Habitação Popular
Announcement: Projeto RECRIAR
17/07/10
A casa é o segundo útero e o Planeta Terra é nossa Grande Mãe, por isso cuidar da casa e do Planeta é fundamental para a sobrevivência da nossa espécie.
O homem é coautor da Grande Obra da Vida, construída a cada segundo, com os sonhos, gestos, intenções, ideias, erros, acertos, buscas, certezas… e, principalmente, com a infinita criatividade para recriar o mundo, todos os dias.
Nosso projeto aposta na capacidade que cada ser humano tem de sonhar juntos e criar instrumentos para construção de um mundo melhor.
Por onde começar?
Que tal cuidando do nosso Lar?
No Brasil, de acordo com o Ministério das Cidades (Fonte: <www.cidades.gov.br>), o déficit habitacional para a população de baixa renda é estimado hoje em 7,223 milhões de moradias, ou seja, a população com renda média familiar mensal até três salários mínimos.
A indústria da construção civil poderia suprir esse déficit, mas qual seria o custo ambiental dessa obra?
“As atividades relacionadas à construção civil são as maiores responsáveis pela degradação ambiental, que ocorrem por meio do consumo excessivo de recursos naturais, pela demanda por matéria prima industrializada e pela geração de resíduos. O setor é atualmente um dos maiores causadores de impactos ambientais, consome 75% dos recursos naturais extraídos, gera 80 milhões de toneladas de resíduos por ano e, devido à queima de combustíveis fósseis, sua cadeia produtiva contribui de forma significativa para a emissão de gases de efeito estufa (GEE), como o CO2. Também responde por 40% do consumo mundial de energia e por 16% da água utilizada no mundo.”
Como solucionar esse problema?
Construir casas populares sustentáveis seria um bom começo.
Mas o que é uma casa popular sustentável?
São casas projetadas com materiais de construção e tecnologias sustentáveis de baixo custo, que possibilitem:
• coleta e reutilização de água da chuva para descarga do vaso sanitário e irrigação do jardim
• materiais de construção naturais, recicláveis e de fontes renováveis, que produzam menor impacto ambiental, disponíveis localmente;
• tratamento local de esgoto doméstico;
• desenvolvimento de projeto que possibilite a auto construção ou a construção através de sistemas de mutirão;
• sistema de aquecimento de água por painéis solares
• acessibilidade universal – todos os espaços de passagem, assim como o banheiro, projetados com espaçamentos
adequados para a movimentação independente de idosos e deficientes físicos.
O resultado para o planeta será:
• menor impacto ambiental;
• redução do consumo de energia;
• redução do consumo de água;
• melhoria do conforto térmico;
• redução e minimização de resíduos;
• saneamento eficiente;
• paisagismo produtivo.
A teoria é perfeita, mas como transformar isso em realidade?
Aprendendo e Fazendo!
Etapa II
Projeto CENTRO TECNOLÓGICO RECRIAR
- PRINCIPAIS QUESTÕES E PROBLEMAS A SEREM TRABALHADOS NO PROJETO
Hoje a palavra sustentabilidade não se refere apenas a um estilo de vida, mas a única saída para a sobrevivência da nossa civilização. O conceito de desenvolvimento sustentável implica em buscar soluções viáveis, que minimizem os impactos ambientais e maximizem os resultados sociais.
O PROJETO CENTRO TECNOLÓGICO RECRIAR é uma tentativa de inserir a construção sustentável em quatro justificativas importantes, dentre as muitas possíveis, que são: a justificativa social, justificativa ambiental, justificativa econômica e a justificativa tecnológica.
Nossa meta é pesquisar materiais, tecnologia e sistemas construtivos para construir uma casa popular, sustentável com R$ 8.000,00 e ensinar a fazer isso.
Essa pesquisa, capacitação, monitoramento dos protótipos só pode ser realizado em um espaço com infraestrutura para isso.
Essa meta abre um leque imenso de problemas e possíveis soluções, entre eles:
– Déficit habitacional – a comunidade aprende a construir a própria casa e os materiais que serão utilizados na construção; isso diminui drasticamente o custo final da obra e gera possibilidade de negócio para a comunidade, uma vez que eles poderão produzir os elementos (blocos, telhas, etc.) em escala industrial e comercializar.
– Degradação Ambiental – produzir elementos a partir de reciclagem e reutilização de resíduos descartados pela construção civil, como gesso, entulhos, madeira, etc.; ou resíduos gerados pela indústria em geral e lixo doméstico. Assim, os resíduos sólidos são gerados em cada etapa do processo em que as matérias-primas são convertidas em bens de consumo. A partir desta análise, concluem que a melhor maneira de reduzir a quantidade de resíduos sólidos é limitar o consumo de matérias-primas e incrementar as taxas de recuperação e reuso ou de reutilização dos resíduos produzidos.
– Falta de mão-de-obra qualificada na construção civil – capacitar o jovem para construção sustentável, produção de equipamentos de tecnologia limpa de baixo custo, materiais de construção ecológicos ou sustentáveis e técnicas alternativas de construção.
“De acordo com o estudo The world at work: Jobs, pay, and skills for 3.5 billion people (“O mundo do trabalho: empregos, salários e habilidades para 3,5 bilhões de pessoas”), divulgado pelo Instituto Global McKinsey. Ao analisar 70 países que, juntos, representam 96% do PIB e 87% da população mundiais, o estudo revelou que a falta de profissionais altamente qualificados, com Ensino Superior e especializações, provocará uma guerra mundial por talentos – serão 40 milhões de profissionais a menos do que o necessário. Países da África subsaariana e sul asiático não vão encontrar os 45 milhões de trabalhadores de qualificação média (o equivalente ao Ensino Médio completo) de que seu processo de industrialização precisa para continuar crescendo. Por outro lado, cerca de 95 milhões de indivíduos com baixa qualificação profissional (Ensino Fundamental) ficarão desempregados por não estarem a altura dos cargos disponíveis.”
– Falta de oportunidade para pesquisadores colocarem em prática novas tecnologias e materiais de construção, diretamente nas comunidades mais carentes – trazer para as comunidades o enorme conhecimento e pesquisas desenvolvidas nas Universidades e Centros Tecnológicos;
– Falta de perspectivas para jovens em situação de rua, internos em casa de recuperação, ou abrigos; que não tem profissão e não conseguem entrar no mercado de trabalho – ensinar a produzir componentes e tecnologia, oferecer a matéria prima e capacitar o jovem para construir a própria casa;
“- A cada ano, se tornam aptos ao mercado de trabalho, cerca de 2,1 milhões de pessoas. A expectativa de novos postos de trabalho formal no Brasil é de 1,7 milhão, para uma demanda de 2,1 milhão de pessoas que todo ano se tornam aptas a pleitear uma vaga de trabalho remunerado, ou seja, a cada ano teremos 600 mil pessoas aptas fora do mercado de trabalho. A maioria das novas vagas que surgem, são dos setores da indústria e construção civil. Porem existe muita dificuldade na obtenção de mão de obra especializada no setor de construção.
“2.187 menores de idade que vão completar a maioridade dentro de abrigos no Brasil ainda em 2012. Consequentemente, deixam de estar sob a tutela do Estado e enfrentam sozinhos a transição para a vida adulta. Com a maioridade, os jovens abrigados são considerados aptos a viver por conta própria, mesmo quando não possuem capacitação profissional. Como não há um programa direcionado exclusivamente a esse público no Brasil, a possibilidade deles encontrarem emprego e construírem uma vida digna é bem pequena.”
– Número imenso de pessoas ociosas em comunidades carentes – ensinar a produzir elementos tecnologia de baixo custo, para consumo da própria comunidade e comércio.
“Em 2012, a população de desempregados gira em torno de 6,7%, ou seja, atingirá a quantidade expressiva de 11,8 milhões de seres humanos desempregados e aproximadamente 6,7 milhões de pessoas desocupadas.”
Nossa proposta é oferecer possibilidades de construir utilizando materiais disponíveis localmente, capacitar as pessoas da comunidade através de cursos e oficinas presenciais em nossa sede, ou através de plataforma de ensino à distância.
– Promoção da Saúde através da Habitação Saudável – para essa reflexão utilizamos os conceitos de habitabilidade e de ambiência. Do ponto de vista do paradigma do ambiente como determinante da saúde, a habitação se constitui em um espaço de construção e consolidação do desenvolvimento da saúde. É de fundamental importância a pesquisa e produção de conhecimento técnico e aplicado em torno do ambiente construído, dos fatores de risco e do impacto na saúde humana.
“O desafio para a saúde ambiental está no gerenciamento dos riscos, na prevenção dos desastres e na promoção da saúde na habitação, em especial nas áreas de maior vulnerabilidade socioambiental, nas comunidades de baixa renda que, por critérios epidemiológicos e humanitários, deveriam ter a prioridade de investimentos e de efetivação das políticas públicas. Desconsiderar esta prioridade é contribuir para a fragmentação do tecido social, urbano e rural. “
(Manifesto da Rede Brasileira de Habitação Saudável gt habitação saudável e desastres)
- Objetivos Gerais
Pesquisa → Desenvolvimento de Componentes e Tecnologia → Capacitação -→ Produção de Materiais e Tecnologia → Construção das casas
Pesquisa – Estudar e explorar as potencialidades da construção tradicional como referência para a inovação tecnológica em sustentabilidade na arquitetura. Estudar a possibilidade de adaptar ao contexto tecnológico atual, técnicas tradicionais, que possibilite minimizar os impactos ambientais e maximizar os resultados sociais.
Desenvolvimento de Componentes e Tecnologia – Desenvolver novos materiais, componentes, técnicas construtivas e tecnologias alternativas para construção de baixo custo.
Capacitação– Formação profissional para a produção de componentes, painéis e técnicas construtivas que possibilitem a autoconstrução das casas, inserção dos aprendizes no mercado de trabalho e produção de componentes para comércio. A qualificação não é apenas uma alternativa para a construção da própria casa, mas o ingresso no mercado de trabalho e a possibilidade maior da construção da sua identidade cidadã.
Produção de Materiais e Tecnologia – Os resultados das pesquisas serão confeccionados pelos participantes dos cursos e pelos grupos interessados em geral. A produção de blocos, telhas, revestimento, portas e janelas, etc., poderão ser utilizados na confecção das próprias casas, ou para comercialização pela comunidade.
Construção da casa – A construção da casa está presidida por um conceito de sistema construtivo que integre os universos produtivos de dentro e de fora do canteiro: os saberes, os materiais, o equipamento, o processo de trabalho, as relações de trabalho, a logística, o ecossistema, etc.
- Objetivos Específicos
1. Construir um Centro Tecnológico em uma área acima de 50 mil metros quadrados. O Centro Tecnológico será aberto a estudantes, pesquisadores e público em geral, para pesquisar, desenvolver e produzir componentes e tecnologias de baixo custo para construção de casas populares sustentáveis. Construir uma ECOVILA com casas populares.
O Centro Tecnológico contará com 1 Laboratório de materiais, 1 estufa para pesquisa de plantas de diversas partes do Brasil, 1 Laboratório de Tecnologia para produção de energia limpa, 1 Oficina de reciclagem e reutilização de resíduos da construção civil, Centro de Ensino e Convivência.
A Ecovila com os protótipos das casas com área de 50 m2, (incialmente 10 casas) com diferentes materiais e sistemas construtivos, serão utilizadas para monitoramento e aperfeiçoamento dos componentes e tecnologias. Todas as casas terão horta e jardim. Tudo será aberto ao público em geral, GRATUITAMENTE.
2. Formar uma rede de pesquisadores capazes de criar novos conhecimentos que contribuam para expandir as capacidades da tecnologia e construção sustentável de baixo custo, para atender mais e melhor os desafios sociais e econômicos de comunidades desfavorecidas, rurais e urbanas. Esse grupo de pesquisadores desenvolverá componentes utilizando materiais ecológicos e reciclados; painéis solares de baixo custo para tecnologia limpa; sistemas construtivos tradicionais e alternativos revisados e atualizados. Todo material proveniente desses estudos será disponibilizado no nosso site e redes sociais.
3. Criar 6 grupos de pesquisa – 1. Parede, 2.Cobertura, 3.Estrutura, 4.Esgoto, 5.Revestimento, 6. Energia Limpa. Cada grupo terá um coordenador e voluntários para desenvolver a pesquisa, produzir os componentes, inserir o produto na casa e ensinar nos grupos de capacitação.
Cada grupo se responsabilizará pela pesquisa, desenvolvimento do material e ensinar os alunos e público em geral a produzir esse componente, ou tecnologia para construção de casas ou produção para comércio.
Cada grupo será responsável pelo seu produto, desde a pesquisa, ensino, produção, até o monitoramento do desempenho do mesmo, na casa.
O grupo de pesquisadores oferecerá consultoria, para moradores comunidades carentes em cidades sem nenhum acesso a tecnologia e sistemas construtivos de baixo custo, através de plataforma de ensino à distância.
O curso de capacitação será oferecido aos moradores de comunidades carentes, grupos que trabalham com moradores em situação de rua, clinica de dependentes químicos, grupos de mulheres vitimas de violência e jovens de abrigos. Esses grupos de pessoas serão selecionados pelos lideres das comunidades, ou abrigos.
Todos os cursos destinados às comunidades serão gratuitos, bem como o acompanhamento das obras nas comunidades dos alunos.
Os cursos serão oferecidos também através de plataforma de ensino à distância. Todo material didático será publicado na íntegra em nosso site e disponibilizado para o público em geral.
Estamos fazendo pesquisas para desenvolver componentes (blocos, telhas, elementos para fundação, estrutura, vedação, etc.), utilizando resíduos da construção convencional e materiais reciclados. O objetivo é retirar da natureza milhares de toneladas de “lixo” e transformá-los em materiais de construção. Toda produção será pública.
Mas o que faz de uma casa, um Lar?
As pessoas que vivem nela.
Etapa III
Comunidade e Universidade juntas
Trazer moradores de comunidades carentes, alunos de arquitetura e engenharia, profissionais da área de construção civil, internos de clinicas de recuperação e público em geral, para juntos recriarmos o “jeito de construir, morar e cuidar do planeta.”
Um sonho – fazer uma ponte entre os saberes da Academia e os saberes da população, que utiliza técnicas de construção alternativas, com terra, materiais descartados pela indústria da construção civil, etc. Juntos podemos construir casas com qualidade e baixo custo.
Existem pesquisas maravilhosas que poderiam melhorar a vida de milhões de pessoas, mas estão enfeitando as estantes da Bibliotecas. Vamos dar Vida a todo esse material”
O Planeta é o nosso Lar!
Morar em uma casa sustentável não basta, é necessário que as pessoas da comunidade criem uma nova relação com o planeta. É necessário que a cultura da sustentabilidade seja disseminada entre todos. Palestras, cursos, assistência na própria comunidade, nas escolas do bairro, são atitudes que entendemos como sementes para conscientização. A partir desse conhecimento que construiremos juntos é que a cultura da sustentabilidade pode proliferar. Reuso de água, coleta seletiva de lixo, horta coletiva, replantio nas áreas de mata ciliar quando prejudicadas e o respeito pelo meio ambiente são nossas principais metas. Contaremos com apoio de grupos ambientalistas que já desenvolvem cultura da sustentabilidade.
Quem somos
Amanda Novaes Massari , Bacharel em Direito
Ana Maria Morata dos Santos, Consultora de Vendas
Beatriz Morabito, Webmaster
Carla Gonçalves Boscato de Castro, Educadora
Carla Matheus de Almeida, Arquiteta
Isabel de Freitas, Psicóloga
José Marcelino de Andrade, Empresário
Miriam Morata Novaes, Arquiteta
Nadia Maria Rozon, Advogada
Sandra Regina Warde dos Santos, Secretária
Sonia Maria Marçal de Andrade, Educadora
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Habitação Ecológica
17/03/20
Habitação ecológica ultrapassa os modelos tradicionais com o foco total no papelão
Casa modular e flexível, concebida na Holanda, dá um banho quando o tema é inovação e sustentabilidade, sem esquecer do conforto
Parece mesmo não haver limite para a arquitetura, principalmente quando o assunto são construções sustentáveis. Uma verdadeira revolução tecnológica, acompanhada de uma profusão de boas ideias, invade o setor e resignifica o sentido do morar. Conceitos que poderiam ser tidos como simples, mas por outro lado são frutos de um trabalho dedicado, saem das pranchetas dos profissionais com a força necessária para se colocar positivamente no espaço, ao respeitar a natureza em todas as fases do processo.
É o caso desta casa modular e ecologicamente correta que um estúdio holandês acaba de apresentar ao mercado. Assinada e concebida pela Fiction Factory, de Amsterdã, a Wikkelhouse (em tradução livre, “casa embrulhada”) é formada quase por inteiro a partir do papelão, e pode ser personalizada em tamanho e função, conforme o desejo do usuário. Os autores do projeto têm expertise na atuação criativa com a arquitetura e o design de interiores, trazendo na bagagem uma experiência de quase 30 anos na área.
A estrutura é feita partindo de 24 camadas do material, de altíssima qualidade, que envolve um molde giratório com o leiaute de uma casa. Cada faixa é colada com uma super-cola ecológica que permite boa durabilidade e ótimo isolamento. Daí o mote para o nome da obra – a palavra holandesa ‘wikkelen’ significa ‘embrulhar’. O acabamento é especificado com uma camada impermeabilizante, além de painéis de madeira que preservam a habitação de intempéries.
Com um modelo três vezes mais sustentável e eco-amigável que uma casa convencional, a Wikkelhouse é toda formada por matérias-primas de baixo impacto ambiental. Ela é completamente reciclável, com componentes que possibilitam a desconstrução para o reaproveitamento infinito. A morada também não requer uma base de apoio – com cada segmento pesando apenas 500 quilos, pode ser alocada e conectada ao terreno em um dia.
A proposta é que a Wikkelhouse possa estar onde for a intenção do cliente. Uma vez concluída, cabe para ser transportada em caminhão ou navio para campos gramados, à praia, em prédios comerciais, içada para o telhado de edifícios, no jardim, com extrema flexibilidade, adaptando-se às necessidades particulares. A casa é feita para durar pelo menos 100 anos e os tipos de pintura no interior seguem as preferências de cada um. A morada pode servir como local de trabalho, de férias, de meditação, para a família, como ambiente para escritores ou músicos.
Constituída por módulos de 4,6 m de comprimento x 1,2 m de largura x 3,5 m de altura, a casa consegue crescer em tamanho de acordo com a demanda – sem limites pré-concebidos, a estrutura é capaz de atingir inclusive 127 partes na profundidade. Com frações inteligentes, a Wikkelhouse pode reunir quarto, salas de estar e jantar, apoio para escritório, cozinha, banheiro e chuveiro, além de janelas e acabamentos personalizáveis, e até lareira.
Oferecida por uma oficina em Amsterdã, por enquanto a casa só pode ser adquirida nos Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, França, Alemanha, Reino Unido e Dinamarca.
Fonte: https://estadodeminas.lugarcerto.com.br
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Bactérias e areia fazem tijolos vivos – que se reproduzem
08/02/20
Tijolos vivos
Novos materiais de construção vivos, que podem crescer e se multiplicar, podem não apenas representar uma revolução no campo dos materiais de construção, como também ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa no futuro.
Chelsea Heveran e seus colegas da Universidade do Colorado, nos EUA, desenvolveram uma técnica que combina areia e bactérias para criar um material vivo que possui uma função estrutural, sem perder suas funções biológicas, como a capacidade de reprodução.
Heveran criou um suporte de areia e hidrogel para as bactérias crescerem. O hidrogel retém a umidade e os nutrientes para que as bactérias proliferem e mineralizem, um processo semelhante à formação de conchas do mar. Combinando os três, a equipe criou um material vivo “verde” que demonstra resistência estrutural semelhante à da argamassa à base de cimento.
“Usamos cianobactérias fotossintéticas para biomineralizar o suporte, então é realmente verde. Parece um material do tipo Frankenstein. É exatamente isso que estamos tentando criar – algo que permanece vivo,” disse o professor Wil Srubar, coordenador da equipe.
Tijolo que se reproduz
O tijolo de hidrogel e areia não está apenas vivo – ele se reproduz.
Se você dividir o tijolo ao meio, as bactérias podem crescer e se transformar em dois tijolos completos com a ajuda de um pouco mais de areia, hidrogel e nutrientes.
Em vez de fabricar os tijolos um por um, a equipe demonstrou que um tijolo-pai pode reproduzir até oito tijolos-filhos após três gerações.
“O que realmente nos entusiasma é que isso desafia as formas convencionais pelas quais fabricamos materiais de construção estruturais,” diz Srubar. “Isso realmente demonstra a capacidade de fabricação exponencial de material”.
Cultivando tijolos
O tijolo precisa ser completamente seco para atingir a capacidade estrutural máxima (maior resistência). É claro que a secagem estressa as bactérias e compromete sua viabilidade.
Para manter a função estrutural e garantir a sobrevivência microbiana, o conceito de umidade relativa ideal e condições de armazenamento é crítico.
Utilizando a umidade e a temperatura como interruptores físicos, os pesquisadores estabeleceram os parâmetros que permitem controlar quando as bactérias crescem e dão origem a novos tijolos, e quando o material permanece inativo para servir à sua função estrutural.
Você ainda não vai encontrar esses microrganismos que viram tijolos na casa de material de construção mais próxima da sua casa. Mas os pesquisadores afirmam que sua capacidade de manter suas bactérias vivas com uma alta taxa de sucesso mostra que os prédios vivos podem não estar muito longe no futuro.
“Esta é uma plataforma de materiais que prepara o terreno para novos materiais interessantes que podem ser projetados para interagir e responder aos seus ambientes,” disse Srubar. “Estamos apenas tentando dar vida aos materiais de construção, e acho que esta é a pepita dessa coisa toda. Estamos apenas arranhando a superfície e lançando as bases de uma nova disciplina. O céu é o limite”.
Artigo: Biomineralization and Successive Regeneration of Engineered Living Building Materials
Autores: Chelsea M. Heveran, Sarah L. Williams, Jishen Qiu, Juliana Artier, Mija H. Hubler, Sherri M. Cook, Jeffrey C. Cameron, Wil V. Srubar III
Revista: Matter
DOI: 10.1016/j.matt.2019.11.016
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Yurt
06/08/18
Yurt é uma adaptação moderna dos antigos abrigos usados por nômades da Ásia Central durante séculos. É feito com materiais leves e resistentes, combinando praticidade e segurança para quem o utiliza, além de ter baixo custo e pouca manutenção.
Os Yurts têm sido utilizados na Ásia Central por pelo menos três mil anos. A primeira descrição escrita de uma tenda usada como moradia foi gravada por Heródoto de Halicarnasso, que viveu na Grécia entre 484 e 424 aC.
Classificado como uma tenda, o Yurt é muito mais resistente. Com sua estrutura circular, composta por uma banda de tensão, armação de Madeira, paredes feitas com vigas radiais, anel de compressão central, porta moldada e coberta por uma capa de tecido durável, impermeável, proporcionando mais comodidade para os usuários.
Como são montados sobre uma plataforma de Madeira, os Yurts não causam quase nenhum impacto sobre o solo, podendo ser removidos sem deixar vestígios. Sua flexibilidade permite que eles sejam usados de várias maneiras, desde cabines bem simples ou totalmente mobiliados com eletricidade e canalização.
Heródoto, que é considerado como o pai da história, foi a primeira pessoa no mundo a gravar um relato preciso do passado. Ele descreveu o Yurt como tendas, a morada dos Citas, uma nação que viveu no norte do Mar Negro e região da Ásia Central a partir de cerca de 600 aC a 300 dC. Assim, a Yurt foi descrita no primeiro documento histórico no mundo.
Evidências arqueológicas provam que o primeiro império de guerreiros das estepes da Ásia Central, os Hunos, que eram ativos do 4 º para 6 º século dC, usavam Yurts como suas habitações principais.
O italiano comerciante Marco Polo foi o primeiro ocidental a visitar o Império Mongol no século 14. Ele escreveu: “… Eles [os mongóis] têm casas circulares feitas de madeira e cobertos com feltro, que eles carregam com eles sobre quatro rodas, onde quer que vão. O quadro de varas é tão ordenadamente e habilmente construído que é leve para carregar. E cada vez que se deslocam com sua casa e arrumam novo lugar para ficar, a porta está sempre voltado para o sul.”
Estas estruturas são conhecidas em muitas partes do mundo por seu nome russo, Yurt, enquanto na Mongólia estas resistentes casas são chamados“GER”.
A tenda tem muitas características únicas que a tornam ideal para servir como moradia para os nômades da Ásia Central, que devem mover-se regularmente e enfrentar severas condições climáticas na maior parte do ano.
Portátil: Um Yurt é fácil de montar, desmontar e transportar. Dependendo do tamanho, uma tenda pode ser montada ou desmontada em qualquer lugar a partir de 30 minutos até três horas. Após a desmontagem, as várias partes do Yurt eram carregadas em camelos, cavalos e carros de boi para o transporte.
Os pastores nômades passam pelo menos três ou quatro vezes por ano em busca de boas pastagens, esta característica é de fundamental importância.
Durante os tempos de guerra, antigos guerreiros nômades estavam constantemente em movimento e a portabilidade dos Yurts lhes dava a oportunidade de levar suas casas onde quer que fossem.
“A História Secreta dos Mongóis”, o relato clássico da vida do famoso construtor de império mongol Gengis Khaan, descreveu uma série de eventos relacionados com a Yurt.
A circulação de ar: O Yurt tem uma abertura no centro da cobertura, que é chamada de coroa ou toono. O ar que vem através dela atinge todas as partes do interior, fornecendo ar fresco para toda casa.
Calor e frio: A temperatura na Mongólia varia de -31 a + 104 graus Fahrenheit (-35 a 40 graus Celsius), dependendo da época. O Yurt é projetado para proporcionar conforto aos seus habitantes, em ambas as condições, quentes ou frias. O fogão a lenha central fornece calor uniformemente por toda a tenda, quando necessário, com camadas extras de feltro acrescentadas em volta da estrutura nos meses mais frios para fornecer isolamento.
Quando é quente, a extremidade inferior da cobertura do Yurt é levantada ligeiramente. Isto aumenta o fluxo de ar dentro, e tem um efeito de arrefecimento agradável.
Um revestimento é puxado por cima da abertura, na coroa, no calor do verão, para evitar que a luz solar aqueça o interior da tenda. Esta cobertura também é utilizada em dias de chuva.
Resistência ao vento: As planícies da Mongólia são bastante ventosas. Nas estepes abertas e em regiões desérticas, o vento pode ser forte o suficiente para derrubar qualquer outro tipo de habitação portátil. A forma circular do Yurt é a maneira segura de resistir a estes ventos, independentemente da direção de onde o vento se origine.
Fonte: http://institutoecoacao.blogspot.com
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BET – Tratar o esgoto de forma ecológica
18/05/18
A Bacia de Evapotranspiração (BET), também conhecida como “fossa de bananeiras”, “fossa ecológica” ou Tanque de Evapotranspiração (TEvap) é uma solução sustentável para o tratamento da água negra (efluentes de descarga sanitária). A BET é uma tecnologia que consiste em um sistema plantado, onde ocorre decomposição anaeróbia da matéria orgânica, mineralização e absorção dos nutrientes e da água pelas raízes (PAULO, BERNARDES, 2004).
É uma alternativa indicada para comunidades onde não existe acesso a rede de esgoto e principalmente para as áreas rurais, onde normalmente os efluentes são despejados diretamente no ambiente ou nas chamadas “fossas negras”, sem nenhum tipo de tratamento. O despejo inadequado dos dejetos humanos é um dos principais problemas de saneamento no Brasil, contribuindo significativamente para a proliferação de doenças, contaminação do solo e dos recursos hídricos.
Vantagens da Bacia de Evapotranspiração (BET):
-
Baixo Custo
Utilizando o sistema construtivo de ferro-cimento, os custos de implementação podem ser menores do que os da implantação de um sistema de fossa séptica ou sumidouro;
-
Reaproveitamento de materiais de construção
Entulhos e pneus usados são utilizados no interior da bacia, e servem como meio filtrante e de escoamento do efluente;
-
Não contaminação do solo e do lençol freático
Por ser um sistema impermeável, o efluente não infiltra no solo e é liberado apenas pela evapotranspiração, sem nenhum contaminante;
-
Resíduos são transformados em nutrientes para as plantas
Os nutrientes presentes são removidos através da sua incorporação à biomassa das plantas;
-
Produção de Alimentos e ornamentação
As espécies mais indicadas são as plantas de folhas largas, como as bananeiras, mamoeiros e taiobas. As bananeiras são muito utilizadas nesse sistema devido ao seu alto potencial de evapotranspiração, e seus frutos podem ser consumidos. Além disso, também podem ser utilizadas espécies de plantas ornamentais para a composição do paisagismo do local;
-
Melhoria da qualidade de vida e prevenção de doenças
Segundo Guimarães, Carvalho e Silva (2013), investir em saneamento é uma das formas de se reverter o quadro existente de precariedade das condições de saúde devido à falta de tratamento de dejetos humanos.
Fonte: https://www.engaia.com.br
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Hempcrete: o Cânhamo na Construção Civil
08/04/18
Cultivado há séculos, o cânhamo é uma planta versátil, com mais de 25 mil aplicações. Dentre seus vários usos está o hempcrete (concreto de cânhamo), uma alternativa mais sustentável para a construção civil.
O hempcrete é um agregado feito de cânhamo. Suas fibras funcionam bem como material de construção porque são leves e ao mesmo tempo resistentes, oferecendo excelente regulação térmica e controle de umidade.
Essa ideia não é nova, os primeiros registros deste tipo de material datam do século VI, quando o material foi encontrado em pilares de pontes na França. Embora tenha sido redescoberto recentemente, ele tem sido usado na construção de casas e edifícios, e seu uso está se difundindo pelo mundo todo.
O concreto de cânhamo é um material eficiente, não-tóxico e resistente ao mofo, usado como isolamento térmico, para fazer pisos, tetos e paredes.
É muito comum o hempcrete ser combinado com outros materiais em uma técnica apelidada de “parede sanduíche”. O sistema é muito simples: Escolhe-se dois pilares fixos (de madeira, alvenaria ou outro tipo de estrutura). Em seguida, estes dois pontos são ligados por dois compensados de madeira, um de cada lado, deixando um vão entre eles. Esta célula ou espaço vazio é então preenchido com a mistura. Logo os compensados são removidos expondo a parede pronta!
Sendo um material natural respirável, o hempcrete também é frequentemente usado para fazer pisos ou isolamento em telhados. Engenheiros e arquitetos podem usar o material derivado do cânhamo para formar todo o revestimento térmico de uma obra.
Embora seja mais comum o hempcrete ser incorporado em projetos saindo do papel, ele também é um material ideal para melhorar o desempenho térmico de edifícios mais antigos ou até mesmo restaurar prédios históricos. Em particular, ele funciona muito bem no reparo de paredes danificadas ou quando se quer adicionar isolamento em alvenaria sólida, ajudando a controlar a umidade.
O hempcrete é feito da mistura de cânhamo molhado com um aglutinante de cal. Usando betoneiras de argamassa, mistura-se o cânhamo, o calcário em pó e água por 1 ou 2 minutos, até obter uma pasta consistente.
Em seguida, esta massa é aplicada à mão nos vãos, cavidades ou rachaduras da parede. Ao longo do tempo, as reações químicas entre o cânhamo, a água e a cal petrificam a mistura, transformando-a em um bloco leve, porém resistente.
A única desvantagem do hempcrete em relação à alvenaria tradicional é que ele leva muito tempo para curar. Sendo assim, não é ideal para paredes estruturais. Isso é contornado pela fabricação de tijolos com o mesmo material, que curam muito mais rápido do que quando a massa é aplicada diretamente na parede.
Após totalmente secos e curados, os tijolos de cânhamo podem ser empilhados da mesma forma que os tijolos convencionais.
Benefícios
O hempcrete tem muitas vantagens em relação aos materiais de construção convencionais. Além de ser econômico e fácil de fabricar, ele é um produto ecológico de alto desempenho. Confira a seguir alguns de seus muitos benefícios:
- Natural, não é tóxico
- Nenhuma emissão de gases venenosos
- Não utiliza solventes
- Resistente ao mofo
- Resistente a pragas
- Respirável
- Excelente controle de umidade
- Durável
- Sustentável
- Resistência ao fogo
- Ótimo isolante
- Forte
- Leve
- Carbono negativo
O hempcrete é considerado um material melhor do que aqueles classificados como “carbono zero”, já que absorve mais CO2 atmosférico durante toda sua vida útil do que a quantidade de carbono que é emitida em sua fabricação. Ou seja, ao contrário da madeira, que requer alguma forma de desmatamento, contribuindo para a liberação de mais CO2 na atmosfera, o hempcrete pode ajudar a combater a poluição e consequente aquecimento global.
Os materiais de construção modernos são extraídos do solo ou colhidos de florestas centenárias. Enquanto essas árvores levam décadas para se desenvolverem, o cânhamo está pronto para ser processado em apenas quatro meses! Em um único ano é possível produzir até três safras, uma prática muito mais sustentável para o planeta.
Fonte: https://hempmeds.com.br/hempcrete-o-canhamo-na-construcao-civil/
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15/03/18
O que é a construção sustentável ?
A construção sustentável é um conjunto de boas práticas que deve estar presente em todas as fases do processo construtivo. Aspectos ambientais, sociais e econômicos devem ser considerados em todas as decisões, desde a escolha do terreno, a implantação adequada ao entorno, passando pela eficiente gestão do canteiro de obras, a geração de resíduos, a relação com os trabalhadores, a escolha dos materiais, como afetará seus usuários e por fim a sua manutenção e desmontagem. O tema mais comentado sobre a construção sustentável é a eficiência energética e hídrica, para alcançá-la pode-se usar técnicas passivas e adicionar o uso de novas tecnologias que otimizam a edificação, como por exemplo o uso de painéis solares fotovoltaicos, sistemas de automação, entre outros. Mas também não se pode esquecer de promover o desenvolvimento social e cultural, além da viabilidade econômica.
15 conceitos da construção sustentável:
- Integração da construção com o entorno;
- Planejamento integrado da obra;
- Canteiro de obra sustentável;
- Aproveitamento passivo dos recursos naturais (ex: iluminação e ventilação natural) ;
- Eficiência energética;
- Gestão e economia da água;
- Gestão dos resíduos na edificação;
- Qualidade do ar do ambiente interior;
- Conforto termo acústico;
- Uso racional dos materiais e tecnologias de menor impacto ambiental;
- Qualidade e durabilidade do processo construtivo;
- Saúde e bem-estar dos ocupantes;
- Responsabilidade Social;
- Manutenção;
- Desmontagem; como a construção se comporta no final do seu ciclo de vida.
Segundo o CBCS, o setor da construção civil consome 75% dos recursos naturais, 20% da água nas cidades (parte da mesma é desperdiçada), e gera 80 milhões de toneladas/ano de resíduos, sendo um dos principais responsáveis pelos impactos ambientais. Além disso, é um dos setores que mais empregam no país e afeta diretamente todos nós, a maior parte do nosso tempo estamos em espaços construídos. Por isso é fundamental que arquitetos, engenheiros e todos os profissionais envolvidos no processo construtivo conheçam e apliquem os conceitos da construção sustentável.
Fonte: sustentarqui.com.br
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Passo a Passo: saiba como fazer um telhado verde
15/03/18
O meio ambiente tem sofrido muito com a ação desmedida do homem e, há muito tempo, já demonstra as consequências da devastação das matas e da poluição. Para tentar reverter um provável futuro trágico, foram criadas inúmeras ações visando diminuir o impacto ambiental e elevar a qualidade de vida das próximas gerações.
A construção civil é uma das principais responsáveis por esse impacto negativo, e vem buscando formas de agir com mais sustentabilidade. Ações como utilizar madeiras de reflorestamento, energia solar e da reaproveitamento da água da chuva são algumas das que vem ganhando espaço nas novas construções, assim como a crescente implantação de telhados verdes.
Vantagens do telhado verde
Uma solução eficiente e razoavelmente simples, a implantação do telhado verde em casas permite ampliar o conforto térmico e acústico do ambiente interno, dando reequilíbrio ambiental a locais cercados de concreto e poluição.
Por meio de estudos, foi identificada uma melhora de até 30% sobre as condições térmicas internas de locais com a presença de telhados verdes. Dessa forma, há uma boa diminuição do uso de climatizadores elétricos e uma consequente economia de energia, principalmente no verão.
Além das facilidades, há também a inegável beleza proporcionada por um telhado verde ou jardim suspenso, como se fossem um verdadeiro oásis no meio do mar de concreto das grandes cidades. É uma forma de compensar o impacto criado pela edificação, proporcionando o cultivo de ervas rasteiras.
Passo a passo para se ter um telhado verde
- Na maioria das vezes, ter um telhado verde requer um investimento financeiro razoavelmente alto. Mas é possível criar um com poucos recursos, saiba como:
- Estender no local uma manta geotêxtil asfáltica chamada Bidim, que serve para filtrar toda água das plantas e da chuva. Dessa forma, só a água passará pela tubulação, impedindo que partículas de terra ou areia o entupam;
- Criação de uma camada de argila por cima dessa manta, para impedir que as raízes apodreçam e haja um escoamento melhor da água;
- Após a secagem da argila, é preciso colocar mais uma camada de manta geotêxtil. Ela servirá para fazer com que a terra e a argila não se misturem;
- Cubra a manta com terra adubada, numa fina camada para permitir a plantação da grama esmeralda, a mais usada para esse tipo de jardim. É preciso ter cuidado na hora de escolher o tipo de grama, optando sempre pelas que não crescem muito;
- Nas laterais do telhado, coloque rufos metálicos ou de fibra de vidro, para não haver infiltrações no local;
Em dois meses, a grama já terá crescido e será possível plantar outras espécies, como ervas.
Fonte: pensamento verde
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Agenda 21 para a Construção Sustentável
15/03/18
Reconhecidamente, o setor da construção civil tem papel fundamental para a realização dos objetivos globais do desenvolvimento sustentável. O Conselho Internacional da Construção – CIB aponta a indústria da construção como o setor de atividades humanas que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, gerando consideráveis impactos ambientais. Além dos impactos relacionados ao consumo de matéria e energia, há aqueles associados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção. Tais aspectos ambientais, somados à qualidade de vida que o ambiente construído proporciona, sintetizam as relações entre construção e meio ambiente.
Na busca de minimizar os impactos ambientais provocados pela construção, surge o paradigma da construção sustentável. No âmbito da Agenda 21 para a Construção Sustentável em Países em Desenvolvimento, a construção sustentável é definida como: “um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica”. No contexto do desenvolvimento sustentável, o conceito transcende a sustentabilidade ambiental, para abraçar a sustentabilidade econômica e social, que enfatiza a adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades.
Os desafios para o setor da construção são diversos, porém, em síntese, consistem na redução e otimização do consumo de materiais e energia, na redução dos resíduos gerados, na preservação do ambiente natural e na melhoria da qualidade do ambiente construído. Para tanto, recomenda-se:
- mudança dos conceitos da arquitetura convencional na direção de projetos flexíveis com possibilidade de readequação para futuras mudanças de uso e atendimento de novas necessidades, reduzindo as demolições;
- busca de soluções que potencializem o uso racional de energia ou de energias renováveis;
gestão ecológica da água; - redução do uso de materiais com alto impacto ambiental;
- redução dos resíduos da construção com modulação de componentes para diminuir perdas e especificações que permitam a reutilização de materiais.
Além disso, a construção e o gerenciamento do ambiente construído devem ser encarados dentro da perspectiva de ciclo de vida.
As tendências atuais em relação ao tema da construção sustentável caminham em duas direções. De um lado, centros de pesquisa em tecnologias alternativas pregam o resgate de materiais e tecnologias vernáculas com o uso da terra crua, da palha, da pedra, do bambu, entre outros materiais naturais e pouco processados a serem organizados em ecovilas e comunidades alternativas. De outro lado, empresários apostam em “empreendimentos verdes”, com as certificações, tanto no âmbito da edificação quanto no âmbito do urbano. No entanto, muito edifícios rotulados como verdes refletem apenas esforços para reduzir a energia incorporada e são, em muitos outros aspectos, convencionais, tanto na aparência quanto no processo construtivo. Além disso, deve-se questionar os benefícios que um selo desenvolvido para outra realidade pode trazer, especialmente para países como o Brasil que ainda não resolveram seus problemas mais básicos como pobreza e desigualdade social.
Os governos municipais possuem grande potencial de atuação na temática das construções sustentáveis. As prefeituras podem induzir e fomentar boas práticas por meio da legislação urbanística e código de edificações, incentivos tributários e convênios com as concessionárias dos serviços públicos de água, esgotos e energia. Para contribuir com tais iniciativas, segue um conjunto de prescrições adequadas à realidade brasileira abrangendo aspectos urbanísticos e edilícios.
Para a implantação urbana, recomenda-se:
- adaptação à topografia local, com redução da movimentação de terra;
- preservação de espécies nativas;
- previsão de ruas e caminhos que privilegiem o pedestre e o ciclista e contemplem a acessibilidade universal;
- previsão de espaços de uso comum para integração da comunidade; e, preferencialmente, de usos do solo diversificados, minimizando os deslocamentos.
No âmbito da edificação, entende-se como essenciais:
- adequação do projeto ao clima do local, minimizando o consumo de energia e otimizando as condições de ventilação, iluminação e aquecimento naturais;
- previsão de requisitos de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou, no mínimo, possibilidade de adaptação posterior;
- atenção para a orientação solar adequada, evitando-se a repetição do mesmo projeto em orientações diferentes;
- utilização de coberturas verdes;
- a suspensão da construção do solo (a depender do clima).
Na escolha dos materiais de construção:
- a utilização de materiais disponíveis no local, pouco processados, não tóxicos, potencialmente recicláveis, culturalmente aceitos, propícios para a autoconstrução e para a construção em regime de mutirões, com conteúdo reciclado.
- Além disso, deve-se evitar sempre o uso de materiais químicos prejudiciais à saúde humana ou ao meio ambiente, como amianto, CFC, HCFC, formaldeído, policloreto de vinila (PVC), tratamento de madeira com CCA, entre outros.
- Quanto aos resíduos da construção civil, deve-se atentar para a sua redução e disposição adequada, promovendo-se a reciclagem e reuso dos materiais.
Com relação à energia, recomenda-se o uso do coletor solar térmico para aquecimento de água, de energia eólica para bombeamento de água e de energia solar fotovoltaica, com possibilidade de se injetar o excedente na rede pública. - Sobre águas e esgoto, é interessante prever: a coleta e utilização de águas pluviais, utilização de dispositivos economizadores de água, reuso de águas, tratamento adequado de esgoto no local e, quando possível, o uso de banheiro seco.
A respeito do tratamento das áreas externas, recomenda-se a valorização dos elementos naturais no tratamento paisagístico e o uso de espécies nativas, a destinação de espaços para produção de alimentos e compostagem de resíduos orgânicos, o uso de reciclados da construção na pavimentação e de pavimentação permeável, a previsão de passeios sombreados no verão e ensolarados no inverno.
Fonte: www.mma.gov.br/sustentavel/
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Casa Sustentável, Bio-saudável e Inteligente
25/02/18
Casas sustentáveis e baratas, além de resistentes e construídas em menos tempo. Esse talvez seja o ideal de muitos profissionais com foco em construção sustentável e que tenham como meta criar obras ecologicamente corretas, com conceitos que vão além dos já indispensáveis telhado verde e energia solar. E foi assim que nasceu a inédita casa sustentável brasileira, pronta em menos de uma semana e 25% mais econômica.
A ideia da “Casa Sustentável, Bio-saudável e Inteligente” de Campo Grande (MS), assim intitulada, veio de Kleber Karru, brasileiro que viveu na Espanha durante sete anos. Ciente da carência do Brasil para a construção de projetos de arquitetura sustentável, Karru firmou parceria com o morador espanhol Eugen Fudulu e com o OpenMS, laboratório europeu baseado em nanotecnologia, dando início ao projeto.
Com arquitetura que, aparentemente, se assemelha ao projeto de uma residência comum, a casa sustentável impressiona pela resistência e rapidez com que foi construída. Seis dias foi o tempo total que a obra levou para ser finalizada – partindo de uma alicerce pronto – e, mesmo em um país que não sofre com fenômenos naturais de grandes proporções, a casa ecológica resiste a terremotos de até nove graus na escala Richter e ventos de 300 quilômetros por hora.
O método usado na criação da original casa sustentável também se destaca: foi empregada a chamada nanotecnologia, técnica relativamente nova que se baseia na concepção de materiais e estruturas a partir de átomos. A tecnologia é uma das responsáveis pelo barateamento da residência em até 25% em relação à construção de casas tradicionais, já que a máquina que fabrica seus componentes não desperdiça materiais. Além disso, bastam quatro funcionários para “montar” sua estrutura.
Mas o que a torna a casa ecologicamente correta?
O máximo aproveitamento do ar, água e energia foi o foco do projeto campo-grandense. Um dos principais itens da casa sustentável que provam o conceito de sustentabilidade na construção civil é seu purificador, com capacidade de filtrar a água antes que chegue nas torneiras. Estrutura própria para teto solar e equipamento de ar capaz de eliminar as bactérias dos ambientes também chamam a atenção pela eficiência, economia e modernidade.
Quanto ao isolamento acústico e térmico da residência, ambos ganham em desenvolvimento sustentável, graças às paredes de espuma e fios de vidro internos e externos que dispensam o uso de ar-condicionado e ainda tornam a temperatura da casa mais agradável. Como se não bastasse, os materiais resistem à ação de cupins, fogo e umidade e a estrutura, quando totalmente instalada, permite ao morador aplicar o acabamento e revestimentos que quiser.
O futuro da primeira casa sustentável brasileira
Inaugurada no fim de 2015 e criada inicialmente apenas como um protótipo, a casa sustentável de Campo Grande passou a ter modelos comercializados em abril deste ano, período em que a indústria responsável pelo projeto instalou-se no Brasil. Os próximos passos de seus idealizadores é fechar parcerias com o governo do Estado para que a população tenha acesso a outros projetos de alta qualidade e baixo custo, como foi o da inédita residência ecológica.
O objetivo dos sócios é entregar até 30 habitações populares sustentáveis por mês, o que também geraria mais empregos à região. Em entrevista ao jornal Correio do Estado, Kleber Karru afirmou que isso pode ser uma realidade, pois o número de pessoas trabalhando aumentaria. “Com equipes de trabalho divididas por funções, fazemos uma casa por dia. Nesse caso, uma equipe faria o radier, outra montaria a estrutura e outra seria responsável pelo revestimento e acabamento final”, observou.
Fonte: http://www.temsustentavel.com.br/primeira-casa-sustentavel-do-brasil/
