Daeneke na Universidade RMIT, diz:
Baterias de íons de lítio são as piores em termos de pegada de carbono. Elas ainda precisam evoluir muito para baixar sua pegada de carbono
A tinta recém descoberta é a combinação de lubrificante sulfeto de molibdênio comum e nanopartículas de dióxido de titânio. Dióxido de titânio é a substância que oferece às pastas de dente e protetores solar sua coloração embranquecida. Tal material absorve tanto a energia solar, quanto a umidade do ar. Ele pode dividir a água em hidrogênio e oxigênio para que seja usado como combustível.
Pesquisador Dr. Torben Daeneke afirma:
A simples adição desse novo material pode converter um tijolo em fonte de energia
Essa tinta não será comercializada elos próximos cinco anos, mas pesquisadores acreditam que uma vez tento o processo melhorado, será muito acessível e adaptável em diferentes climas. “Qualquer lugar que tiver vapor de água no ar, até em regiões distantes da água, poderá produzir energia”.
A tinta poderá ser usada em qualquer superfície, de casas a paredes e cercas. Sua habilidade de transformar qualquer estrutura em energia limpa é incrível. Uma vez comercializada a tinta se juntará a uma crescente lista de produtos disponíveis para empoderar pessoas a terem o controle de produção de sua própria fonte de energia.
Fontes: Futurism, Seeker, RMIT
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Hempcrete: o Cânhamo na Construção Civil
08/04/18
Cultivado há séculos, o cânhamo é uma planta versátil, com mais de 25 mil aplicações. Dentre seus vários usos está o hempcrete (concreto de cânhamo), uma alternativa mais sustentável para a construção civil.
O hempcrete é um agregado feito de cânhamo. Suas fibras funcionam bem como material de construção porque são leves e ao mesmo tempo resistentes, oferecendo excelente regulação térmica e controle de umidade.
Essa ideia não é nova, os primeiros registros deste tipo de material datam do século VI, quando o material foi encontrado em pilares de pontes na França. Embora tenha sido redescoberto recentemente, ele tem sido usado na construção de casas e edifícios, e seu uso está se difundindo pelo mundo todo.
O concreto de cânhamo é um material eficiente, não-tóxico e resistente ao mofo, usado como isolamento térmico, para fazer pisos, tetos e paredes.
É muito comum o hempcrete ser combinado com outros materiais em uma técnica apelidada de “parede sanduíche”. O sistema é muito simples: Escolhe-se dois pilares fixos (de madeira, alvenaria ou outro tipo de estrutura). Em seguida, estes dois pontos são ligados por dois compensados de madeira, um de cada lado, deixando um vão entre eles. Esta célula ou espaço vazio é então preenchido com a mistura. Logo os compensados são removidos expondo a parede pronta!
Sendo um material natural respirável, o hempcrete também é frequentemente usado para fazer pisos ou isolamento em telhados. Engenheiros e arquitetos podem usar o material derivado do cânhamo para formar todo o revestimento térmico de uma obra.
Embora seja mais comum o hempcrete ser incorporado em projetos saindo do papel, ele também é um material ideal para melhorar o desempenho térmico de edifícios mais antigos ou até mesmo restaurar prédios históricos. Em particular, ele funciona muito bem no reparo de paredes danificadas ou quando se quer adicionar isolamento em alvenaria sólida, ajudando a controlar a umidade.
O hempcrete é feito da mistura de cânhamo molhado com um aglutinante de cal. Usando betoneiras de argamassa, mistura-se o cânhamo, o calcário em pó e água por 1 ou 2 minutos, até obter uma pasta consistente.
Em seguida, esta massa é aplicada à mão nos vãos, cavidades ou rachaduras da parede. Ao longo do tempo, as reações químicas entre o cânhamo, a água e a cal petrificam a mistura, transformando-a em um bloco leve, porém resistente.
A única desvantagem do hempcrete em relação à alvenaria tradicional é que ele leva muito tempo para curar. Sendo assim, não é ideal para paredes estruturais. Isso é contornado pela fabricação de tijolos com o mesmo material, que curam muito mais rápido do que quando a massa é aplicada diretamente na parede.
Após totalmente secos e curados, os tijolos de cânhamo podem ser empilhados da mesma forma que os tijolos convencionais.
Benefícios
O hempcrete tem muitas vantagens em relação aos materiais de construção convencionais. Além de ser econômico e fácil de fabricar, ele é um produto ecológico de alto desempenho. Confira a seguir alguns de seus muitos benefícios:
- Natural, não é tóxico
- Nenhuma emissão de gases venenosos
- Não utiliza solventes
- Resistente ao mofo
- Resistente a pragas
- Respirável
- Excelente controle de umidade
- Durável
- Sustentável
- Resistência ao fogo
- Ótimo isolante
- Forte
- Leve
- Carbono negativo
O hempcrete é considerado um material melhor do que aqueles classificados como “carbono zero”, já que absorve mais CO2 atmosférico durante toda sua vida útil do que a quantidade de carbono que é emitida em sua fabricação. Ou seja, ao contrário da madeira, que requer alguma forma de desmatamento, contribuindo para a liberação de mais CO2 na atmosfera, o hempcrete pode ajudar a combater a poluição e consequente aquecimento global.
Os materiais de construção modernos são extraídos do solo ou colhidos de florestas centenárias. Enquanto essas árvores levam décadas para se desenvolverem, o cânhamo está pronto para ser processado em apenas quatro meses! Em um único ano é possível produzir até três safras, uma prática muito mais sustentável para o planeta.
Fonte: https://hempmeds.com.br/hempcrete-o-canhamo-na-construcao-civil/
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15 conceitos da construção sustentável
15/03/18
O que é a construção sustentável ?
A construção sustentável é um conjunto de boas práticas que deve estar presente em todas as fases do processo construtivo. Aspectos ambientais, sociais e econômicos devem ser considerados em todas as decisões, desde a escolha do terreno, a implantação adequada ao entorno, passando pela eficiente gestão do canteiro de obras, a geração de resíduos, a relação com os trabalhadores, a escolha dos materiais, como afetará seus usuários e por fim a sua manutenção e desmontagem. O tema mais comentado sobre a construção sustentável é a eficiência energética e hídrica, para alcançá-la pode-se usar técnicas passivas e adicionar o uso de novas tecnologias que otimizam a edificação, como por exemplo o uso de painéis solares fotovoltaicos, sistemas de automação, entre outros. Mas também não se pode esquecer de promover o desenvolvimento social e cultural, além da viabilidade econômica.
15 conceitos da construção sustentável:
- Integração da construção com o entorno;
- Planejamento integrado da obra;
- Canteiro de obra sustentável;
- Aproveitamento passivo dos recursos naturais (ex: iluminação e ventilação natural) ;
- Eficiência energética;
- Gestão e economia da água;
- Gestão dos resíduos na edificação;
- Qualidade do ar do ambiente interior;
- Conforto termo acústico;
- Uso racional dos materiais e tecnologias de menor impacto ambiental;
- Qualidade e durabilidade do processo construtivo;
- Saúde e bem-estar dos ocupantes;
- Responsabilidade Social;
- Manutenção;
- Desmontagem; como a construção se comporta no final do seu ciclo de vida.
Segundo o CBCS, o setor da construção civil consome 75% dos recursos naturais, 20% da água nas cidades (parte da mesma é desperdiçada), e gera 80 milhões de toneladas/ano de resíduos, sendo um dos principais responsáveis pelos impactos ambientais. Além disso, é um dos setores que mais empregam no país e afeta diretamente todos nós, a maior parte do nosso tempo estamos em espaços construídos. Por isso é fundamental que arquitetos, engenheiros e todos os profissionais envolvidos no processo construtivo conheçam e apliquem os conceitos da construção sustentável.
Fonte: sustentarqui.com.br
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Semana de Edificações Poli Bentinho
18/09/17
Sexta-feira dia 15 de setembro participamos da Semana de Edificações do Colégio Poli Bentinho em Campinas.
Com o tema “A casa do futuro” conversamos sobre Sustentabilidade, Construção Civil e Horta Doméstica.
Agradecemos aos organizadores pelo convite, aos professores e alunos pelo respeito e carinho com que receberam nosso trabalho.
Publicamos abaixo os slides da palestra para auxiliar no relatório, solicitado pelos professores.
Obrigada por tudo e até a próxima.
Arq. Míriam e Sandra Santos
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Arquitetura Biomimética
11/05/17
Arquitetura Biomimética: o que podemos aprender da natureza?
A arquitetura biomimética é uma corrente contemporânea que busca soluções sustentáveis na natureza, sem simplesmente replicar suas formas, mas através da compreensão das normas que a regem. Este enfoque multidisciplinar busca seguir uma série de princípios ao invés de se concentrar em códigos estilísticos.
Estes mecanismos naturais parecem funcionar melhor que algumas das tecnologias mais avançadas da atualidade, necessitam de menos energia e não produzem resíduos nem deixam marcas. O desafio está em como os arquitetos estão concretizando estes mecanismos… e se realmente funcionam como os sistemas que os inspiraram.
À primeira vista, ao observar as recentes obras que abordam o biomimetismo, parece que esta corrente se reduziu, na maioria dos casos, a uma mera inspiração formal.
Por exemplo, o famoso Estádio Nacional de Pequim – projetado pelo escritório Herzog & de Meuron- de estrutura metálica inspirada em um ninho de pássaro; o Cubo de Água do escritório PTW Arquitectos para o Centro Aquático Nacional; ou o Pabellón Quadracci do Museu de Arte de Milwaukee de Santiago Calatrava, que se abre e se fecha durante o dia, como as asas de uma mariposa ou o movimento de abertura de uma flor.
Quando Calatrava utilizou a torção do “torso humano” como uma metáfora para seu projeto Chicago Spire, sem se dar conta – e apesar das críticas – impulsionou um avanço na engenharia da construção: estruturas em espiral que se comportam muito bem frente aos esforços do vento. Muitos anos antes, Frank Lloyd Wright havia desenvolvido a ideia de uma raiz de árvore para projetos de edifícios altos, erguidos sobre um imponente apoio central, com os pavimentos em balanço como os galhos de uma árvore.
Outro exemplo é o sistema de resfriamento passivo em Eastgate Center de Mick Pearce no Zimbábue, que imita a forma dos cupinzeiros africanos para manter constante a temperatura interna, apesar das grandes variações de temperatura da região. O centro utiliza o ar frio da noite para resfriar a massa do edifício, e durante o dia este ar sobe do térreo em direção aos pavimentos superiores através de chaminés.
O edifício Johnson Wax de Frank Lloyd Wright apresenta colunas que se expandem à medida que sobem, semelhante a folhas de vitória régia que flutuam na superfície da água. Estas colunas foram as primeiras estruturas em casca de concreto do mundo, possíveis apenas através do uso de telas reforçadas de aço. O resultado é um espaço de trabalho muito aberto e muito bem iluminado, uma espécie de jardim murado.
Podemos encontrar outros exemplos atuais em projetos paramétricos, que – inspirados em carapaças de insetos, microrganismos celulares ou estruturas orgânicas – permitem ajustar os componentes estruturais para se abrir ou se fechar segundo a orientação solar, as condições climáticas ou o programa interno. Muitos destes projetos podem funcionar de forma reativa ao meio ambiente, ajustando-se às diferentes condições.
Alguns exemplos se envolvem mais intensamente nos processos naturais para gerar sistemas funcionais sob forma de “edifícios vivos”, enquanto que outros projetos tomam certos elementos formais para gerar uma estrutura ou um conceito construtivo. Acreditamos que todas estas abordagens são válidas se trouxerem qualidades à arquitetura; a natureza está aí esperando que suas lições tenham uma boa aplicação.
Referências: GreenBiz
Fonte: http://www.archdaily.com.br
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Habiterra – Bloco mexicano
28/04/17
Habiterra – O Sistema Construtivo Mexicano de Baixo Custo
Um novo setor da construção surge, desenvolvendo novos sistemas construtivos que buscam não apenas reduzir os custos e tempo da obra, mas também solucionar o problema da habitação nas regiões menos favorecidas do México. A partir da inovação nas técnicas construtivas já conhecidas, empresas nacionais de aventuram em mercados internacionais propondo novos modelos de construção com os mesmos insumos, maior resistência estrutural e mais conforto, introduzindo materiais inteligentes adaptáveis a qualquer necessidade construtiva.
Como parte deste setor emergente, Juan Manuel Reyes da Armados Omega e o arquiteto Jorge Capistrán desenvolveram um novo sistema construtivo de baixo custo e que reduz em 50% o tempo de construção, a partir de um simples módulo de blocos que não requer o uso de misturas aglutinantes ou mão de obra especializada.
O processo de fabricação dos blocos utiliza métodos de produção à base de madeira reciclada e baixo consumo de água.
O Habiterra tem a pretensão de substituir o bloco de concreto convencional. Seu desenho permite um intertravamento que dispensa o uso de argamassa para assentamento e também garante um correto alinhamento e prumo. Diante disso a fabricante garante que pode aumentar a produtividade em até 10 vezes, mesmo utilizando uma mão de obra não qualificada.
Também pode-se destacar que os reforços armados ou grauteamento são de fácil execução, devendo ser posicionados nas interseções de alvenaria e a cada 120cm, utilizando barras de aço posicionadas através das seções vazadas do próprio bloco. Isso acaba dispensando a utilização de fôrmas e equipamentos pesados.
A montagem dos blocos gera um módulo preciso de 40x40cm e a arquitetura deve ser adaptada à isso. Por outro lado o número de tipos de blocos é reduzido, assim como a necessidade de cortes para adaptação.
Os blocos são de baixo peso (metade de um bloco de concreto padrão), o que melhora a trabalhabilidade, reduz o risco de acidentes e lesões laborais.
Segundo uma análise da fabricante, uma equipe de 1 pedreiro e 2 serventes pode assentar entre 150 a 300 blocos de concreto por dia, enquanto em um experimento que fizeram em uma casa de 47 m2 na cidade de Puebla no México, conseguiram atingir a impressionante marca de 1.200 blocos assentados por dia, por equipe.
A tipologia de fundação para o sistema é uma espécie de radier nervurado, utilizando blocos de poliestireno expandido (isopor) para formação dos vazios estruturais, treliças (para vigas) e malhas (para capa) de aço em conjunto com o concreto, para formar as seções resistentes. A tubulação de serviço deve ser passada como no sistema convencional, tanto na fundação quanto nas paredes.
A cobertura utiliza painéis de vigas treliçadas e também poliestireno expandido, que podem ser facilmente posicionados acima da superestrutura para posterior concretagem e cimbramento reduzido.
As paredes devem ser impermeabilizadas dos dois lados (interno e externo) utilizando matriz cimentícia ou liga-acrílica reforçada com fibras. A proprietária do sistema garante que a ausência de argamassa no assentamento reduz significativamente os problemas de patologias causadas pela umidade.
A grande vantagem do sistema seria a significativa redução do cronograma de execução da superestrutura: dois dias para o levantamento de todas a alvenaria estrutural e um dia para a cobertura.
Fontes: http://construindoo.com e http://www.archdaily.com.br/
