Pesquisa e Inovação
A ‘luz engarrafada’ de Alfredo Moser
14/08/13
A lâmpada funciona como uma espécie de lente que ilumina a casa sem energia elétrica, apenas refletindo a luz do sol.
Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo.
Em 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve o seu próprio momento de ‘eureka’ quando encontrou a solução para iluminar a própria casa num dia de corte de energia.
Para isso, ele utilizou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro.
Inventada em 2001 pelo mecânico de carros Alfredo Moser, de Uberaba (MG), a ideia chamou a atenção da ONG My Shelter Foundation, em 2011. Em parceria com estudantes do Massachusetts Institute of Technology (MIT), ele passou a instalar as lâmpadas em regiões carentes das Filipinas e de outros 15 países com a ajuda de voluntários. Estima-se que, até 2015, a lâmpada de Moser já tenha beneficiado cerca de 1 milhão de pessoas. Mas ela só pode ser instalada em casas sem forro abaixo do telhado – algo comum em lugares humildes em que sequer há energia elétrica.
Mas afinal, como a invenção funciona? A reposta é simples: pela refração da luz do sol numa garrafa de dois litros cheia d’água.
“Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor”, explica Moser.
Moser protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d’água.
“Você deve prender as garrafas com cola de resina para evitar vazamentos. Mesmo se chover, o telhado nunca vaza, nem uma gota”, diz o inventor.
Outro detalhe é que a lâmpada funciona melhor se a tampa for encapada com fita preta.
A ideia de Moser já é utilizada em mais de 15 países onde energia é escassa
“Um engenheiro veio e mediu a luz. Isso depende de quão forte é o sol, mas é entre 40 e 60 watts”, afirma Moser.
APAGÕES
A inspiração para a “lâmpada de Moser” veio durante um período de frequentes apagões de energia que o país enfrentou em 2002. “O único lugar que tinha energia eram as fábricas, não as casas das pessoas”, relembra.
Moser e seus amigos começaram a imaginar como fariam um sinal de alarme, no caso de uma emergência, caso não tivessem fósforos.
O chefe do inventor sugeriu na época utilizar uma garrafa de plástico cheia de água como lente para refletir a luz do sol em um monte de mato seco e assim provocar fogo.
A ideia ficou na mente de Moser que então começou a experimentar encher garrafas para fazer pequenos círculos de luz refletida.
Não demorou muito para que ele tivesse a ideia da lâmpada.
“Eu nunca fiz desenho algum da ideia”.
“Essa é uma luz divina. Deus deu o sol para todos e luz para todos. Qualquer pessoa que usar essa luz economiza dinheiro. Você não leva choque e essa luz não lhe custa nem um centavo”, ressalta Moser.
PELO MUNDO
O inventor já instalou as garrafas de luz na casa de vizinhos e até no supermercado do bairro.
Ainda que ele ganhe apenas alguns reais instalando as lâmpadas, é possível ver pela casa simples e pelo carro modelo 1974 que a invenção não o deixou rico. Apesar disso, Moser aparenta ter orgulho da própria ideia.
“Uma pessoa que eu conheço instalou as lâmpadas em casa e dentro de um mês economizou dinheiro suficiente para comprar itens essenciais para o filho que tinha acabado de nascer. Você pode imaginar?”, comemora Moser.
Carmelinda, a esposa de Moser por 35 anos, diz que o marido sempre foi muito bom para fazer coisas em casa, até mesmo para construir camas e mesas de madeira de qualidade.
Mas parece que ela não é a única que admira o marido inventor.
Illac Angelo Diaz, diretor executivo da fundação de caridade MyShelter, nas Filipinas, parece ser outro fã.
Moser afirma que a lâmpada funciona melhor se a boca for coberta por fita preta
A instituição MyShelter se especializou em construção alternativa, criando casas sustentáveis feitas de material reciclado, como bambu, pneus e papel.
Para levar à frente um dos projetos do MyShelter, com casas feitas totalmente com material reciclado, Diaz disse ter recebido “quantidades enormes de garrafas”.
“Nós enchemos as garrafas com barro para criamos as paredes. Depois enchemos garrafas com água para fazermos as janelas”, conta.
“Quando estávamos pensando em mais coisas para o projeto, alguém disse: ‘Olha, alguém fez isso no Brasil. Alfredo Moser está colocando garrafas nos telhados'”, relembra Diaz.
Seguindo o método de Moser, a entidade MyShelter começou a fazer lâmpadas em junho de 2011. A entidade agora treina pessoas para fazer e instalar as garrafas e assim ganharem uma pequena renda.
Nas Filipinas, onde um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com a ONU, com menos de US$ 1 por dia) e a eletricidade é muito cara, a ideia deu tão certo, que as lâmpadas de Moser foram instaladas em 140 mil casas.
As luzes ‘engarrafadas’ também chegaram a outros 15 países, dentre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji.
Diaz disse que atualmente pode-se encontrar as lâmadas de Moser e comunidades vivendo em ilhas remotas. “Eles afirmam que eles viram isso (a lâmpada) na casa do vizinho e gostaram da idéia”.
Pessoas em áreas pobres também são capazes de produzir alimentos em pequenas hortas hidropônicas, utilizando a luz das garrafas para favorecer o crescimento das plantas.
Diaz estima que pelo menos um milhão de pessoas irão se beneficiar da ideia até o começo do próximo ano.
“Alfredo Moser mudou a vida de um enorme número de pessoas, acredito que para sempre”, enfatiza o representante do MyShelter.
“Ganhando ou não o prêmio Nobel, nós queremos que ele saiba que um grande número de pessoas admiram o que ele está fazendo”.
Mas será que Moser imagina que sua invenção ganharia tamanho impacto?
“Eu nunca imaginei isso, não”, diz Moser emocionado.
“Me dá um calafrio no estômago só de pensar nisso”.
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Soluções geradas pelo Sol
08/08/13

Uma das fontes de energia mais promissoras e que pode ganhar espaço cada vez maior na matriz energética brasileira é o Sol, destacou o físico e ex-ministro da Ciência e Tecnologia Sergio Machado Rezende, em conferência realizada no dia 23, durante a 65ª Reunião Anual da SBPC. Segundo o ex-ministro, enquanto a demanda energética mundial é de 150 terawatts-hora (150 milhões de gigawatts-hora), a energia total que chega à Terra vinda do Sol, em forma de ondas eletromagnéticas, é 10 mil vezes maior, ou seja, 1,5 milhão de terawatts-hora. “Mesmo que 30% desse total sejam refletidos pela atmosfera e 25%, consumidos em ciclos naturais (como o hidrológico, a fotossíntese e a geração de ventos, ondas e marés), quase 50% são simplesmente convertidos em calor – um enorme potencial ainda pouquíssimo explorado”, explicou Rezende.
“Talvez a maior esperança da geração de energia de base solar sejam as células fotovoltaicas”, analisou Rezende. Feitas de silício, elas transformam a radiação do Sol em corrente elétrica, que pode ser armazenada em baterias para utilização em dias de tempo ruim e à noite. Embora reconheça que os custos diretos da energia solar são maiores que os da hidrelétrica, Rezende ressaltou que esses custos vêm caindo, enquanto a eficiência do sistema aumenta. Em 1975, quando foi criado o primeiro painel solar, essa eficiência era de 1% e hoje chega a 44%.
Considerando a incidência solar e a eficiência de uma célula fotoelétrica normal utilizada hoje (cerca de 14%), é possível produzir o equivalente a toda a energia gerada no Brasil cobrindo com painéis solares uma área correspondente a apenas 2,5% da área total de Pernambuco, avaliou o ex-ministro.
Decisão política – Rezende afirmou que o maior impeditivo para a implementação dessa fonte energética no País é a falta de decisão do governo. “Não temos energia solar porque não queremos. Falta decisão política. Muitos países europeus que não têm nossa irradiação solar incentivam os moradores a instalar equipamentos, subsidiam sua instalação, dão descontos pela economia”, ressaltou. “Por isso, o Brasil está apenas em 28º lugar na produção de energia solar no mundo, com 27 megawatts produzidos, mil vezes menos que a Alemanha, a primeira no ranking.”
O ex-ministro destacou que é preciso tomar medidas para atrair o investimento privado ao setor, como foi feito com a energia eólica, setor que hoje conta com milhares de turbinas instaladas no Nordeste. “O crescimento da exploração da energia eólica aconteceu após o primeiro leilão desse tipo de energia realizado no País, em 2009, que tornou o mercado mais interessante para a iniciativa privada.”
Rezende propôs baratear a instalação de painéis solares, por meio do estímulo à produção nacional ou da criação de mais facilidades para a importação. “Em geral, os equipamentos precisam ser comprados de países como China, Japão, Alemanha e Estados Unidos, com altas taxas, que poderiam ser abrandadas”, avaliou. “Ou, considerando que o Brasil é um dos maiores produtores de silício do mundo, poderia haver um incentivo à produção nacional.” Ele lembrou que o País já teve uma empresa do ramo, na década de 1970, que faliu justamente pela falta de compradores e de incentivos públicos.
Para o ex-ministro, os carros elétricos são a proposta de mudança futura. Embora ainda apresentem algumas limitações, como o tempo de abastecimento mais longo, esses veículos já são uma realidade. “Eles têm muitas vantagens, como a eficiência de seus motores, que chega a 96%, contra cerca de 20% dos motores tradicionais”, analisou Rezende. “O ideal é que sejam associados com fontes de energia ‘limpas’, como a solar. Poderíamos ter, por exemplo, estacionamentos cobertos por painéis solares, onde o carro pudesse ser recarregado com a eletricidade produzida. Seria um sistema muito sustentável.”
http://espaber.uspnet.usp.br/jorusp/
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SPBC: Como fabricar tijolos com maior eficiência energética
28/07/13
Durante a reunião anual da SBPC, pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) estão mostrando como a energia pode ser melhor aproveitada e causar menos danos ao meio ambiente.
Após beneficiar 140 indústrias cerâmicas da região do Seridó – o Seridó compreende municípios do Rio Grande do Norte e da Paraíba -, o INT vai iniciar uma nova fase de disseminação da tecnologia, expandindo sua ação a todo o Nordeste brasileiro.
Além do melhor uso da energia, a técnica visa reduzir as emissões de carbono e diminuir o impacto ambiental da atividade, difundindo um modelo sustentável de produção de tijolos e telhas.
A primeira ação a ser adotada durante a nova fase visa a troca dos fornos atuais das olarias e cerâmicas de pequeno porte por outros mais eficientes, de modo a promover o melhor aproveitamento do calor e a melhor qualidade da queima, reduzir as emissões e respeitar a legislação ambiental.
Outra iniciativa consiste em fomentar o uso de ventiladores para a combustão, promovendo a economia e o controle da queima.
Serão ainda divulgadas boas práticas, como arranjos mais eficientes das peças no interior dos fornos, correta secagem das peças e controle da temperatura.
As ações devem abranger um universo de 800 empresas, fomentado também o uso de biomassa renovável, como lenha de manejo florestal ou de poda de cajueiro, para substituir o uso de biomassa nativa, que hoje responde por 25% do combustível queimado nas olarias.
http://www.inovacaotecnologica.com.br
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Painéis solares ganham cores
18/07/13
Verde e colorido
A incorporação de painéis solares é um dos principais recursos ao alcance de arquitetos e engenheiros que estão tentando construir prédios mais verdes e mais sustentáveis.
A adoção desse recurso só não tem sido maior devido a restrições estéticas: recubra um prédio com painéis solares e ele poderá ter qualquer cor, desde que seja um cinza azulado manchado.
Mas isto está prestes a mudar, graças ao trabalho da equipe do Dr. Kevin Füchsel, do Instituo de Engenharia Óptica e Precisão (IOF), na Alemanha.
O grupo está desenvolvendo um material que pode recobrir as células solares e que pode ser manipulado para apresentar-se nas mais diversas cores.
Painéis solares coloridos
Para permitir que a maior quantidade possível de luz atinja as células solares, a camada semicondutora de silício recebe uma barreira protetora opticamente neutra.
É nessa camada que os pesquisadores aplicam uma camada de óxido de 100 nanômetros de espessura, chamada camada de óxido condutor transparente (OCT).
“A OCT tem um índice de refração menor do que o silício, por isso funciona como um revestimento antirreflexivo”, explica Füchsel.
A simples construção desse sanduíche semicondutor-isolante-semicondutor tem uma vantagem adicional: o efeito antirreflexo permite uma maior absorção de luz, o que significa que os painéis solares ganham em eficiência.
Mas, o que é mais interessante para este trabalho é que esses painéis podem ser fabricados em diferentes cores e formas alterando-se unicamente a camada externa.
“A cor vem da alteração da espessura física da camada de óxido condutor transparente, ou da modificação do seu índice de refração,” diz Füchsel.
Cor e eficiência
Mas como a cor afeta a eficiência destes novos painéis solares?
“Dar cor às células solares realmente não afeta a sua eficiência. A camada adicional transparente não tem quase nenhum impacto sobre a corrente gerada”, garante Füchsel.
Na prática, porém, há algumas restrições, por exemplo, com certas combinações de vermelho, azul e verde, que foram descartadas pelos pesquisadores porque de fato influem negativamente na eficiência das células solares.
Mas há uma paleta enorme de cores possíveis à disposição.
Além disso, a eficiência de uma instalação fotovoltaica depende sobretudo do projeto dos painéis solares e da posição do edifício em relação ao Sol.
Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br
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HUMANIZAÇÃO DA HABITAÇÃO DE BAIXO CUSTO
07/07/13
O objetivo desta pesquisa é tentar compreender o cenário em que se desenrola dois grandes desafios para a arquitetura e a ciência – o déficit habitacional e a degradação ambiental ocasionada pela construção civil. A partir daí discutir a qualidade do ambiente construído, focando na casa popular.
Uma possível solução para esse impasse seria construir casas de baixo custo, buscando alternativas para a construção civil, segundo uma nova ótica, alinhada com uma ética, seguindo a estética da sustentabilidade (SATTLER, 2007), e a utilização de conceitos humanizadores na arquitetura.
Arq. Míriam Morata Novaes
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HABITAÇÕES DE BAIXO CUSTO MAIS SUSTENTÁVEIS
05/07/13
A Casa Alvorada e o Centro Experimental de Tecnologias
Habitacionais Sustentáveis
Uma das razões determinantes para as crises (não só ambiental, mas ética, de falta de princípios) por que hoje passa a humanidade é a fragmentação de todos os elementos essenciais à vida, física e espiritual, e, ao mesmo tempo, da pouca dedicação em reintegrá-los. No afã de buscar conhecer os detalhes, as mínimas coisas, ou, in extremis, o tudo sobre o nada, nós os fragmentamos mais e mais, até além do nível subatômico. O universo é fragmentado em bilhões de nebulosas.
Cada uma, por sua vez, é fragmentada em bilhões de estrelas, e sobre elas buscamos saber a sua exata composição. O planeta é dividido em países ricos e pobres, desenvolvidos e em desenvolvimento, exploradores
e explorados, todos competindo entre si. O mesmo acontece com as diversas instâncias de unidades políticas territoriais, até chegar à família e ao próprio homem. Este é dissecado por inúmeros especialistas, cada um, normalmente, buscando ver pouco além daquelas questões não diretamente associadas à sua própria especialidade. Nas universidades, o conhecimento é também fragmentado entre os inúmeros departamentos, cada um tratando, quase que exclusivamente, de suas próprias especificidades, com poucas trocas entre si e quase nenhuma cooperação interdepartamental, e até mesmo intradepartamental. Os alunos são educados, têm o seu conhecimento conformado dentro desse mesmo modelo, somando disciplinas em seus currículos, em um ambiente onde raramente se observam uma integração de esforços, um caráter interdisciplinar ou uma ambição transdisciplinar.
Uma vez profissionais, irão reproduzir esse modelo em suas empresas, nos órgãos públicos ou privados onde irão trabalhar. Aos arquitetos, engenheiros, gestores públicos, enfim, a todos e a cada um dos atores da vida pergunta-se: que planeta, que país, que cidade, que bairro, que edificação, que indivíduos irão gerar como resultado dessa formação e, conseqüentemente, dessa visão de mundo? Certamente, as respostas não estão nem no infinitamente grande, nem no infinitamente pequeno, isoladamente.
Mas, talvez, estejam em ambos, simultaneamente, assim como nos processos que os unem e na visão sistêmica de suas partes e funções. Talvez, após um longo período de análise, seja o momento de o homem, novamente, aprofundar a busca da síntese.
Miguel Aloysio Sattler – Porto Alegre – 2007
Este documento é de grande importância para Arquitetura Sustentável, “novas” opções de construção e ética do planeta.
Agradecemos ao professor Miguel Aloysio Sattler por autorizar a publicação deste trabalho.
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Dez países fundam clube para produção de energia limpa
22/06/13
Responsáveis por 40% da produção de energia renovável do mundo, dez países firmaram um acordo para a produção de energia sustentável. Eles fundaram o Clube dos Renováveis com participação da Alemanha, África do Sul, China, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, França, Índia, Marrocos, Reino Unido e Tonga. Além da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) que também foi convidada para ser um membro fundador.
Em uma iniciativa do governo alemão, um dos países que fornece a energia renovável mais cara da Europa, o Clube de Renováveis (Renewables Club) promete ser uma ferramenta política para incentivar o desenvolvimento de fontes alternativas de energia, segundo o site sul-africano Business Iafrica.
“Os membros do clube têm como obrigação liderar pelo exemplo. Essa é uma iniciativa política de países pioneiros que estão unidos com um importante objetivo: a transformação mundial do sistema de energia”, afirmou Peter Altmaier, ministro de Meio Ambiente da Alemanha, durante o evento, ocorrido no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, noticiou o Instituto Carbono Brasil.
“Estamos convencidos de que as energias renováveis são uma parte essencial para a solução dos desafios existenciais que estamos encarando e são um caminho para a sustentabilidade. Destacamos que as energias renováveis entraram em um ciclo virtuoso de queda de custos, expansão de implementação e acelerado progresso tecnológico. Tecnologias renováveis representam uma escolha econômica em um número cada vez maior de países”, afirma o primeiro comunicado da entidade (disponível na íntegra ao fim da matéria).
Os dez países , alguns “nem tão” sustentáveis
Alemanha – Mais de 25% da energia consumida na Alemanha vem de fontes renováveis, como energia solar, célula de hidrogênio e energia eólica. Um resultado obtido em menos de 25 anos. Para 2020, o governo germânico estabeleceu como meta produzir energia renovável suficiente para abastecer 35% da demanda, em 2030, produzir 50%, e atingir 80% em 2050.
África do Sul – O país foi considerado o décimo sétimo país, entre os 20 melhores na produção de energia renovável no mundo, segundo a Exame. Até 2025, o país deve ampliar a distribuição da energia limpa, com cerca de 20 mil MW de capacidade adicional, mas não abre mão do uso de carvão.
China – Quase 40% do crescimento mundial de eletricidade com base em energia renovável (hidroeletricidade, eólica, solar, entre outros) até 2017 estará na China, segundo um estudo publicado pela Agência Internacional de Energia (AIE).
Dinamarca – Ao lado da Alemanha é destacado pela AIE como uma das referências na produção de energias mais limpas, desde 1990. Até 2050, a pretensão do país nórdico é que o consumo de energia renovável seja de 100%. Este ano, o país atingiu a marca de 25% de uso de energias do vento.
Emirados Árabes – Tendo inaugurado sua primeira usina solar em março deste ano, a Shams 1, o país pretende produzir 7% de sua eletricidade a partir de fontes alternativas até 2020. Em comparação, esta meta foi superada por 21 dos 27 países membros da União Europeia há quatro anos, informou o G1.
França – A França ainda vive o desafio de reduzir as fontes de energias nucleares por fontes mais limpas, o site oficial do país, o France, afirma que a parcela de energias renováveis chegou a 14% em 2008. Mas a agência de notícias Reuters fala em 12% da energia de hidrelétricas e 3% vinda do sol e dos ventos.
Índia – É neste país que se situa o maior parque solar da Ásia. O governo indiano lançou, em 2010, a missão solar nacional. Trata-se de um plano de 19 bilhões de dólares com a meta de gerar 20 mil megawatts de eletricidade solar até o ano de 2022. Uma das medidas adotadas pelo o governo indiano foi obrigar empresas distribuidoras de energia a comprarem uma determinada quantidade de energia renovável para a rede, informou o Instituto Ressoar.
Marrocos – Os governantes da nação têm divulgado como objetivo ter 42 % da matriz energética proveniente de fontes renováveis até 2020, dos quais 14% serão de energia solar, noticiou a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Reino Unido – A lei britânica determina que, até 2050, as emissões de CO2 do Reino Unido tenham caído 80% em relação aos níveis de 1990. Para isso, querem reduzir a construção de novas usinas a gás, de acordo com a revista Nature.
Tonga – É considerado um dos países novos que mais contribuiu com a redução de energia em 2012, e está ao lado das nações que ajudam a poupar 110 bilhões de dólares em todo o mundo, por ano, ampliando sua eficiência energética, segundo o Pnuma
Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org
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Revestimento passivo resfria prédios sob Sol quente
11/06/13
Frio sob o Sol
Quanto mais forte o Sol, mais quentes ficarão as casas e prédios, exigindo mais energia para o ar-condicionado, certo?
Normalmente sim, mas não se as paredes forem dotadas de uma nova tecnologia desenvolvida por Eden Rephaeli e seus colegas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
Eles desenvolveram uma técnica de resfriamento inteiramente nova, capaz de resfriar o interior das construções mesmo sob o Sol mais quente – e sem usar energia elétrica.
O dispositivo cumpre duas funções básicas.
A primeira é refletir a maior parte possível da luz solar – quanto maior a reflexão, menor será o calor absorvido pelo revestimento e passado para o edifício.
A segunda é irradiar o calor para o espaço. Para isso, a estrutura emite radiação termal em uma faixa de comprimentos de ondas à qual a atmosfera é praticamente transparente – a reflexão do calor pela atmosfera é o principal mecanismo do efeito estufa.
“Ninguém havia sido capaz de superar os desafios do resfriamento radiativo diurno, resfriar quando o Sol está brilhando,” disse Rephaeli.
Para isso, ele usou materiais fotônicos nanoestruturados, cujas estruturas em nanoescala podem ser fabricadas para se comportar de maneiras muito precisas em relação à luz.
“Nós combinamos o emissor térmico e o refletor solar em um único dispositivo, aumentando seu desempenho e tornando-o muito mais robusto e prático. Em particular, estamos muito entusiasmados porque este projeto viabiliza aplicações em escala industrial e sem conexão elétrica,” disse Aaswath Raman, coautor do estudo.
Os testes mostraram que o material alcança um resfriamento líquido acima de 100 watts por metro quadrado.
Isso é mais ou menos o equivalente à energia suprida por um painel solar de igual dimensão – assim, um painel solar que esteja fornecendo energia para alimentar o ar-condicionado poderia ser substituído pelo revestimento passivo.
“Também vislumbramos aplicações para o arrefecimento radiativo em áreas do mundo em desenvolvimento sem acesso à energia, onde o ar-condicionado não é uma opção. Há um grande número de pessoas que poderiam se beneficiar destes sistemas,” disse o professor Shanhui Fan.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/
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Pesquisadores conseguem extrair energia elétrica de plantas
13/05/13
Imagem: orgazmika
Do Reino Vegetal é possível extrair alimentos, remédios, fragrâncias e… energia elétrica! Sim, os pesquisadores da Universidade de Georgia (UGA) resolveram extrair eletricidade das plantas, segundo um estudo publicado no Journal Energy and Environmental Science. A pesquisa revela que as folhas funcionam como eficientes placas solares durante a fotossíntese.
Os professores explicam que, durante a fotossíntese, as plantas usam a luz solar para dividir átomos de água em hidrogênio e oxigênio. É nesta fase que produzem elétrons, os quais ao serem recém-liberados produziriam açúcares que servem de alimento para as próprias plantas.
“Nós desenvolvemos uma maneira de interromper a fotossíntese, para que possamos capturar os elétrons antes que a planta use-os”, explicou o autor da pesquisa Ramaraja Ramasamy, professor da UGA College of Engeneering e membro do Núcleo de Nanociência.
Em geral, as placas solares tradicionais têm entre 12% e 17% de eficiência quântica – a maioria das plantas consegue aproveitar 100%. Ou seja, para cada fóton de luz solar que uma planta capta, produz um número igual de elétrons, partículas dos átomos que geram energia.
Metódo
O estudo intitulado Alta atividade foto-eletroquímica de compósitos de nanotubos de carbono tilacóide para a conversão de energia fotossintética, utiliza nanotubos de carbono, 50 mil vezes mais finos que um fio de cabelo humano para separar estruturas na célula vegetal chamada de tilacóide – responsáveis por captar e armazenar a energia da luz solar. Essa estrutura é imobilizada para interromper o fluxo de elétrons e então os nanotubos agem como condutores elétricos, fios de energia.
Os experimentos realizados até hoje já obtiveram níveis de corrente elétrica duas vezes maiores que em sistemas semelhantes. Porém, Ramasamy informou que ainda há muito trabalho a ser feito até que esta tecnologia alcance as pessoas comuns e que muitos testes precisam ser feitos para a estabilidade de seu dispositivo.
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Metrópole inteligente na Ásia custará menos que Copa do Mundo de 2014
13/05/13
Cidades do futuro
Iskandar Malásia – este é nome da primeira “metrópole inteligente” do sudeste asiático.
A cidade está sendo construída com fundações firmes em princípios de integração social, baixas emissões de carbono, economia verde, tecnologias verdes, sustentabilidade e todos os demais conceitos relacionados com uma nova economia mundial.
Mas será que o caminho é realmente investir em cidades? Parece que sim, desde que sejam cidades concebidas em novos formatos.
As Nações Unidas estimam que a população humana passará dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões até 2050 – e mais de 6 bilhões vão viver em ambientes urbanos, um número que é quase o dobro de hoje.
Esse aumento exigirá a construção de uma cidade de 1 milhão de habitantes a cada semana até 2050, segundo cálculos dos especialistas.
Além disso, o estresse ambiental causado por esse intenso crescimento urbano será imenso – mais de 70% das emissões de CO2 hoje se relacionam com as necessidades das cidades.
É por isso que especialistas internacionais afirmam que Iskandar e outros empreendimentos do tipo são modelos para o desenvolvimento urbano sobretudo nos países emergentes, com populações que crescem a taxas mais altas.
Opções para o futuro
E dinheiro para isso também parece não faltar.
Iskandar já se mostrou um poderoso ímã para o investimento privado, incluindo enormes estúdios da Pinewood Films, o primeiro parque temático Legoland da Ásia, e campi remotos de diversas universidades ocidentais, incluindo Universidade Newcastle do Reino Unido, Universidade de Southampton e Marlborough College, todas localizadas na “edu-city” de 140 hectares.
De 2006, quando o projeto foi iniciado, até junho de 2012, Iskandar atraiu US$ 31,2 bilhões em investimentos, 38% dos quais vindos de fontes estrangeiras.
Isso é menos do que custará a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
A diferença é que, em vez de consumo de recursos públicos e estádios sem utilização, a cidade de Iskandar deverá ter um PIB de US$ 93,3 bilhões em 2025, um aumento de 465% em relação a 2005, antes do início do projeto – um PIB per capita de US$ 31.100 dólares.
Além da “metrópole inteligente” de Iskandar, a Malásia está criando “aldeias inteligentes” e “eco-cidades”, constituídas de casas a preços acessíveis, instalações educacionais, de formação e de lazer de alta tecnologia e um sistema agrícola criativo, em circuito fechado, proporcionando alimentos e renda suplementar aos moradores das pequenas cidades.
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