Pesquisa e Inovação
Paris de 2050
17/01/15
Segundo o arquiteto Vincent Callebaut , a Paris de 2050 poderia ser muito diferente do que a cidade que conhecemos hoje. O arquiteto revelou recentemente planos para transformar o famoso local em uma cidade futurista “inteligente”. Seu projeto é uma homenagem à arquitetura histórica da metrópole, como é pontuado por florescente, estruturas ecológicas. Callebaut tem apropriadamente intitulado seu conceito Smart City, e foi encomendado como parte do Plano de Energia Clima de Paris.
A Smart City inclui uma torre de montanha e outros arranha-céus que são inspirados pela natureza. Prédios usar estratégias de construção verdes, como aquecimento e refrigeração passivos, a reciclagem de água da chuva, e que vivem paredes verdes. Estas paredes originais são especialmente úteis porque eles infundir a atmosfera urbana com ar fresco. Além disso, o plano de Callebaut faz jardinagem comunidade e passar o tempo em espaços verdes um modo de vida – eles estão integrados na arquitetura.
Exteriors das torres de favo de mel-esque são geradores de energia solar que colhem a luz solar e produzir biocombustível. E, usando “phylolights” produz luz e energia, graças às turbinas de vento. Os edifícios são de uso misto e incentivar a integração de empreendimentos residenciais e comerciais. Por ter todas estas coisas a uma curta distância um do outro elimina a necessidade de transporte diário e corta o combustível poluição no ar.
fonte: http://www.mymodernmet.com/profiles/blogs/vincent-callebaut-paris-smart-city
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Estudantes brasileiros constroem casa de garrafa PET
22/11/14
Uma casa ecologicamente correta, que oferece maior conforto térmico e ainda é mais barata que uma construção tradicional em alvenaria. Esse foi o projeto CASA PET, que rendeu a conquista do 5º Prêmio Instituto 3M para Estudantes Universitários 2013 para uma equipe dez alunos da FATEC de Presidente Prudente, no interior de São Paulo.
A ideia, nascida em 2012, começou a ganhar forma quando o grupo de estudantes – monitorados por três professores – se inscreveu e venceu em 2013 a quinta edição do concurso com o projeto da CASA PET. “Fomos premiados e, com isso, ganhamos R$ 30 mil para transformar a proposta em realidade no prazo de um ano. Sem dúvida, um desafio ainda maior”, conta a estudante Adriana Roberta Mendonça.
Com o troféu na mão e o dinheiro na conta, a equipe colocou a mão na massa. Em outubro de 2013, os alunos iniciaram a construção de uma casa de 24m² – incluindo uma sacada – no campus da FATEC de Presidente Prudente, com o uso de 4 mil garrafas PET preenchidas com areia lavada e solo cimento (uma mistura de terra com 10% de cimento), que substituíram os tijolos desde as fundações até o teto. A estrutura da edificação, como as colunas de sustentação, é a mesma de uma residência de alvenaria. “Da maneira como foi feita, a obra fica tão resistente quanto as casas comuns”, explica a professora Camila Pires Cremasco Gabriel, da UNESP de Tupã, uma das coordenadoras do projeto.
Além da reciclagem das embalagens PET, outro grande benefício do projeto implementado pelos alunos da FATEC é a economia. Enquanto uma obra com as mesmas medidas erguida com tijolos gasta 10 sacos de cimento, a CASA PET só precisa de quatro. Contabilizando a mão de obra, material e acabamento (pintura, instalações elétrica e hidráulica) o custo foi de R$ 15 mil, ou seja, 30% a menos do que seria gasto em um projeto igual com uso dos materiais tradicionais.
“O projeto CASA PET é de fundamental importância, pois prova que uma construção ecologicamente correta feita de embalagens PET é uma alternativa econômica viável e que pode ser utilizada por pessoas de baixa renda”, avalia Camila.
As vantagens não param ai. Além da economia, a estimativa é que os cômodos que substituem tijolos por garrafas PET sejam 20% mais frescos. Isso porque as paredes são bem mais espessas: 35 cm de largura, enquanto as convencionais têm, em média, 13 cm. “Com a obra concluída e entregue, o grupo de estudantes começa agora a fase de medições de temperatura dentro da residência, com o objetivo de comprovar esta tese. Esse trabalho deverá ser concluído no segundo semestre de 2015”, completa Camila.
Desde sua criação, o Prêmio Instituto 3M para Estudantes Universitários já ajudou a tirar do papel várias ideias inovadoras. Uma delas, por exemplo, é o Projeto Bambu, desenvolvido por alunos da UNESP de Bauru, com o objetivo de capacitar agricultores da cadeia produtiva do bambu a gerarem renda por meio da produção de artesanato. A 6º edição do concurso ocorrerá no primeiro semestre de 2015 para estudantes universitários de todo o país.
Fonte: http://ciclovivo.com.br
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Gentle House
22/11/14
Hanói, capital do Vietnã, é uma antiga cidade com milhares de anos de história, formado e desenvolvido a partir de suas aldeias tradicionais. Com a urbanização rápida e complicada, ocorrendo na área, a paisagem original dessas comunidades tem tornar-se deformado e distorcida. é neste contexto que Ngoc Luong Le e sua empresa, V-arquitetura, construíram um projeto chamado a casa’ suave’.
O arquiteto vietnamita Ngoc Luong Le apelou para os conceitos de arquitetura bioclimática no projeto da “Gentle House”. A residência está localizada na periferia de Hanói, e proporciona conforto, ao mesmo tempo em que mantém a essência da cultura vietnamita.
Influenciado por habitações existentes do país, que muitas vezes são pequenos em termos de tamanhos e dimensões, mas altamente flexível e multifuncional, a residência tem apenas dois andares. Todas as árvores existentes no local são mantidas. A geometria do edifício é profundamente estudada para harmonizar com o sistema ecológico e todas as espécies vivas. O nível do solo é para funções de vida da família, incluindo uma zona central, três quartos, uma cozinha e um espaço de encontro. O centro é usado principalmente para adorar considerando que todas as atividades diárias acontecem no quintal da frente externo. O piso superior é um estúdio de arquitetura que se abre para fornecer vistas de 360 graus para os arredores.
A estrutura é construída por tijolos de terracota personalizado com simples revestimentos, laje e coluna de concreto, que são formados por painéis de bambu. As portas de madeira e as janelas não são pintadas, enquanto as cortinas de madeira cruas e acabamentos de teto são feitos pelos métodos tradicionais. A construção de aço do telhado origina-se na folha de banana do jardim que funciona como saliência com sem colunas de sustentação.
A fachada é composta por 36 conjuntos de portas de madeira que fazem referência a ‘canção de thuong ha ban’, uma tipologia de portão, comumente usada em todo o Vietnã. Esta porta ajustável, com duas palhetas deslizantes, tem a capacidade de abrir ou fechar com base na necessidade dos clientes e a mudança do clima. Quando todo o sistema está em uso, o interior pode tornar-se uma varanda.
A parede de cortina no piso superior foi moldada como uma cortina de bambu que deixa a luz penetrar profundamente a casa. Este detalhe trabalha ao lado do telhado, onde mecanismos de pulverização respondem ao calor do verão com água cinzenta, que resfria a superfície e cria um ambiente confortável para os ocupantes.
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Além da passagem do ar, o modelo também permite a maior entrada da luz, reduzindo a necessidade de energia elétrica durante todo o dia. Já durante o verão, quando o calor é muito mais forte, a residência conta com um sistema de arrefecimento baseado em água. Um sistema instalado no telhado espalha água de reuso pela estrutura para diminuir a temperatura e oferecer maior conforto térmico.
Fonte: http://www.designboom.com/architecture/ngoc-luong-le-v-architecture-gentle-house-hanoi-vietnam-11-17-2014/
http://www.archdaily.com/567952/the-gentle-house-ngoc-luong-le
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A creche com arquitetura inovadora na Dinamarca
15/10/14
A creche com arquitetura inovadora na Dinamarca que foi pensada como “uma vila para crianças”
Quando somos crianças, o melhor a se fazer é aproveitar a vida brincando ao ar livre. Pensando em deixar os pequenos num ambiente mais agradável e acolhedor, os arquitetos da COBE planejaram uma creche impressionante em Copenhagen, na Dinamarca.
O Jardim de Infância Forfatterhuset, que recebe 160 crianças de 0 a 6 anos, conta com cinco pequenas casas de um à três andares, revestidas de tijolos verticais, jardins suspensos e telhados verdes. Pensado em ser um local ideal para as crianças crescerem, o playground foi projetado como se fosse uma aldeia, repleta de diversão.
O espaço é funcional e flexível para a vida cotidiana, estimulando não só o aprendizado, mas também a criatividade. Uma das coisas que mais chamam a atenção é a fachada, que além de criar uma triagem solar em frente às janelas, protege o telhado e se estende como cerca no parquinho.
Fonte: http://www.hypeness.com.br/2
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Munique planeja ter 100% de energia limpa até 2025
07/10/14
Autoridades de Munique, terceira maior cidade da Alemanha, anunciaram nos últimos dias que assumiram o desafio de suprir a demanda de eletricidade com energia 100% renovável até 2025. Se atingida, a meta ambiciosa daria à cidade o título de metrópole líder em sustentabilidade no planeta.
A Stadtwerke München, or SWM, empresa municipal de eletricidade, terá que produzir cerca de 7,5 bilhões de kilowatts hora de energia verde para uma população de mais de um milhão de habitantes.
Entre os diversos projetos já em andamento para alcançar a meta proposta pela prefeitura está a instalação de uma usina hidrelétrica instalada no Rio Isar. O funcionamento da planta garantiu o abastecimento de energia de fonte limpa a 4 mil residências da cidade alemã. E no zoológico de Munique, esterco de elefante é convertido em biocombustível.
A Stadtwerke München também tem investido em projetos renováveis em outros países europeus, como uma planta solar em Andalusia, na Espanha, e em fazendas eólicas no Mar do Norte, entre Inglaterra e Escandinávia. A eletricidade produzida nestes lugares alimenta o grid integrado da Europa. Muitas empresas e comerciantes locais também estão fazendo sua parte ao optar por energia limpa junto às suas companhias de eletricidade.
O Parlamento da Comunidade Europeia já tinha definido como objetivo para as nações membro ter pelo menos 20% da energia proveniente de fontes limpas, como vento, sol ou biomassa. A Alemanha é um dos países mais avançados no mundo em iniciativas e desenvolvimento de tecnologias alternativas.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/
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Alvenaria de solo-cimento
28/09/14
Sistemas de construção de solo-cimento podem minimizar danos ambientais, baratear e dar mais agilidade às obras. A técnica é o resultado da mistura homogênea de solo, cimento e água em proporções previamente determinadas, depois compactada na forma de tijolos, blocos ou paredes monolíticas. Desde que bem executado, o componente apresenta boa durabilidade e resistência à compressão.
Empregado no Brasil inicialmente na confecção de bases e sub-bases de pavimentos de estradas, o solo-cimento começou a ser empregado em construções em 1948, quando residências feitas com paredes monolíticas foram construídas na Fazenda Inglesa, em Petrópolis (RJ). Um ano depois, foi construído o famoso Hospital Adriano Jorge, do Serviço Nacional de Tuberculos e, em Manaus, edifício com 10.800 m² ainda em funcionamento e em bom estado de conservação.
No entanto, o solo-cimento só foi amplamente aplicado em moradias por volta de 1978, quando o antigo BNH aprovou a técnica para construções de habitações populares. “Na época, estudos feitos pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) e pelo Ceped (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento) comprovaram que, além do bom desempenho termoacústico, o solo-cimento aplicado em construções levava a uma redução de custos de 20% a 40%, se comparado com a alvenaria tradicional de tijolos de barro ou cerâmicos”, diz Fernando Teixeira, consultor na área de solo-cimento.
O engenheiro explica que, naquele momento, predominavam as construções com paredes monolíticas. “Recentemente, processos construtivos que envolvem o uso de blocos modulares com encaixe intertravado estão tendo muita aceitação”, explica Teixeira. Apesar de mais cara do que a parede monolítica, a alvenaria de blocos apresenta vantagens como dispensar o emprego de fôrmas, acelerar a construção e facilitar a passagem das instalações hidráulica e elétrica.
Sistemas monolíticos x modulares
Para o engenheiro Francisco Casanova, professor do programa de engenharia civil da Coppe (Coordenadoria de Programas de Pós-Graduação da UFRJ), o tijolo e a parede monolítica de solo-cimento são “cartas fora do baralho”. “Um dos grandes problemas da alvenaria de tijolos monolíticos de solo estabilizado sempre foi a interação com a argamassa de assentamento”, afirma Casanova. Para o engenheiro, as diferenças entre as propriedades físicas de ambos os materiais, como o módulo de elasticidade e coeficientes de dilatação, acabam por levar à falência de um deles.
A alvenaria feita com blocos modulares, sim, não só resolve esse problema de interação como oferece algumas vantagens. Dispensa o revestimento, argamassa de assentamento, além de não necessitar de queima de madeira ou óleo combustível para sua produção, o que barateia o processo construtivo. Assim como a parede monolítica, os blocos de solo-cimento são fabricados, normalmente, com o próprio solo do local, o que reduz custos com relação à matéria-prima de construção e o seu transporte.
A desvantagem do sistema modular, segundo Neidyr Cury Neto, engenheiro especializado em fundações e geotecnia, é a dependência com relação às prensas manuais e hidráulicas, cujo preço varia de R$ 5 a R$ 40 mil. “Além do custo da prensa, deve-se avaliar os gastos com a sua manutenção”, explica Cury Neto. O engenheiro defende o emprego das paredes monolíticas na construção de moradias populares por meio de cooperativas de trabalho. “Com as paredes monolíticas, há um melhor aproveitamento da mão-de-obra não especializada do local, além da redução de custos”, explica.
Para a construção de paredes monolíticas usam-se guias, fôrmas e soquetes para a compactação da mistura. As guias devem respeitar o alinhamento e o prumo. Depois de presas com parafusos adequados, as fôrmas, normalmente de madeira, são preenchidas por camadas de solo-cimento, que devem ser compactadas até formar uma mistura coesa e homogênea.
À medida que se constrói a parede, as fôrmas vão passando de uma altura a outra sem esperar a secagem da etapa anterior. “Dentre os sistemas ensaiados pelo Ceped, o que apresentou melhores resultados consistia em fixar previamente, no solo, guias para o deslizamento das fôrmas, que subiam de acordo com o enchimento do muro”, explica Cury Neto.
Escolha do solo
Independentemente do sistema adotado devem ser tomados cuidados que vão desde a seleção do solo adequado até a correta execução das fundações e da alvenaria.
“O que parece ser um processo simples, de fácil execução, requer a aplicação de um protocolo técnico que envolve fatores como a escolha do solo, a dosagem dos teores dos ligantes hidráulicos e o correto ajuste de parâmetros de estado e colocação relativos ao solo e à mistura deste com o estabilizante”, diz o engenheiro Francisco Casanova. Segundo ele, o nível de detalhamento de projeto deve ser o maior possível. “Tudo aquilo que as normas exigem para a alvenaria estrutural de blocos de concreto, armada ou não-armada, vale para o solo estabilizado com o cimento”, afirma.
O engenheiro e professor da Poli-USP Alex Abiko, que durante 13 anos foi pesquisador da tecnologia no IPT, acredita que a durabilidade dos sistemas construtivos com solo-cimento depende de rigorosas análises de laboratório que avaliem a retração do composto e a expansibilidade do solo usadas na mistura. “O fato de algumas argilas expandirem muito dentro do conjunto pode aumentar o volume do material de forma a ocasionar trincas”, diz.
Em princípio, o solo de qualquer jazida pode ser utilizado para a confecção de paredes monolíticas, blocos e tijolos de solo-cimento. Os mais indicados, no entanto, são aqueles que possuem de 50% a 70% de teor de areia no composto. “O solo com a granulometria ideal para a mistura deve ser predominantemente arenoso, com argila em menor percentagem para que haja coesão entre os grãos”, diz Aurinilce Nascimento, da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland). A engenheira explica que na medida em que aumenta o teor de argila do solo, aumenta a necessidade de consumo do cimento para sua estabilização, que deve representar de 5% a 10% em massa em relação ao solo.
“A correção de um solo muito argiloso pode ser feita com a adição de areia pura ou de solo arenoso”, diz Cury Neto. Tal procedimento, segundo ele, pode baratear o processo por reduzir a quantidade de cimento necessária para conferir estabilidade e resistência ao material. Neto explica que as camadas superficiais do solo, com profundidades que variam normalmente de 10 a 60 cm, em que há o predomínio de matéria orgânica, não podem ser adicionadas à mistura. “A acidez da matéria orgânica no solo retarda as reações de hidratação do cimento, comprometendo a resistência à compressão do solo-cimento”, afirma.
Método de dosagem alternativo
Uma vez colhidas amostras qualitativas do solo, essas deverão ser encaminhadas para um laboratório de mecânica dos solos, que determinará a proporção de argila, areia e silte existentes. Depois da análise, é feita a dosagem para solo-cimento, procedimento que determinará a quantidade de água, cimento e solo para estabilizar a mistura. “Por demorarem 40 dias para serem concluídos, os procedimentos de análise e dosagem feitos por laboratórios são um dos fatores que desestimulam o uso em construções”, diz Casanova.
Em conjunto com seus alunos de mestrado e doutorado, Casanova desenvolveu uma metodologia baseada em ensaios simples e expeditos, que dispensam a atuação do laboratório, podendo ser aplicada diretamente na jazida ou canteiro de obras. “A metodologia, além de baratear o processo, dura apenas cinco dias”, explica.
Uma vez determinada a dosagem, o solo que será utilizado na mistura deverá ser peneirado, destorroado e estocado, de preferência em local coberto. Após essa etapa, a matéria-prima é misturada com o cimento e a água, atividade que pode ser realizada manualmente, ou por um misturador mecânico, de acordo com a capacidade de produção da prensa.
Por produzirem maior quantidade de peças do que as manuais, as prensas hidráulicas requerem equipamentos mecanizados para a produção da mistura e alimentação dos silos. Fernando Teixeira explica que com a produção diária de até 3,5 mil blocos, a mistura do composto e sua condução até a prensa é feita manualmente. “Acima disso, torna-se necessário o emprego de um misturador mecânico e de uma correia transportadora para abastecer a prensa”, explica. Para a produção de paredes monolíticas, os procedimentos, em geral, são feitos manualmente.
Após a inserção da mistura fresca dentro dos moldes de prensas hidráulicas ou manuais, ocorre a prensagem dos blocos ou tijolos, que devem ser estocados, de preferência em local coberto. Para cura, as peças devem ser molhadas três vezes ao dia, durante um período mínimo de sete dias, para que a mistura prensada endureça e adquira a resistência desejada. De acordo com as normas da ABNT, só depois de 14 dias é que os tijolos ou blocos poderão ser aplicados em construção. Em locais descobertos, o composto deverá ser molhado mais do que três vezes ao dia, de acordo com as condições climáticas.
Manuais ou hidráulicas, as prensas utilizadas para a fabricação dos tijolos contam com moldes que podem configurar diferentes modelos de blocos, classificados pelo tipo de encaixe: encaixe tronco-cônico, encaixe quadrado bisotado/não bisotado ? ou com vértices arredondados ? , e o encaixe trilha.
As paredes monolíticas requerem um processo de cura igual ao de alvenaria dos blocos. Segundo Aurinilce, sua espessura varia de 8 a 12 cm, de acordo com a altura da parede. Como manutenção das paredes monolíticas e de blocos de solo-cimento, a engenheira recomenda a impermeabilização por meio da aplicação de um verniz específico para o material.
Fundações rasas como o baldrame e, principalmente, a do tipo radier, são apropriadas para as construções de solo-cimento. Por se adaptar a qualquer tipo de solo, garantir uma melhor uniformização do terreno e evitar problemas como recalques diferenciais, a fundação do tipo radier é, apesar de mais cara, mais indicada do que a sapata corrida. Além do radier, recomenda-se a execução de uma base de argamassa impermeabilizada que acompanhe o traçado das paredes e sirva como área de apoio aos tijolos.
Normas
As normas técnicas da ABNT, que determinam características como forma, dimensões, resistência à compressão e à absorção de água de blocos e tijolos de solo-cimento, desconsideram a aplicação das peças em alvenarias estruturais. Apesar disso, há um consenso entre os profissionais da área sobre a possibilidade de execução de paredes estruturais feitas de blocos de solo-cimento. “Nesse caso, deve-se aumentar a resistência dos blocos por meio de uma adição maior de cimento à mistura”, diz Fernando Teixeira. O engenheiro explica que, além disso, os buracos dos blocos devem ser armados e preenchidos de concreto, de acordo com as orientações de um calculista que, nesse caso, também poderá determinar o diâmetro dos furos de grauteamento.
Uma alvenaria feita com blocos de solo-cimento, de acordo com a resistência à compressão determinada pela ABNT para as peças (2 MPa), suporta o peso de elementos como lajes moldadas ou pré-moldadas e coberturas convencionais, como a de telha cerâmica, por exemplo. O mesmo se aplica às paredes monolíticas. “Com relação aos blocos, devem ser tomados pequenos cuidados de segurança, como fazer amarrações, armar e preencher os furos dos blocos das extremidades com concreto”, explica Teixeira.
Segundo o engenheiro, uma alvenaria de solo-cimento, desde que associada a uma estrutura de concreto, pode atingir um número “indefinido” de pavimentos. “Sem isso, o máximo que ela consegue atingir são três pavimentos”, explica.
As construções requerem, sobre portas e janelas, a execução de vergas de bloco do tipo canaleta, que deverão ser preenchidas com concreto. “Para isso, os furos das duas fiadas, imediatamente abaixo e acima, deverão ser obturados e grauteados”, explica Casanova. A presença da viga conformada pelo bloco do tipo canaleta também é necessária, segundo Fernando Teixeira, entre a parede e a cobertura da construção. “Essa pequena viga armada permitirá uma melhor distribuição da carga do telhado sobre as paredes”, afirma.
Apesar de dispensarem argamassa de assentamento, sistemas que fazem uso de blocos modulares e encaixáveis requerem vedação de juntas por meio de aplicação de cola à base de PVC. “Blocos de solo-cimento são mais ecológicos do que tijolos cerâmicos ou de barro cozido por dispensarem a queima de madeira ou óleo combustível”, explica Casanova.
Segundo o engenheiro, para a fabricação de mil tijolos cerâmicos de 20 cm x 20 cm x 10 cm, é necessária a queima de cinco árvores de porte médio ou 120 kg de óleo combustível. “É uma mera questão de tempo para que o sistema construtivo se imponha naturalmente”, finaliza.
Fonte: http://www.monteirotijolos.com
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Warka Water
23/09/14
Fantástica Invenção que gera 100 litros de ÁGUA por dia – Warka Water
Os arquitetos italianos Arturo Vittori e Andreas Vogler do estúdio Architecture and Vision desenvolveram uma incrível torre de água feita a mão com materiais naturais. O projeto foi apresentado pela primeira vez na Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2012, e é voltado para populações rurais de países em desenvolvimento, onde a infra-estrutura para disponibilizar o acesso a água potável é quase impossível.
O projeto intitulado Warka Water foi projetado para recolher a umidade do ar por condensação e depositar assim, a água até um recipiente.
A estrutura é composta por cinco módulos que podem ser instalados de baixo para cima por algumas pessoas, sem a necessidade de andaimes e pesa apenas 60kg. Em formato de torre de 10m com base modular, o projeto é feito em bambu ou talos de juncos (espécie de gramínea) e tem o interior forrado com uma malha plástica, similar aos sacos usados no transporte de frutas e legumes. A umidade presente na atmosfera condensa na tela de polietileno de alta densidade, para depois ser acumulada em água para o consumo. O processo acontece por condensação da água do orvalho, como consequência da oscilação da alta temperatura de dia para a queda de temperatura da noite. A estimativa é de que o Warka Water seja capaz de coletar 100 litros de água por dia quando instalado em um clima como o da Etiópia, segundo o arquiteto Arturo Vittori. Um protótipo do item já foi construído no Instituto Italiano de Cultura. A previsão é a de que ele seja instalado definitivamente no continente africano em 2015. O sistema não requer alta tecnologia e pode ser aplicado em diversos locais, sendo uma solução acessível para a população.
Essa Fantástica e simples invenção já está sendo utilizada inicialmente na Etiópia, esperemos que se espalhe para o mundo.
Vejam também o vídeo em inglês
Fonte: http://yogui.co/fantastica-invencao-que-gera-100-litros-de-agua-por-dia-warka-water/
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Cartilha – CASA SUSTENTÁVEL
07/08/14
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O que a natureza faria?
06/08/14
Biomimética: A natureza como modelo e medida
A palavra que vem do grego bios (vida) e mimesis (imitação) resume o simples conceito da Biomimética: a natureza como inspiração inventiva. Biomimética (imitação da vida) é o novo ramo da ciência dedicado a entender os princípios usados pela natureza e usá-los como estímulos para inovações. Essa área da ciência estuda estruturas biológicas, seus modelos, sistemas, processos e elementos aprendendo com a natureza a dar soluções sustentáveis para os mais variados problemas tecnológicos enfrentados pelo homem em tempos de alta tecnologia. Em outras palavras, analisa modelos já existentes em plantas, animais e outros organismos, e neles se inspira para resolver questões que surgem na mesa de trabalho de engenheiros, arquitetos, eletricistas, químicos e todos os tipos de inventores.
As inovações da natureza, que têm sido desenvolvidas a aperfeiçoadas continuamente por milhões de anos, fornecem um estoque inesgotável de ideias e soluções engenhosas. Além das contribuições às inovações tecnológicas, estas ideias têm contribuído também para a causa de proteção ambiental.
Muitos dos conceitos inovadores que os engenheiros e cientistas estão adotando da natureza correspondem ao princípio da sustentabilidade. A natureza sempre alcança seus objetivos com economia, com um mínimo de energia, conserva seus recursos e recicla completamente seus resíduos. Pesquisadores de diversas áreas estão estudando as soluções encontradas pela natureza e procurando adaptá-las na solução de seus problemas e na inovação de seus produtos.
Janine M. Benyus, escritora científica, considerada a mãe da biomimética defende em seu livro Biomimética: Inovação Inspirada pela Natureza que esta busca vem contra a tendência moderna de dominar ou melhorar a natureza, e se mostra como uma verdadeira revolução na interação Homem x Meio ambiente. “Essa respeitosa imitação é uma abordagem totalmente nova. Diferentemente da Revolução Industrial, a Revolução Biomimética inaugura uma era cujas bases assentam não naquilo que podemos extrair da natureza, mas no que podemos aprender com ela”, afirma.
“Por todo o período em que existe vida na terra, ocorreram milhares de extinções. Noventa e nove por cento de todas as espécies que já estiveram aqui estão extintas”, diz Janine. “Então, o que você vê agora são os sobreviventes, o 1% que venceu. E isso é porque os seus designs são elegantes, seus materiais leves e fortes, suas químicas são seguras. Ou seja, durante esse longo período de tempo, as espécies aprenderam a viver aqui, melhorando o lugar onde estão.”
Com a agressividade do desenvolvimento humano em relação à natureza em constante pauta na contemporaneidade, a biomimética ganhou força como uma efetiva mudança na vida moderna. Com raízes na simplicidade e aplicação pouco mais trabalhosa, a biomimética não assusta e assume grande potencial dentro do comportamento sustentável.
Os avanços já são notados em nosso dia a dia há bastante tempo, de maneiras mais singelas ou nas grandes evoluções sustentáveis. Para o cientista Stephen Wainwright, a biomimética se torna “a mais desafiadora e importante ciência biológica do Século 21”. Veja algumas criações que usaram o princípio da biomimética:
• Adesivos não-tóxicos: inspirados nas substâncias desenvolvidas por salamandras.
• Velcro: percebido pelo seu criador durante uma caminha, o velcro veio do estudo de pequenos vegetais de espinhos que ficaram grudados na calça durante o passeio.
• Construções Ecoeficientes: inspiradas nas casas de insetos como cupins, conseguem atingir uma eficiência energética maior em comparação as comuns.
• Tintas que facilitam a limpeza: a planta Lotus é conhecida por possuir mecanismos próprios de limpeza e inspirou a criação de tintas, ceras de aplicar em vidros e revestimentos de carros.
• Taxol: novo e promissor medicamento anticancerígeno, é encontrado na casca do teixo do Pacífico, planta originária do noroeste do oceano Pacífico.
E o sonho de Janine, então, tomou forma no AskNature.org, um site colaborativo cujo objetivo é tornar a biomimética disponível para todos. O caso do cimento é um entre as 738 estratégias inspiradas na natureza que, por enquanto, alimentam o site, lançado oficialmente em 20 de novembro. A idéia é que, a partir de agora, pesquisadores, engenheiros, biólogos, arquitetos, designers e outros possam se conectar, trocar informações e produzir colaborativamente. ”A informação biológica vai estar nas mãos dos designers que fazem nosso mundo”, comemora Janine.
Plantas, baleias e o homem-inventor. Se precisamos redesenhar o mundo criado pelo homem para que ele caiba dentro do mundo natural que lhe dá suporte, uma das melhores fontes de inspiração, defende Janine, é a própria natureza, que com 3,8 bilhões de anos de experiência descobriu o que funciona, o que é apropriado e o que perdura no tempo.
“Nesse tempo, a ‘vida’ aprendeu a voar, a circunavegar o globo, a viver nas profundezas dos oceanos e em cima dos picos mais altos, a produzir materiais miraculosos, a iluminar a noite, a apreender a energia do sol e a construir um cérebro autoreflexivo”, escreveu ela em 1997. ”Coletivamente, os organismos conseguiram transformar rochas e mar em uma casa, com temperaturas estáveis e ciclos que se sucedem suavemente.
Em suma, as coisas viventes fizeram tudo aquilo que queremos fazer, sem se empanturrar de combustíveis fósseis, poluir o planeta ou hipotecar seu futuro. Que modelo melhor poderia haver?” O que a biomimética propõe é o redesenho da relação do homem-inventor com a natureza, abandonando a mera exploração de recursos naturais para buscar a inspiração. É possível acompanhar o percurso que a “vida” percorreu para chegar aonde está hoje, lembra Janine, pois os fracassos viraram fósseis. O que sobreviveu pode ser usado para tornar a presença humana na Terra mais sustentável.
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Escolas Flutuantes Sustentáveis
27/07/14
Arquiteto projeta escolas flutuantes sustentáveis para ajudar crianças em regiões com inundações frequentes
Para lidar com o problema de constantes inundações na região de Makoko, na Nigéria, o arquiteto Kunie Adeyemi, da NLE, projetou escolas sustentáveis e flutuantes que podem abrigar até 100 crianças cada uma e que funcionam independentemente de fenômenos naturais.
A estrutura, que tem 10 metros de altura e três andares, é construída sobre uma base de 32 metros quadrados, que flutua em 256 tambores reaproveitados. Toda em madeira reutilizada, a escola conta com playground, área de lazer, salas de aula e espaços para aula ao ar livre.
Para não precisar depender da luz e da água que está disponível em terra firme, o arquiteto optou por implementar na escola flutuante painéis solares e um sistema para captar a água da chuva, que é filtrada e usada nos banheiros.
Com as escolas flutuantes, as crianças da região não ficam sem aulas mesmo em períodos de alagamento, podendo chegar até o local usando barcos. Com foco na sustentabilidade, as escolas flutuantes pensadas por Kunie Adeyemi custam menos do que aquelas construídas em terra firme.
Fonte: http://www.hypeness.com.br
